Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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quarta-feira, 3 de julho de 2013

ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO - UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO


Pollyana Zavitoski

Sumário

Altas habilidades/Superdotação - um olhar psicopedagógico


RESUMO: A nossa sociedade é formada por indivíduos com uma vasta diversidade no que se refere às características individuais. É fato, todos os seres humanos são diferentes, e assim como existem pessoas com deficiências, com dificuldades para aprender, também há na população uma porcentagem de pessoas com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD). Esses sujeitos que se destacam por inteligência superior ou talento especial devem ser educados primeiramente como pessoas e não apenas superdotados. É de extrema importância que as pessoas com AH/SD sejam identificadas para que a partir disso, suas necessidades educacionais especiais sejam atendidas. Neste sentido, o objetivo desse estudo foi de verificar a contribuição da psicopedagogia frente ao aluno com AH/SD.



1 INTRODUÇÃO


Um dos temas bastante discutido no âmbito educacional atualmente é a educação inclusiva e a educação especial, sobretudo, de como atender bem os alunos com necessidades educacionais especiais dentro da diversidade da sala de aula. Em meio a toda essa discussão se esquece uma classe de alunos que necessita da mesma atenção a suas peculiaridades e que nem sempre é tido como um aluno especial: os alunos com altas habilidades/superdotação[1]. 


De acordo com Goulart (2011), o termo superdotado surgiu na Legislação Brasileira em 1971, e atualmente na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL 2008) usa-se altas habilidades/superdotação, que faz referência a uma pessoa que possui capacidade mental significativamente acima da média. Já Guenther (2006), refere-se à tais alunos pelo termo dotado. De modo geral, a superdotação se caracteriza pela elevada potencialidade de aptidões, talentos e habilidades, evidenciada no alto desempenho nas diversas áreas de atividade do educando e/ou a ser evidenciada no desenvolvimento da criança (BRASIL, 1995). É diferente de uma habilidade, em que as competências são aprendidas ou comportamentos que são adquiridos. Como um talento, a superdotação intelectual é a aptidão inata para atividades intelectuais que não podem ser adquiridos por meio de esforço pessoal. Pela estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) no Brasil de 3,5% até 5% das pessoas são superdotadas.


A superdotação pode ser geral ou específica. Por exemplo, uma pessoa bem dotada intelectualmente poderia ter um talento impressionante em somente uma determinada área do conhecimento, que envolva a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair e compreender ideias, linguagens e aprender.


De acordo com Fleith (2007), os alunos com superdotação apresentam características quanto à habilidade intelectual, criatividade, motivação e liderança.  


Quando combinado com um desafio curricular adequado, apoio e estímulo necessário para adquirir e executar as habilidades aprendidas e desenvolver suas potencialidades, a superdotação intelectual muitas vezes produz sucesso acadêmico excepcional. Para isso, é fundamental que tal aluno seja identificado e atendido corretamente para que não perca suas habilidades e potencialidades, pois muitas vezes a superdotação não é reconhecida já que os professores costumam considerar estes alunos como desatentos, agitados e desinteressados, e estes alunos acabam sendo diagnosticados como tendo transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), transtorno desafiador e de oposição, depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou outros problemas.


Segundo Guenther (2006), é preciso evitar que o aluno perca o interesse, o estímulo e buscar estratégias didáticas como aceleração, enriquecimento, sofisticação e novidade, cabendo ao professor identificar as possibilidades e dificuldades de cada um propondo ações pedagógicas direcionadas às necessidades e especificidades de cada um (GOULART, 2011). 


Os alunos com AH/SD devem ter uma educação que respeite e valorize suas capacidades, por isso, existem várias modalidades de atendimento e cada alternativa atende a diferentes necessidades. A legislação brasileira prevê programas de enriquecimento curricular, agrupamentos diferenciados e aceleração nos anos. 


O aluno com AH/SD deve ser indicado como tal para que tenha atendimento adequado, não perca interesse pela escola e se desenvolva de acordo com suas necessidades. Partindo dessa ótica, é possível perceber então a importância em fazer o levantamento de crianças com indicadores de altas habilidades e que este seja realizado pelos próprios professores (com o auxílio do psicopedagogo), que são aqueles que convivem diretamente com a diversidade da sala de aula e que, a partir disso, e posteriormente por meio da aplicação de testes nos alunos indicados, seja possível o reconhecimento de alunos que realmente têm AH/SD, para que de fato possam ter uma educação adequada às suas necessidades.


Existem muitas teorias e muitos mitos sobre quem são os indivíduos com AH/SD. Cada teórico define a superdotação de uma forma, assim como a própria sociedade, em sua maioria leiga no assunto, possui ideias equivocadas sobre essas pessoas. Alencar (2001, p.119,120) traz as diferentes conotações que o termo superdotado sugere:



Quando se fala, porém em superdotados, muitas são as ideias que esse termo sugere para distintas pessoas: para algumas, o superdotado seria o gênio, aquele indivíduo que realmente apresenta um desempenho extraordinário e ímpar em uma determinada área do saber e do conhecimento; para outros seria um jovem inventor que surpreende pelo registro de uma nova patente; para outros ainda, seria aquele aluno que sistematicamente se situa entre os primeiros da classe durante toda a sua formação acadêmica, ou a criança precoce, que aprende a ler sem ajuda e que surpreende seus pais por seus interesses e indagações próprias de uma criança mais velha. O termo superdotado sugere ainda, a presença de um talento, seja na área musical, literária ou de artes plásticas. O denominador comum em todas as diversas conotações do termo é a presença, pois, de um notável desempenho ou de habilidades ou aptidões superiores. 


Faz-se necessário que os mitos sejam esclarecidos e que principalmente os profissionais da educação tenham claros os saberes necessários sobre os indivíduos com AH/SD e assim tenham clareza de quem verdadeiramente são os alunos que apresentam indicadores de altas habilidades. 


São diversos os autores que tratam sobre o assunto e cada um traz uma definição distinta do que um indivíduo deve apresentar para ser considerado um indivíduo com altas habilidades. Para Sabatella (2005) existem três traços recorrentes encontrados em crianças com altas habilidades: um vocabulário estruturado não usual no meio em que vive; alto nível de pensamento, ou seja, habilidade de raciocínio com a utilização da lógica pura e por fim uma memória diferenciada com componentes mnemônicos em idade precoce.


Segundo Piirto (1999, apud ALMEIDA E CAPELLINI, 2005), estes indivíduos apresentam elevada capacidade de criar, observar e aprender com grande rapidez e exatidão. Essa capacidade pode se manifestar em várias direções da cultura humana.


O documento de Diretrizes Gerais para o atendimento educacional aos alunos portadores de AH/SD e talentos (Brasil, 1995, p.13) conceitua altas habilidades como:
 


Comportamentos observados e ou relatados que confirmam a expressão de “traços consistentemente superiores” em relação a uma média (por exemplo: idade, produção ou série escolar) em qualquer campo do saber ou fazer. Deve-se entender por “traços” as formas consistentes, ser ou fazer, aquelas que permanecem com frequência e duração no repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registradas em épocas diferentes e situações semelhantes. 



De acordo com o Ministério da Educação e Cultura do Brasil (1995) os tipos de superdotação são divididos por áreas de abrangência e capacidades distintas como: intelectual, social, acadêmico, criativo, psicomotor e talentoso especial.


Na maioria das teorias fica claro basicamente que o indivíduo com AH/SD é aquele que tem desempenho superior a de seus pares em uma ou mais áreas. O indivíduo com altas habilidades não é necessariamente aquele que tem êxito em todas as áreas do conhecimento, ele pode apenas ter grande destaque em uma delas ou em algumas combinadas.


Alguns autores argumentam que superdotação é habilidade inata, enquanto outros defendem a teoria de que a influência do meio é que gera indivíduos superdotados, todavia a maioria dos autores, como Gagné (2009), Renzulli (2004), Sternberg (1985) e Landau (1990), defende a teoria de existir uma habilidade inata que é aprimorada com o meio, assim o fato de haver uma motivação por parte do indivíduo ocorre por ele possuir uma habilidade inata e dessa forma ele vai se aprimorando e obtém melhores resultados. 

 
2 A INTERFERÊNCIA DAS EMOÇÕES NO TALENTO DO ALUNO SUPERDOTADO


Importante ressaltar que não só se deve canalizar esforços para a estimulação intelectual, uma vez que o aluno com superdotação é um todo e não só intelecto. Nesse sentido, entende-se que o aluno, como todo ser humano, precisa de afeto para se sentir valorizado por meio de pequenos gestos de atenção, o que pode contribuir favoravelmente ao seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, já que as emoções são manifestações da afetividade e a expressão dos sentimentos e é por meio dessas emoções que ocorre a aprendizagem (WALLON, 1971).  


Neste sentido, Morin (2003) e Bock (2008) afirmam que o desenvolvimento da inteligência é inseparável do mundo da afetividade, não existe pensamento sem afeto. Entende-se que as ocorrências emocionais podem oprimir o aprendizado, mas podem também fortalecê-lo. Cunha (2008) também concorda que o desenvolvimento afetivo é a base para os demais desenvolvimentos da pessoa, onde afetividade é vivenciada e se manifesta por meio das emoções. A dimensão afetiva não apenas afeta o processo educativo, mas é um sustentáculo desse processo, sendo que o alimento ideal para o desenvolvimento humano é o afeto. 


O aspecto afetivo tem profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual, podendo acelerar, bloquear ou diminuir o ritmo do desenvolvimento.


A emoção é um elemento constitutivo da cognição, age como um poder dominador, pois é inseparável das atividades humanas. 



Durante o processo de aprendizagem, quando o aluno já tem um objetivo e uma necessidade para realizar determinada atividade, ou seja, tem um motivo, ele percebe-se capaz ou não de realizar a ação. Portanto, a representação que tem de si, seu autoconceito, vai ser determinante nesta atividade. Um autoconceito negativo é bloqueador da atividade, por não conter as condições emocionais necessárias à sua realização. para se mover, mobilizar-se para a ação, o indivíduo precisa ter um autoconceito positivo em relação a esta atividade (CAMARGO, 2004, p. 120).


Cunha (2008) acredita que o que vai dar qualidade ou modificar a qualidade do aprendizado será o afeto, já que a emoção não substitui a razão, mas a complementa e equilibra, uma vez que a afetividade faz parte da constituição psíquica do ser humano.


Nesta perspectiva, temos importantes contribuições de Piaget, Vygotsky, Wallon para a compreensão das emoções no desenvolvimento infantil e de seu relacionamento com a aprendizagem.


Para Vygotsky (2001) o momento da emoção e do interesse deve necessariamente servir de ponto de partida a qualquer trabalho educativo. As reações emocionais têm papel importante ao exercer grande influência sobre todas as formas do nosso comportamento e do processo de ensino e aprendizagem. As emoções são vistas como um organizador interno das nossas reações, que retesam, excitam, estimulam ou inibem essas ou aquelas reações. 


Wadsworth (2003) cita que para Piaget o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: um cognitivo e outro afetivo. O desenvolvimento afetivo ocorre paralelamente ao desenvolvimento cognitivo, sendo que a afetividade é o combustível que move a cognição.


Wallon citado por Dantas (1992), enfatiza que a emoção é o ponto de partida do psiquismo, onde a emoção é capaz de trazer consigo a tendência para reduzir a eficácia do funcionamento cognitivo. 


No âmbito da psicopedagogia, valoriza-se muito o componente afetivo para a aprendizagem. Sánchez e Costa (2000), consideram que ao psicopedagogo cabe à tarefa de avaliar, reconhecer, identificar, assessorar e orientar os alunos (neste caso, os superdotados) identificando e avaliando de forma precisa suas necessidades. Tais alunos requerem um desenvolvimento de suas capacidades atendendo suas especificidades. Ainda de acordo com os referidos autores, a competência do psicopedagogo na identificação, avaliação e assessoramento dos superdotados refere-se la evaluación psicopedagógica de los alumnos excepcionales (superdotados, deficientes y con dificultades e aprendizaje) con el fin de porponer la modalidad de escolarización más adecuada para ellos; el asesoramiento al profesorado para la atención flexible y diferenciada de la diversidad de estos alumnos; la orientación escolar y vocacional al propio alumno para ayurdale a canalizar sus intereses; y asesoriamento a la familia para que coopere con el centro en el desarrollo integral del alumno (SÁNCHEZ E COSTA, 2000, p. 147).

 
Entende-se que caso o aluno superdotado não seja identificado e não tenha suas habilidades estimuladas, estas podem ser inibidas pelas emoções. Por isso, a extrema importância do psicopedagogo atender estes alunos. 


3 IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO - CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO

A escola é a área da vida onde o superdotado pode apresentar o melhor ajuste ou o pior desajuste. Sua capacidade superior pode tanto o ajudar nos estudos e contribuir para um desempenho excepcionalmente bom, como o pode levar ao tédio, aborrecimento ou rebeldia capazes de provocar um desempenho insatisfatório podendo inibir seu talento.


Isso faz com que as aulas, para os alunos superdotados, tornem-se chatas, maçantes, criando desinteresse. Os alunos superdotados necessitam de um atendimento educacional diferenciado, nem que seja fora da sala de aula, por meio de programas de enriquecimento, realizado por professores preparados, criativos, que se disponibilizem a desenvolver e a estimular o aluno em suas áreas de interesse.


O atendimento especializado nas escolas cumpre uma função extremamente importante: o de conscientizar os alunos com altas habilidades do valor de seus traços e peculiaridades.


Recomenda-se que a identificação seja feita o mais precocemente possível, pois dessa forma o aluno tem melhores possibilidades de desenvolver seu talento. Essa identificação não se apoia em regras fixas e deve acontecer de forma dinâmica. A identificação adequada deve utilizar-se de mais de um dos seguintes meios realizados na parceria entre professor e psicopedagogo: observação, avaliação do desempenho, escalas de características, questionários, entrevistas (família, professores e o próprio aluno) e testes.


Nesta perspectiva então, para que o talento se desenvolva é necessário que este seja identificado, estimulado, acompanhado e orientado.


Após a identificação é necessário que ocorra um profundo conhecimento sobre essa criança (áreas menos e mais desenvolvidas e necessidades), para que então seja possível propor um atendimento adequado. A partir disso, esse aluno deve beneficiar-se de ideias e situações que desenvolvam altos níveis de desempenho, situações essas que o estimulem na habilidade de pensar e elaborar.


Entende-se como necessário mais pesquisas que invistam nesta área contribuindo com subsídios para melhor identificação e tratamento dos alunos com superdotação. 


Não podemos esquecer, é claro, que um programa de atendimento ao superdotado pressupõe a necessidade de pessoal devidamente preparado para organizar e coordenar tal trabalho, neste caso, um psicopedagogo, que irá auxiliar o professor em sala de aula na identificação e características desses alunos e sobre as alternativas de atendimento viáveis.


Segundo Delou (2001), acima de tudo, espera-se que esse professor tenha sensibilidade para promover a estimulação do aluno para as suas áreas de interesse, e para favorecer o ajustamento desse aluno em sala de aula.


Faz-se pertinente valorizar e incentivar as habilidades dessas crianças superdotadas, priorizando o desenvolvimento pleno do seu potencial.


4 CONCLUSÃO

A produção científica relativa à área de superdotação ainda é bastante incipiente no contexto brasileiro, embora os precursores da área tenham pesquisado e divulgado seus trabalhos a partir da década de 1920-1930. Há várias razões que podem ser associadas a este fato, dentre elas os mitos e crenças populares a respeito, que não raramente impedem a identificação e mesmo o atendimento a estas pessoas; a falta de informação, de recursos financeiros para a Educação e, conseqüentemente, para a Educação Especial e para a formação dos professores, que se sentem incapazes de identificar e/ou atender estes alunos e a falta de estatísticas oficiais fidedignas nesta área.  Em muitas escolas não há acompanhamento necessário, não há salas especiais, o currículo é estático e o mesmo para todos, o que muitas vezes resulta na alienação, desinteresse e inquietação por parte do aluno que está em uma escola que não o assiste adequadamente e lhe proporciona um ambiente inadequado para o desenvolvimento de suas potencialidades.


Dessa forma, tendo como respaldo os estudos de Almeida & Capellini (2005), Marques (2010) e Rodrigues (2012), é evidente a falta de conhecimento e formação dos professores para identificar e lidar com alunos com superdotação de forma que não bloqueie seu desenvolvimento. 


Desta forma, embora no exterior o tema superdotação já seja pesquisado desde os finais do século XIX e, no Brasil, já tenham se passado mais de 75 anos desde sua primeira abordagem pelos pesquisadores, as investigações neste campo ainda são bastante escassas. Entendemos que a superdotação é um campo recente de estudo, mas durante todo esse tempo de descobertas muitos talentos foram perdidos, desestimulados e encobertos. Torna-se então, pertinente novos estudos como forma de contribuir para um correto atendimento à tais alunos.


Os objetivos desse trabalho foram realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, bem como verificar a contribuição da psicopedagogia aos alunos com AH/SD.


Guenther (2006) e Virgolim (2007) deixaram clara a grande importância do professor como a pessoa mais provável de realizar a detecção de indicadores de AH/SD. Sabemos o quanto a temática ainda é desconhecida por muitos professores, cabendo ao psicopedagogo o papel de auxiliar este professor na identificação e atendimento a estes alunos. 


É importante destacar que o ensino deve se atentar para a necessidade de todos os alunos, incluindo daquele que aprende mais facilmente em uma área ou em todas. O aluno com altas habilidades tem direito ao apoio da educação especial, ainda que este seja um mito que ainda persiste, pois existe um equívoco de que aluno com direito ao apoio da educação especial, seja apenas aquele que apresenta deficiências, o que não é verdade.


O aluno com AH/SD também precisa ter suas necessidades especiais atendidas para desenvolver ao máximo suas potencialidades. Talento que não é identificado e nem estimulado, se perde. 


É necessário pensar que para desenvolver um trabalho pedagógico com estes alunos visando prover as potencialidades, estimulando e orientando os talentos, é preciso captar o que elas diferenciam como estimulante, ouvir atentamente o que elas expressam como interesse, inclinação e gosto, e encaminhar energia nessa direção.


A partir do estudo realizado, considera-se que o professor para reconhecer a capacidade em uma criança, deve ter o auxílio de um psicopedagogo para começar a perceber alguma área em que ela se sai bem, que tem boas ideias, boa produção, faz comentários interessantes e oportunos, observa com detalhes, chega a conclusões seguras, produz bem em alguma área. Neste sentido, em qualquer situação, o foco é no que o aluno consistentemente faz bem, notavelmente melhor que a maioria dos pares de idade com o mesmo tipo de experiência de vida.


Pensar a educação pelo viés da diversidade, da diferença e da inclusão a partir do projeto pedagógico da escola e do currículo proposto em sala de aula. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica da escola.


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Publicado em 29/05/2013 11:23:00
Currículo(s) do(s) autor(es)
Pollyana Zavitoski - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Possui graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2008). Cursando pós-graduação em Psicopedagogia Institucional pela Universidade da Cidade de São Paulo. Tem experiência como professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I, com ênfase em Educação. Membro do grupo de pesquisa: A inclusão da pessoa com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e os contextos de aprendizagem e desenvolvimento com a linha de pesquisa em Políticas e Práticas Educativas para a Inclusão Social. Aluna Especial da disciplina Inclusão social: desenvolvimento e aprendizagem de pessoa com deficiência nos diferentes contextos" do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem - Unesp/Bauru. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem - Unesp/Bauru (2013-2014). Tutora EAD da 6a edição do curso de aperfeiçoamento de 180h Práticas Educacionais Inclusivas na área da deficiência intelectual (Unesp/MEC).


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