Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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domingo, 11 de setembro de 2011

CINCO VEZES A MELHOR




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A jogadora de futebol Marta venceu uma dúzia de batalhas antes de se tornar cinco vezes a melhor do mundo. Venceu a pobreza extrema, o abandono do pai, a distância dos grandes centros urbanos e o preconceito de ser uma mulher num esporte masculino – inclusive entre a própria família. Se tivesse deixado se convencer de que não tinha condição de ir atrás do grande sonho, talvez ainda estivesse em Dois Riachos (AL), onde nasceu, trabalhando em alguma atividade que lhe desse o sustento. “Sempre tive em mente que seria jogadora profissional, não me via fazendo outra coisa”, diz.


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Diante da improvável história de sucesso de Marta, que triunfou na aridez, fica a pergunta: o que separa os vencedores dos perdedores? Os cientistas afirmam que vencer é um conceito interdisciplinar, que envolve teorias sociológicas e psicológicas, questões econômicas e químicas cerebrais. Os hormônios, por exemplo, são um componente decisivo para a formação de um perfil bem-sucedido. Uma das linhas de pesquisa do americano Pranjal Mehta, da Universidade de Oregon, é desvendar a testosterona, também conhecido como hormônio da competição.


Em um estudo recente realizado na Universidade de Colúmbia, Mehta descobriu que quem tem altos níveis desse hormônio briga melhor nas disputas individuais. Já as pessoas com índices mais baixos tendem a vencer nas disputas em grupo. “Muito provavelmente porque, em conjunto, é preciso ser cooperativo, coisa que quem tem muito testosterona não é”, acredita o pesquisador.


O cientista da Universidade de Oregon também se debruçou sobre a questão da liderança, uma característica presente no perfil de um vencedor. Após realizar testes com dezenas de alunos do curso de administração, Mehta descobriu que não basta ter apenas altas doses de testosterona para ser uma pessoa dominante. É preciso também que haja uma combinação equilibrada com o cortisol, o hormônio do estresse.


Quanto mais alta a quantidade desse último, mais ele inibe os efeitos positivos do primeiro. “Os alunos com muita testosterona e pouco cortisol eram os mais confiantes, calmos e, ao mesmo tempo, dominantes.”





Se os hormônios têm uma participação relevante nas vitórias particulares, seria possível alterá-los na busca de melhores resultados? “Cerca de 50% da variação hormonal pode ser explicada pelos genes, mas os outros 50% têm relação com fatores externos”, explica o pesquisador americano. Por fatores externos, entenda-se fazer atividades físicas ou dietas e até coisas um tanto insólitas, como assistir a cenas de sexo.



Os genes também têm seu papel nessa história. Num outro estudo, conduzido pelo departamento de zoologia de Cambridge, os cientistas constataram que a liderança tinha mais relação com o temperamento do indivíduo do que com seus anos de estudo. Os líderes surgiam naturalmente conforme as situações em que eles eram colocados nos testes se apresentavam. A partir da pesquisa, os estudiosos definiram como seria um líder: audacioso, questionador e extrovertido. Perfil de quem gosta de correr riscos, muito comum entre empreendedores.



É o caso do gaúcho Arri Coser, que tornou sua churrascaria, a Fogo de Chão, um negócio internacional (leia abaixo) ao emplacá-la no mercado americano. E de Clóvis Souza, que nos anos 2000, mesmo sem entender nada de internet, criou um dos maiores negócios online do País.



Ter uma motivação, externa ou interna, é outra característica em comum entre pessoas vitoriosas. Um estudo conduzido por psicólogos da Universidade Washington de St. Louis (EUA) mostra que, quando uma pessoa sabe que existe uma compensação, ela fica muito mais concentrada. Durante testes feitos com jogadores que apostavam dinheiro, toda vez que uma nota de um dólar era mostrada, o córtex pré-frontal dorsolateral dos participantes – que coordena a interação entre o controle cognitivo e as redes neurais ligadas à motivação – entrava em ação.


Nesse momento, a concentração era total. Mas a recompensa pode ser traduzida em diversas formas – medalhas, contratos, metas superadas. Para André Akkari, o maior jogador de pôquer do Brasil, ela veio em montantes de dinheiro que ele nunca tinha sequer sonhado durante sua infância pobre. Akkari tinha 30 anos, muitas dívidas e uma vida feita de negócios informais e malsucedidos quando percebeu sua aptidão para o jogo. Hoje, é milionário e uma referência no carteado. Para exercitar sua mente, ele participa de pelo menos 30 torneios por dia ao mesmo tempo pela internet.



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