Estudo comparou resultado de testes realizados em quatro anos. Alterações no resultado foram relacionadas a mudanças cerebrais
Maria Fernanda Ziegler, iG São Paulo | 19/10/2011 15:13
QI pode aumentar ou diminuir durante a adolescência. Estudo comparou resultado de testes realizados em quatro anos. Alterações no resultado foram relacionadas a mudanças cerebrais.
Mudanças no resultado do teste de QI foram acompanhadas de alterações na estrutura cerebral
O coeficiente de inteligência, o QI, é variável, pelo menos ao longo da adolescência, segundo um estudo da University College London divulgado nesta quarta-feira (19). A pesquisa foi realizada com 33 voluntários adolescentes e, ao longo de quatro anos, mostrou que seus resultados em testes de QI variou em até 20 pontos, o que contradiz a ideia de que o índice seria algo fixo para toda a vida. O estudo também analisou imagens de ressonância magnética e concluiu que a flutuação do QI está relacionada com alterações na estrutura do cérebro.
O aumento no resultado do teste de QI verbal - que mede linguagem, aritimética, conhecimento geral e memória – está relacionado com o crescimento da massa cinzenta no córtex motor esquerdo, ligado a motricidade da fala. Já o aumento no resultado do teste de QI não-verbal – que se pede para identificar peças faltantes em quebra-cabeças – está relacionado ao crescimento da densidade de massa cinzenta em uma região anterior ao cerebelo, ligada ao movimento.
Os pesquisadores ainda não sabem o que causa a flutuação do QI na adolescência. “Ela pode ser ativada por efeitos ambientais como educação e aprendizado ou pode estar relacionada com diferenças no desenvolvimento do adolescente. Ou pode ser as duas coisas. É a clássica questão de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha”, disse ao iG Sue Ramsden, autora do estudo publicado no periódico científico Nature.
Sue afirma no entanto, que está quase certa que a mudança do QI seja mais afetada por fatores ambientais. “Nós sabemos que o cérebro do adulto muda com o aprendizado”, disse. A pesquisa testou apenas adolescentes, porém estudos anteriores mostraram que treinamento intenso pode alterar estruturas do cérebro.
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