Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

PARTE 4 GUENTHER, Z. (2009) Aceleração, ritmo de produção e trajetória escolar. A visão contrária à aceleração de série da Dra. Joan Freeman :


PARTE 4


GUENTHER, Z. (2009) Aceleração, ritmo de produção e trajetória escolar- desenvolvendo o talento acadêmico, Rev. Educação Especial, vol 22, 35, p.281-298




Aceleração, ritmo de produção e trajetória escolar:
Desenvolvendo o talento acadêmico




 Zenita C Guenther, Ph.D





A visão contrária à aceleração de série da Dra. Joan Freeman :



Joan Freeman (Inglaterra) coloca-se em posição radicalmente contrária a qualquer tipo de aceleração, a que denomina uma medida própria de “mercadores apressados”. Em mensagem pessoal à autora (2009), onde cita sua própria pesquisa, diz literalmente:




“Para mim, sacrificar a infância preciosa por resultados de exames não é uma boa barganha. Posso dizer em minha longa pesquisa no Reino Unido, incluindo 17 alunos acelerados, que os resultados após 34 anos indicam restos de mal estar, e raiva. Felice Kaufman demonstrou que as crianças prodígio da América nunca conseguem levar uma vida normal. Eles sentem que precisam estar sempre provando que são mais inteligentes que os outros. Pelos meus estudos ao redor do mundo, - pode chamar de ‘Fórmula Freeman’, - quanto piores as provisões educacionais mais aceleração é preciso para os alunos dotados. Mas países com melhores sistemas de educação, como a Escandinávia, não aceleram nunca!”. (Freeman 2009; Mensagem pessoal à autora)”.




Pode-se suspeitar que a opinião sensata de Freeman é baseada no conceito cultural de “infância” vivida em país rico, quando diz: “Não quero ver as crianças dobradas sobre os livros enquanto o mundo está lá fora... Quero que descubram a vida interagindo, experimentado, sonhando, brincando, fazendo amigos, ousando, errando... e muito mais.”,  no que sem dúvida, concordamos... Mas em ambientes de privação econômica e cultural as crianças descobrem a vida de maneiras muito diferentes...




Southern et al. (1993), estudando a resistência à aceleração, aponta que há efetivamente alguns riscos, porem devido a planejamento sem visão de longo prazo, em que os professores aprendem pouco sobre os estudos que investigaram preocupações com possíveis conseqüências futuras. O maior problema ainda é não haver provisões de longo prazo para alunos excepcionalmente dotados. Por exemplo, uma criança que avançou consideravelmente em ciência nos anos iniciais, encorajado a ampliar e aprofundar os estudos, se mesmo acelerado freqüenta uma escola onde os laboratórios são limitados, ou não há suporte para expandir seu aprendizado, pode enfrentar um hiato no desenvolvimento enquanto espera por níveis mais elevados.




1.1            - Em síntese




Examinando posições pró e contra aceleração, expressa por pesquisadores que se debruçaram sobre o tema, e resultados dos estudos mais abrangentes até agora realizados, pode-se afirmar que há ampla gama de vantagens à adoção da aceleração para alunos mais capazes, tanto como medida pedagógica conduzida pela própria escola, como medida administrativa introduzida no sistema educacional.


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