O executivo Luis Rodrigues teve uma carreira discreta no voleibol. Como diretor da Nike, ele se transformou no principal caçador de craques do Brasil.
Por Rosenildo Gomes Ferreira, IstoE Dinheiro
É difícil prever qual será o resultado obtido pela Seleção Brasileira de Futebol na Copa América, que acontece na Argentina. Mas a possibilidade de um jogador patrocinado pela americana Nike balançar as redes é muito grande. Afinal, nada menos que oito dos 11 titulares do time comandado por Mano Menezes são garotos-propaganda da fabricante de material esportivo baseada em Beaverton, no Estado americano do Oregon. No time atual, os holofotes estão direcionados para a dupla Neymar, 19 anos, e Paulo Henrique Ganso, 22 anos. Eles são as principais estrelas do portfólio de atletas patrocinados pela Nike do Brasil, composto por 200 esportistas. A maior parte deles foi incluída nesse grupo quando ainda não passavam de promessas.
O responsável por garimpar os novos talentos cada vez mais cedo é Luis Alexandre Pontes Rodrigues, diretor de marketing esportivo da Nike. Como jogador de vôlei, seu maior feito foi a conquista da medalha de bronze no Pan-Americano de Indianápolis, em 1987. Mas é na posição de executivo que ele vem ocupando o lugar mais alto do pódio. À frente de uma equipe de dez funcionários, Rodrigues corre o Brasil em busca do que classifica como o “extra craque” – categoria na qual inclui, além dos citados acima, Ronaldo e Alexandre Pato. “Para entrar no time da Nike não basta ser bom de bola”, diz Rodrigues.
Aposta de risco: "Quase todo dia alguém me liga dizendo que achou o novo Pelé", diz Rodrigues
“Analisamos o aspecto técnico, mas também os vínculos familiares e a capacidade de atuar em equipe.” O trabalho executado pela divisão comandada por Rodrigues tem uma dinâmica muito particular. Exige faro apurado e uma rede de contatos em todos os cantos do País. É necessário, ainda, ter jogo de cintura para escapar das roubadas. “Quase todo dia alguém me liga dizendo que achou o novo Pelé”, afirma. Exageros à parte, é certo que seu telefone no escritório da Nike situado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, é de longe o mais acionado na empresa.
As sugestões, passadas por olheiros, são checadas com amigos e parceiros. Em seguida, Rodrigues ou um integrante de sua equipe vai a campo para entrevistar o atleta. A decisão final é tomada pelo sistema de colegiado, como forma de distribuir a responsabilidade e minimizar as falhas. “No ano passado, a cada quatro dias embarquei em um avião para acompanhar competições e observar atletas”, diz Rodrigues. Até integrar a galeria dos atletas que embolsam cifras milionárias, eles têm de percorrer um longo caminho. O primeiro contrato assinado com a Nike não prevê remuneração. O pagamento é feito por meio do fornecimento de material esportivo, além de roupas e calçados da linha casual da grife.
Em um segundo momento, o salário pode variar, de acordo com o mercado, entre R$ 20 mil e R$ 30 mil por ano. Apenas quando o jogador se transforma em uma estrela é que as cifras se aproximam da casa do milhão de reais. Foi assim com Neymar, que ingressou no plantel da Nike em 2007. Somente dois anos depois, o moicano da Vila Belmiro começou a receber em espécie. Hoje, o craque do Santos e da Seleção Brasileira embolsa cerca de R$ 1 milhão por ano. Em todos os casos, o valor é sempre atrelado ao desempenho.
Política considerada acertada pelo mercado. “Esse tipo de relacionamento ajuda na profissionalização do setor no Brasil”, diz o consultor José Carlos Brunoro, especialista em marketing esportivo. O departamento que hoje é comandado por Rodrigues surgiu em 1994. Naquele ano, a empresa enxergou a chance de marcar um gol de placa patrocinando a Seleção Brasileira.
Afinal, o time canarinho sempre chega como um dos favoritos na Copa do Mundo, que, naquele ano, aconteceria na terra da Nike. Daí para a frente foi correr para a galera. Rodrigues não revela, mas sabe-se que a subsidiária contribui com uma parcela significativa das receitas da divisão que atingiram US$ 2 bilhões em 2010, um pouco mais de 10% das vendas globais, de US$ 19 bilhões.
O executivo Luis Rodrigues teve uma carreira discreta no voleibol. Como diretor da Nike, ele se transformou no principal caçador de craques do Brasil.
Por Rosenildo Gomes Ferreira, IstoE Dinheiro
É difícil prever qual será o resultado obtido pela Seleção Brasileira de Futebol na Copa América, que acontece na Argentina. Mas a possibilidade de um jogador patrocinado pela americana Nike balançar as redes é muito grande. Afinal, nada menos que oito dos 11 titulares do time comandado por Mano Menezes são garotos-propaganda da fabricante de material esportivo baseada em Beaverton, no Estado americano do Oregon. No time atual, os holofotes estão direcionados para a dupla Neymar, 19 anos, e Paulo Henrique Ganso, 22 anos. Eles são as principais estrelas do portfólio de atletas patrocinados pela Nike do Brasil, composto por 200 esportistas. A maior parte deles foi incluída nesse grupo quando ainda não passavam de promessas.
O responsável por garimpar os novos talentos cada vez mais cedo é Luis Alexandre Pontes Rodrigues, diretor de marketing esportivo da Nike. Como jogador de vôlei, seu maior feito foi a conquista da medalha de bronze no Pan-Americano de Indianápolis, em 1987. Mas é na posição de executivo que ele vem ocupando o lugar mais alto do pódio. À frente de uma equipe de dez funcionários, Rodrigues corre o Brasil em busca do que classifica como o “extra craque” – categoria na qual inclui, além dos citados acima, Ronaldo e Alexandre Pato. “Para entrar no time da Nike não basta ser bom de bola”, diz Rodrigues.
Aposta de risco: "Quase todo dia alguém me liga dizendo que achou o novo Pelé", diz Rodrigues
“Analisamos o aspecto técnico, mas também os vínculos familiares e a capacidade de atuar em equipe.” O trabalho executado pela divisão comandada por Rodrigues tem uma dinâmica muito particular. Exige faro apurado e uma rede de contatos em todos os cantos do País. É necessário, ainda, ter jogo de cintura para escapar das roubadas. “Quase todo dia alguém me liga dizendo que achou o novo Pelé”, afirma. Exageros à parte, é certo que seu telefone no escritório da Nike situado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, é de longe o mais acionado na empresa.
As sugestões, passadas por olheiros, são checadas com amigos e parceiros. Em seguida, Rodrigues ou um integrante de sua equipe vai a campo para entrevistar o atleta. A decisão final é tomada pelo sistema de colegiado, como forma de distribuir a responsabilidade e minimizar as falhas. “No ano passado, a cada quatro dias embarquei em um avião para acompanhar competições e observar atletas”, diz Rodrigues. Até integrar a galeria dos atletas que embolsam cifras milionárias, eles têm de percorrer um longo caminho. O primeiro contrato assinado com a Nike não prevê remuneração. O pagamento é feito por meio do fornecimento de material esportivo, além de roupas e calçados da linha casual da grife.
Em um segundo momento, o salário pode variar, de acordo com o mercado, entre R$ 20 mil e R$ 30 mil por ano. Apenas quando o jogador se transforma em uma estrela é que as cifras se aproximam da casa do milhão de reais. Foi assim com Neymar, que ingressou no plantel da Nike em 2007. Somente dois anos depois, o moicano da Vila Belmiro começou a receber em espécie. Hoje, o craque do Santos e da Seleção Brasileira embolsa cerca de R$ 1 milhão por ano. Em todos os casos, o valor é sempre atrelado ao desempenho.
Política considerada acertada pelo mercado. “Esse tipo de relacionamento ajuda na profissionalização do setor no Brasil”, diz o consultor José Carlos Brunoro, especialista em marketing esportivo. O departamento que hoje é comandado por Rodrigues surgiu em 1994. Naquele ano, a empresa enxergou a chance de marcar um gol de placa patrocinando a Seleção Brasileira.
Afinal, o time canarinho sempre chega como um dos favoritos na Copa do Mundo, que, naquele ano, aconteceria na terra da Nike. Daí para a frente foi correr para a galera. Rodrigues não revela, mas sabe-se que a subsidiária contribui com uma parcela significativa das receitas da divisão que atingiram US$ 2 bilhões em 2010, um pouco mais de 10% das vendas globais, de US$ 19 bilhões.
Clau, showw!! realmente o cara tem que ter muuuuuuuuuita sensibilidade pra enxergar do que e no que o outro é capaz, mesmo que naquele momento não demonstre absolutamente todo o potencial que tem...e aí é que vem o X da questão: como transformar nossos educadores em caça talentos???? Afinal de contas, todo ser humano tem talento pra alguma coisa, não importa o grau e nem a proporção...e com a motivação dos educadores (sejam eles pais, mestres, professores, educadores sociais, etc...)o desenvolvimento de nossa sociedade seria diferente. Beijos.
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