Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Vocês são contra ou a favor do “homeschooling” ? E por quê ?


Trouxe este tema à tona, porque alguns pais de crianças superdotadas têm me perguntado se conheço, o que sei sobre o assunto, se acho legal, válido, o ensino “homeschooling”, para crianças superdotadas. Acho que é válido, se considerarmos que, neste tipo de estudo, estará se respeitando o ritmo e a velocidade de aprendizagem diferenciados e inerentes às crianças superdotadas.



Porém, acho que pesa, negativamente, o fato do lado social não ser tão estimulado quanto o lado pedagógico. E também porque acho interessante e importante a criança aprender a conviver com os seus pares, com diferentes ritmos de aprendizagem, com outras qualidades e também com defeitos.



Sei que a questão social, das crianças que aprendem através do homeschooling é exercitada de outra forma, através de passeios em bibliotecas, atividades extra-curriculares, que podem ser melhor aproveitadas por estas crianças, clubes e escoteirismos. Mas, ainda prefiro e estou satisfeita com a opção tradicional de ensino que concedo aos meus filhos. Se bem que, no meu caso, considero-me uma felizarda, pois meus filhos estudam numa escola trilíngue.. Bom.. a discussão sobre as vantagens e as desvantagens do ensino bilíngue, eu já trouxe em outro texto. Agora, vamos nos informar sobre esta polêmica forma de ensino, que é o homeschooling.



Depois que vocês lerem o artigo, eu gostaria de saber a opinião de vocês a respeito desta modalidade de ensino, ok ?



Vocês são contra ou a favor do “homeschooling” ? E por quê?



Extraído do site do IG : http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/cresce-a-adesao-a-educacao-domiciliar-nos-estados-unidos/n1597354516094.html



Cresce a adesão à educação domiciliar nos Estados Unidos

1,5 milhão de crianças recebem ensino fora das salas de aulas. Entre as vantagens da prática estão qualidade e rapidez no aprendizado


Carolina Cimenti, de Nova York, especial para iG | 05/11/2011 07


À primeira vista, a educação doméstica ou domiciliar, conhecida nos Estados Unidos como home school, causa estranheza. Como um pai ou uma mãe podem ser capazes de substituir a escola, mesmo sem terem experiência como professores ? Parece loucura, mas nos Estados Unidos 2,9% das crianças em fase escolar não frequentam salas de aula tradicionais, mas são ensinados em casa pelos pais ou por tutores.


A prática conhecida como home school já é a realidade de mais de 1,5 milhão de crianças e adolescentes, e esse número aumenta em média 7% ao ano, de acordo com o National Center for Education Statistics (Centro Nacional para Estatísticas em Educação) do governo americano. E o que pode ser mais surpreendente, com bom resultado.


As pessoas mais interessadas na educação de uma criança são os pais dela. Se você tira as decisões educacionais das mãos do Estado ou de uma professora desconhecida, e as coloca nas mãos dos maiores interessados, é muito provável que os resultados serão excelentes”



Uma avaliação realizada pelo National Home Education Research Institute (Institute Nacional de Pesquisa sobre Educação Domiciliar) com mais de 10 mil estudantes dos 50 estados norte-americanos demonstrou que os chamados “homeschoolers” obtiveram pontuação mais alta que os estudantes das escolas públicas e privadas americanas em todas as matérias pesquisadas (leitura, língua inglesa, matemática, ciência e estudos sociais). Enquanto os representantes das escolas públicas e privadas pontuaram uma média de 50 pontos, os estudantes domiciliares atingiram em média 86 pontos.



A editora da revista digital Practical Homeschooling (Educação doméstica na prática, em tradução livre), Mary Pride, diz que é fácil entender esses resultados. “As pessoas mais interessadas na educação de uma criança são os pais dela. Se você tira as decisões educacionais das mãos do Estado ou de uma professora desconhecida, e as coloca nas mãos dos maiores interessados, é muito provável que os resultados serão excelentes”, afirma Mary. Além disso, a educação domiciliar é normalmente feita em grupos muito pequenos ou mesmo no formato de aula particular, quando o professor, seja ele um profissional ou uma mãe, está observando atentamente o aprendizado do aluno. Nenhuma dúvida passa despercebida.


Reconhecimento na década de 90


Até o início dos anos 90, ensinar em casa era um crime nos EUA. (Aqui no Brail, por incrível que pareça, é ... comentário da autora do blog). Na década de 80, centenas de famílias lutaram legalmente pelo direito de educar seus filhos domesticamente. Um a um, esses casos foram sendo reconhecidos, e a prática de home school foi ficando mais conhecida. Progressivamente, cada um dos 50 estados americanos começou a ajustar a sua legislação para regulamentar a prática. Finalmente em 1993 todos regularizaram a escola doméstica, porém até hoje as leis são diversas em cada um deles. “Atualmente nos EUA praticamente todo mundo conhece pelo menos uma criança sendo educada pelos pais em casa”, afirma Mary.




No estado de Nova York por exemplo, os passos necessários para uma família que quer educar seus filhos em casa envolve notificar a secretaria da educação antes do início do ano letivo, preencher um documento sobre qual será o plano de educação (currículo), manter o registro de datas e horas das aulas por pelo menos 180 dias por ano, enviar um relatório a cada trimestre explicando os temas tratados e o desempenho do aluno e, por fim, enviar um relatório final anual, juntamente com o relatório do quarto trimestre, com uma avaliação escrita sobre o aluno



Alguns estados ainda aplicam testes independentes a cada ano para testar os estudantes, mas a avaliação geral é efetivamente feita com as provas nacionais chamadas SAT e ACT, pré-universitárias – o “Enem” norte-americano. Normalmente, a pontuação dos estudantes “caseiros” é vários pontos mais alta que a média.


Qualidade e rapidez no ensino



Rebecca Kochenderfer mora na Califórnia e tem três filhos, de 20, 18 e 15 anos. Ela os educou em casa, com a ajuda do marido, dos pais de outras crianças (nas chamadas cooperativas educacionais), e de professores particulares. “Assim que eu fiquei grávida do meu primeiro filho, eu decidi que não queria colocá-lo na escola porque, sendo professora, eu via de perto como as coisas funcionavam : muita perda de tempo, pouca atenção personalizada e diversos professores mal informados”, conta Rebecca.


Rebecca Kochenderfer educou os filhos em casa e agora tem um site sobre o ensino domiciliar



Ela explica que as grandes vantagens da educação doméstica são a qualidade do ensino, o controle que os pais passam a ter sobre a educação dos filhos e o fato das crianças aprenderem não só a matéria, mas sobre elas mesmas e as formas que elas preferem estudar e se educar. “Trata-se do aprender pelo prazer de aprender, não para simplesmente passar em uma prova e depois esquecer. Eu nunca vou esquecer do dia que meu filho me chamou para repassarmos a lição de multiplicação porque ele ainda não estava seguro para ir adiante. As escolas tradicionais não têm espaço para isso”, afirma Rebecca, que de tanto se aprimorar em educação domiciliar, lançou o site mais visitado em todos os EUA sobre o tema:


www.homeschool.com.

Atualmente Rebecca está viajando pelos Estados Unidos para escrever um guia sobre educação domiciliar e dar dicas sobre lugares que podem ser visitados em cada estado para enriquecer a educação das crianças. “Home school envolve muitas visitas a museus, bibliotecas, teatros e exposições. É importante aprender com o mundo, não só com os livros”, explica a mãe-educadora, que conversou com o iG durante a sua rápida passagem por Nova York.


“Trata-se do aprender pelo prazer de aprender, não para simplesmente passar em uma prova e depois esquecer”

Outra grande vantagem deste tipo de educação é a rapidez. Enquanto uma criança matriculada em uma escola tem que passar toda a manhã ou toda a tarde em sala de aula, o ensino em casa é normalmente feito em uma ou duas horas por dia. Significa muito mais tempo livre para as atividades extracurriculares e passeios. “É por isso que muitos jovens atores ou cantores optam pela escola domiciliar”, diz Rebecca.

Falta tempo para pais e socialização a crianças


Mas é claro que existem desvantagens também. A maior delas é a perda ou diminuição da receita familiar, pois um dos pais tem que trabalhar menos ou parar completamente para se dedicar a educação dos filhos. Por outro lado, diminui também o custo da escola, se ela for particular. Outra desvantagem muito defendida pelos críticos da escola doméstica é a falta de socialização. Por outro lado, aumentando o tempo para atividades extracurriculares, as possibilidades de aumentar o contato com outras crianças também existe. O problema, porém, mais comum, que atinge mais de 90% dos pais que optaram por educar seus filhos em casa, é bem mais prosaico : falta de tempo e de oportunidades para limpar a casa e colocar as coisas em ordem, afinal as crianças passam mais tempo no ambiente.

“Esse realmente é um problema sério. Existem pais e mães que desistiram da escola doméstica por causa disso”, conta Mary. Rebecca, do alto dos seus três filhos educados em casa, concorda. “Eu e meu marido tivemos que baixar o nosso padrão de limpeza e arrumação quando começamos a educar os nossos filhos. Era divertido tê-los em casa e educá-los, mas por um tempo, tivemos que pagar esse preço”, concorda Rebecca.


Para quem olha de fora e passou toda a vida estudantil acordando às 6h30 da manhã para ir à escola, porém, a grande vantagem da educação doméstica está em outro fator : a liberdade. É difícil encontrar duas famílias que sigam o mesmo padrão em relação às “aulas”. Tem quem acorde cedo para estudar duas horas e depois ter o dia livre. Tem quem lê para os filhos até tarde da noite e depois os deixa levantar às onze da manhã. Tem quem gosta de dar aula de física e matemática na beira da piscina.


Grupos de pais e mães que optam pelo tipo de ensino às vezes se juntam para cada um dar uma aula específica, e assim aquele que odeia química e biologia não precisa sujar as mãos (e se formam as chamadas ‘escolas cooperativas’). E tem os grandes premiados, que estudam de quatro a cinco horas por dia na primavera e no outono, para passarem temporadas longas na casa da praia ou esquiando na montanha. São as famílias “a cigarra e a formiga”. A verdade é que para escola domiciliar não existem muitas regras. Desde que o estudante aprenda, pode-se tirar férias quando se quer e pode-se dar aula no parque, no zoológico ou na beira da praia.

Angela F visitou a ONU com o filho e outros estudantes domiciliares. Para ela, vantagem de educar filhos é a chance aproveitar Nova York


Angela F. mora no Queens, em Nova York, e tem três filhos, de 17, 15 e 10 anos, todos estudantes domésticos. Para ela, a grande vantagem de educar seus filhos em casa é a chance de poder aproveitar a cidade ainda mais – principalmente para fins educacionais. “Nova York tem tantos museus, tantas exposições e tanta arte, que é a perfeita cidade para se aprender na rua”, afirma Angela. A semana “letiva” na sua casa vai de domingo a domingo. De segunda a quinta-feira, ela dá aula aos filhos em casa. Na sexta-feira e no final de semana é hora de peregrinar.


No final de semana passado, a peregrinação incluiu aula de dança no sábado e uma visita à ONU no domingo. “Fomos com um grupo de estudantes domésticos, e as crianças participaram tanto que eu acho que ainda vai render assunto para toda a semana, inclusive para a redação de quarta-feira”, diz a mãe-professora. Pois é, porque tem isso, pais que educam os filhos em casa, acabam educando 24 horas por dia. “Qualquer cartaz no metrô ou troco que eu recebo no supermercado serve para termos conversas sobre ortografia ou matemática, a aula passeia com a gente”, explica Angela.


Finalmente, todas as famílias entrevistadas para essa matéria concordaram em uma coisa: cuidar da educação dos seus filhos em casa quer dizer passar mais tempo com eles e aprender muito com os pequenos, além de ensiná-los. “Não tem mãe mais letrada em Twitter, Facebook e em como utilizar todos os eletrodomésticos da casa do que eu. Até programar o horário da lavadora de roupas eu sei”, afirma Angela, orgulhosa dos seus aprendizados.


3 comentários:

  1. Sou parcialmente a favor da home school, não como é feita nos Estados Unidos. Acho importante o contato com outras crianças, principalmente pq minha filha não tem amiguinhas na rua, nem priminhos. A interação social é importante e não há lugar melhor para escola, mas tb n tenho nada contra os pais ensinarem em casa também, principalmente abordando assuntos do interesse da criança e até pra promover a intimidade dos pais com a criança.

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  2. Vejam que interessante o ponto de vista que a Educadora Katia Chedid, que tem um grupo no facebook, chamado Educação e Neurociência comentou, ali, naquele grupo sobre este artigo : "Eu sou contra se nao houver uma avaliação seria por meio do estado. O que sabemos que nao ira acontecer, alem disso um dos aspectos importantes da escola é a socialização....conheço pais arbitrarios e autoritarios que fariam seus filhos padecerem em casa e a escola e a unica zona neutrapara estascriancas. Como garantir que pais abusadores nao deixariam seus filhos em casa? E quem disse que os pais poderiam saber com neutralidade o que emelhor? Quem vai acompanhar estas criancas? Quem vai supervisionar estes pais? Nos EUA onde isto ja ocorre, ja vi casos, assustadores e a supervisao la é maior !"

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  3. Também sou parcialmente a favor, acredito que a interação escolar é muito importante para o desenvolvimento social da criança porém na parte educacional a escola acaba ficando a desejar.

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