Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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sábado, 16 de março de 2013

Porque eu acredito que a identificação dos indivíduos com altas habilidades / superdotação é imprescindível



 


Eu sou a favor da identificação do indivíduo que apresente altas habilidades / superdotação, ainda que ele esteja sendo atendido, pela escola, em suas necessidades, para saber a origem de determinadas características que ela apresente (tais como hipersensibilidade, perfeccionismo, curiosidade, alto nível de energia, ansiedade ...), e o nome (superdotação) daquilo que acarreta tais características. Como experiência própria, saber que se é diferente “de verdade”, mais sensível, que se tem tendência ao perfeccionismo, que se tem tanta curiosidade, que se é tão agitado ou ansioso, por conta da superdotação que este indivíduo apresenta, ajuda a compreender e elaborar todas estas questões, de uma forma mais racional e de forma a se conseguir lidar com elas, com mais tranquilidade ...



Sou a favor da identificação, ainda que a escola esteja atendendo a criança em suas necessidade. É direito da pessoa saber sobre algo que a torna diferente e que a faz ter um olhar diferenciado para as coisas, situações e fatos ao seu redor. Lembro-me que, certa vez, vc me comentou, (já tem uns 3 anos esta história), que vc estava avaliando um adulto, em seu consultório, que já tinha abandonado duas faculdades e que não se encontrava. Acredito que a identificação dele, enquanto indivíduo superdotado tenha ajudado a se aceitar melhor.. não ?



Susana Perez, nossa atual Presidente do CONBRASD (Conselho Brasileiro para Superdotação) considera um mito a afirmação que diz que “Não se deve identificar um portador de altas habilidades (Susana Perez)”. Muitas vezes, este mito se apóia em preconceitos político-ideológicos: se “todos somos iguais”, não se devem fazer diferenças entre as pessoas. A identificação da PAH é indispensável para conhecer suas necessidades e buscar formas de atendê-la e precede a discussão de políticas públicas que a contemplem, já que somente assim poderemos discernir as estratégias de atendimento que devem ser implementadas e estruturar os recursos que terão que ser disponibilizados para esse fim. É impossível sequer pensar em políticas públicas antes de conhecer o seu alvo, pelo que se torna necessária e urgente identificar estas pessoas.



Sobre o mito de que : “Não se deve comunicar à criança que ela tem altas habilidades”, Denise Alencar assim disse : “ Negar à criança o direito de confirmar algo que ela já sabe fere os direitos humanos e principalmente o compromisso com a verdade, ensinamento básico para qualquer criança.



A criança com AHs freqüentemente manifesta seu sentimento de diferença com seus pares; “são diferentes às outras e sabem disto” (EXTREMIANA, 2000, p. 124), talvez sem compreender exatamente essa diferença, mas sim como algo que, muitas vezes, lhe incomoda ou causa mal-estar. Muitas crianças verbalizam esta condição; percebem as diferenças de ritmo de aprendizagem, interesses e desempenho em relação a seus colegas. Adolescentes e adultos têm consciência mais explícita desta diferença, mas não sempre como algo positivo. Especialmente quando a escola e a sociedade não reconhecem as AHs, a família passa a ser oporto seguroda criança, onde ser diferenteé admitido e compreendido, permitindo que ela desenvolva sua auto-estima para enfrentar um ambiente externo hostil à diversidade, que pode questionar suas características diferenciadas como algo que, em nome da igualdade, ela não deveria ter.



Se a família ou a escola oculta as características que a criança percebe, ela pode pensar que há algo de errado com ela ou que, parafraseando Maturana (2001, p. 31) “ela é o que não deve ser ou não é o que deve ser”.





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