Parte 5
Talentosos e disléxicos...
Alunos que a Escola Rejeita...
Alunos que a Escola Rejeita...
Zenita C. Guenther , Ph.D.
Sinais de dotação que podem ser captados na vida
regular da escola :
Domínio da inteligência
a)
indicadores de vivacidade mental :
- Interesse, sucesso em
atividades extracurriculares
-
Boa linguagem, crianças verbais e falantes
-
Curiosidade, interesses amplos e variados
-
Participação em atividades variadas
-
Vivacidade, sintonia, são ativos
-
Perspicácia, observadores
-
Senso de humor, são levados, engraçados...
b)
indicadores de profundidade de pensamento :
-
Produção em matemática e ciências
-
Boa memória, aprende e fixa com facilidade
-
Amplo acervo de conhecimentos e informações
-
Persistência e compromisso nas tarefas que escolhe
-
Independência, autonomia, iniciativa
-
Segurança e confiança em si
-
Pensamento analítico global
-
Capacidade de pensar e tirar conclusões.
Domínio da
criatividade
-
Produção superior em artes visuais
-
Distração, tédio, desinteresse nas aulas
-
Senso crítico, com os outros, e consigo próprio
-
Originalidade, fora dos padrões
-
Fluência na produção de idéias e ações
- Respostas verbais ou não, inesperadas
e pertinentes.
A criança disléxica na escola
Vários estudos
mostram que o QI médio de crianças com dislexia é rotineiramente mais alto que
a população normal, e
de acordo com Linda Silverman, em sua pesquisa de mais de duas décadas, há
evidência de confiabilidade (ao nível de 80%) para se afirmar que essas
crianças:
- Em
pelo menos um terço, apresentam orientação para o pensamento não linear
- Em
pelo menos um terço são fortemente marcadas por preferência viso -espacial
- Um
quinto delas são fortemente áudio – seqüenciais, com preferência linear
- O restante da população parece apresentar um
balanço entre os dois estilos.
Na escola, dada
opção para escolher, esses alunos geralmente gravitam para áreas das artes, design,
arquitetura, programação de computadores, animação, gráfica... Ou das ciências
físicas, biológicas, agrociências ...
Na visão dos psicólogos,
crianças disléxicas são, geralmente otimistas, cheias de energia, interessantes,
animadas, fascinadas pelo mundo ao redor, estão prontas a correr riscos sem
medos ou receios, são teimosas e focalizadas em seus objetivos, inteira ou
parcialmente indiferentes à opinião dos outros. São crianças com bom desempenho em artes,
construção, dão-se bem no uso de mapas, quadros, bandeiras, fotos, assim como
em mecânica, joalheria, desenho gráfico, treino de animais e cuidados com
plantas. Talvez tenham que substituir aritmética linear e álgebra por
trigonometria e geometri a... que são conceitos mais úteis às suas inclinações
e organização mental. Ao contrário das crianças verbais, com pensamento linear
seqüencial, terão mais sucesso em matemática básica, xadrez e informática, do
que em linguagem, historia, ou língua estrangeira...
Resumindo, há entre nós conhecimento
suficiente, embora ainda não organizado em termos da prática educativa, para
abalizar uma mudança no modo de ver, interpretar e educar as crianças
disléxicas, ao âmbito de ação da escola. É urgente que
comecemos a acolher e aceitar os alunos disléxicos, não somente focalizando e
acudindo as suas “dificuldades”, mas com um novo olhar para incentivar e
desenvolver suas capacidades e potencial para realizações.
O futuro agradece
...
Bibliografia e Referências
Combs, A. et alli,
(1969) Florida Studies in the Helping Professions,
Un. of Florida,
Combs A., (1980) Some
Observations on Self Concept Research and Theory, Un. of Northern Col.
CLARK, Bárbara (1984) Growing up Gifted, Macmillan Publishing Co. N Y.
Davis, R. e Braun, E. (1997) The Gift of Dyslexia: Why Some of the
Smartest People
Can't Read and How They
Can Learn, Perigee Books
Gagné, F., (2008). Debating
giftedness: Pronat vs. Antinat. In L. Shavinina (Ed.), Handbook of Giftedness, Chapter 7, Springer.
Gagné, F. (2005).
Transforming Gifts into Talents: The DMGT as a Developmental Theory. High Ability Studies, 15, 119-147.
Grandin, T. (1995) Thinking in Pictures. Vintage Press (Division of
Random House), New York, NY.
Guenther, Z.C. (2009) Uma
Nova Psicologia para a Educação - Educando o Ser Humano, Canal6 Editora,
Buaru S. Paulo
Guenther, Z. (2006) Capacidade e Talento- Um
Programa para a Escola, EPU, S. Paulo
Montgomery, D (2003) Gifted
and Talented Children with Special Educational Needs London: David Fulton.
Westwood, P (2003) Commonsense Methods for Children with Special Educational
Needs London: Routledge Falmer.
Purkey, W. (1970)
Self Concept and School Achievement Englewood
Cliffs, N. J.
Rawson,
Margaret (1995) Dyslexia Over
the Lifespan: A Fifty five Year Longitudinal Study, Educators
Publishing Service NY .
Rosenthal, R. e Jacobson, L. (1968) Pygmalion
in the Classroom
Shavinina,
L. (2004) Explaining high abilities of Nobel laureates, High Ability Studies,
15(2), 243–54.
Silverman,
Linda (2002) Upside-Down
Brilliance: The Visual Spatial Learner,
De Leon Publis NY
St. Clair, R. N (2006) Visual
Metaphors, Visual Thinking and The Organization of Cognitive Space
West,
Thomas G. (1997), In the Mind's
Eye: Visual Thinkers, Gifted People with Dyslexia and Other Learning
Difficulties, Computer Images and the Ironies of Creativity, Prometheus
Books NY
Nenhum comentário:
Postar um comentário