Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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sexta-feira, 2 de março de 2012






 
Um blog a serviço da educação






 


Texto escrito pela querida colega

Denise Maria de Matos Pereira de Lima



  

Esse tema é polêmico e gera dúvidas para quem tem pouca informação sobre ele. É comum encontrarmos crianças superdotadas com diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDA/H). Mas por que isso ocorre? Existe alguma relação entre Superdotação e TDA/H ? Vamos tentar elucidar algumas questões que envolvem essa temática.




Alta habilidade/superdotação trata-se de uma condição humana, expressa por meio do elevado potencial do indivíduo para pensar e agir sobre determinados conhecimentos e comportamentos, com criatividade, motivação intensa e habilidade acima da média, ao ser comparado a outros da mesma faixa etária. Não encontraremos nenhum conceito de superdotação que determine alguma diferença anatômica no cérebro ou anomalia em seu funcionamento.




 Pessoas superdotadas apresentam alguns comportamentos específicos, que podem ser identificados por meio da observação de suas produções, suas formas de aprendizagem e do modo como estabelecem o convívio diário. Ainda não há exames médicos (como tomografias, eletroencefalograma, entre outros dessa ordem) que identifiquem um cérebro superdotado.




A superdotação não é uma síndrome, não é uma deficiência, nem mesmo uma doença. Por essa razão, não existe tratamento médico ou medicamentoso que promova sua cura. A superdotação, como já dissemos, é uma condição humana. Poderíamos dizer que se trata de um cérebro com funcionamento privilegiado, pois ele apresenta condições orgânicas de realizar aprendizagens mais rápidas e de estabelecer relações entre as informações de maneira mais elaborada e em menor tempo, além de possuir uma memória fabulosa.




É natural, portanto, que uma pessoa que tem grande facilidade em reter informações, estabelecer relações muito rapidamente e chegar a conclusões sobre vários assuntos, consiga se destacar. A ânsia por aprender sempre mais poderá tornar o superdotado uma pessoa inquieta, extremamente ansiosa por novos conhecimentos. Além disso, o grande desejo por novas aprendizagens poderá torná-lo insatisfeito e desmotivado quando espera algo novo e depara-se com ações pedagógicas lentas e sem progresso. Nesse caso, é comum encontrarmos crianças e jovens superdotados apresentando comportamento acentuado de desatenção na escola.






A respeito do TDA/H, na história da medicina existem relatos sobre o médico inglês, George Still, que, em 1902, registrou alterações comportamentais em crianças. Por volta de 1927, o interesse por esses quadros comportamentais se intensificou. Na década de 30, drogas psicoestimulantes (como o metilfenidatomais conhecido como ritalina) começaram a ser administradas em crianças e adolescentes para conter os sintomas decorrentes dessas alterações de comportamento, que, desde então, receberam diversos nomes : lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, síndrome da criança hiperativa, distúrbio primário da atenção e distúrbio do déficit de atenção com ou sem hiperatividade.


 

Mas o que é o TDA/H ? É um transtorno neurológico que atinge principalmente duas áreas importantes do cérebro : área motora e a pré-frontal. Essas áreas atuam, principalmente, no controle dos movimentos e na tomada de decisão. É por esse motivo que a pessoa com TDA/H é inquieta e possui dificuldade de concentração, agindo impulsivamente, sem critérios mais precisos para tomada de decisões.




Alguns comportamentos do superdotado e do hiperativo podem se assemelhar : a ansiedade e a agitação quando a criança vivencia uma situação estimulante e de aprendizagem, assim como a falta de atenção e a desmotivação quando o assunto não a interessa. A desatenção, a ansiedade e a agitação do hiperativo são comportamentos permanentes devido à alteração neurológica que se dá na área motora.



  

A hiperatividade deve ser diagnosticada e tratada por um neurologista. Em muitos casos, há indicação de medicamento para minimizar os sintomas, além de acompanhamento psicológico e utilização de estratégias pedagógicas adequadas.




Os comportamentos de superdotação podem ser identificados pelo professor. No entanto, o profissional habilitado para fornecer um laudo de superdotação é o psicólogo. Em alguns casos, pode haver indicação de atendimento terapêutico, mas as necessidades do superdotado estão voltadas para área pedagógica, portanto, a escola deve promover o enriquecimento curricular.




Apesar de terem alguns comportamentos semelhantes, o TDA/H e a alta habilidade/superdotação são quadros distintos. Quando crianças e jovens apresentam esses quadros associados, é indicado o acompanhamento neurológico, psicológico e pedagógico para que eles atinjam um melhor desempenho acadêmico e para que seu desenvolvimento emocional e cognitivo se dê com maior qualidade.

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