Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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quinta-feira, 7 de julho de 2011

ADOLESCENTES SUPERDOTADOS


http://www.new-digital.net/dicas-fundamentais/adolescentes-sobredotados-gerir-a-diferenca/



Texto enviado pela Marta, da Comunidade do Orkut, Pais de Superdotado.


É relativamente frequente ouvir relatos sobre jovens considerados superdotados que, entre os onze e os quinze anos, apresentam uma série de problemas decorrentes desta sua condição: perfeccionismo, competitividade exacerbada, visão narcisista e exagerada das suas capacidades, rejeição (pelos outros jovens), confusão face aos diferentes feedbacks que recebem em relação às suas capacidades e pressão social e parental para serem extraordinariamente bem-sucedidos, bem como frustração face a currículos escolares pouco desafiantes.



Alguns destes jovens têm dificuldade em fazer (e manter) amigos, em escolher um curso no Secundário e, finalmente, no Ensino Superior, em fazer uma opção de carreira. E a todos estes problemas "específicos" dos superdotados somam-se, amplificadas, as questões com as quais todos os adolescentes se deparam.


Os pais destes alunos, bem como os seus professores, devem, em primeiro lugar, contabilizar e apreender os problemas com que eles se deparam. Cabe-lhes depois ajudar estes jovens a assumir e desenvolver as suas capacidades extraordinárias, bem como a tentar compreender e ultrapassar os obstáculos que irão encontrar.



Identifiquemos então alguns dos obstáculos que estes adolescentes poderão ter de ultrapassar.


• Autoconfiança e/ou assumir/reconhecer as suas qualidades/defeitos


Os adolescentes superdotados parecem, simultaneamente, "assumir" plenamente e questionar profundamente a validade das capacidades que obviamente detêm. Alguns pedagogos identificaram, em jovens adultos superdotados, o chamado "síndroma do impostor", que assenta na dúvida e na falta de autoestima por parte do indivíduo. A pressão dos seus pares para se integrar num todo homogêneo pode levar estes adolescentes a negar, de forma mais ou menos intensa, qualquer característica que os destaquem, o que é mais evidente naqueles cuja superdotados não foi precocemente diagnosticada.


Outro aspecto que pode constituir um fator de pressão é a sensação de que os "dons" destes adolescentes devem ser uma dádiva para aqueles que os rodeiam : pais, professores e até a sociedade em geral.



• Dissonância


Este jovens superdotados admitem ser perfeccionistas. Aprenderam a exigir sempre mais e a tentar superar as melhores expectativas. O desejo infantil de executar uma tarefa com total perfeição esbate-se na adolescência. É o próprio adolescente que constata (de forma mais clara do que os próprios pais e/ou professores) a diferença existente entre aquilo que planejava fazer e o que, efetivamente, no final, "lhe saiu".



• Correr riscos




Curiosamente, enquanto as crianças superdotados tendem a arriscar mais do que as restantes, ao chegarem à adolescência essa tendência diminui, o que faz com que sejam adolescentes menos temerários do que a média. Uma explicação possível para este fato é a necessidade de ter o controle em todas as situações, o que os leva a recusar desafios, no que diz respeito às relações pessoais, ao desempenho acadêmico ou desportivo.





Competição intensa


Por um lado, todos os adolescentes são muito suscetíveis a críticas e a sugestões feitas por outrem. Por outro lado, no caso dos adolescentessuperdotados, a maior parte das pessoas que os rodeiam – pais, amigos, irmãos, professores – acabam por projetar no seu percurso acadêmico/profissional os seus próprios sonhos e expectativas, elevando bastante uma parcela "naturalmente" já alta. É por isso normal que nos cheguem aos ouvidos relatos feitos por estes jovens nos quais eles contam como, ao tentar ir ao encontro das expectativas de todos os que os rodeavam, tentando ser sempre "o melhor", eram corroídos pela dúvida e pelo desespero de não conseguirem estar à altura. Ser um adolescente "normal" e vencer desafios sucessivos, cada vez mais exigentes, esgota as energias (desviando-as, por exemplo, da agitada vida social de um adolescente típico), podendo levar a um estado de frustração e desalento.


• Impaciência


Tal como a maioria dos adolescentes, os superdotados são impacientes : seja quando tentam encontrar a resposta para uma pergunta difícil, seja quando tentam agradar aos seus amigos ou quando, colocados perante várias alternativas, escolhem "a mais rápida". Esta predisposição para tomar decisões impulsivas, aliada ao talento que os caracteriza, pode originar nestes adolescentes especiais reações negativas relativamente a situações ambíguas.Ao reagirem a estas situações de forma precipitada, encontrando respostas que muitas vezes não existem, acabam frequentemente por cometer erros. Erros que os seus pares lhes podem relembrar quando, como qualquer adolescente normal, lhes querem dizer que ele "não é assim tão esperto".


• Consciência precoce da identidade


Devido às pressões que sofrem, à competição muito presente no quotidiano e à sua falta de tolerância face a situações de ambiguidade, estes jovens tendem a tentar emancipar-se mais precocemente do que os seus pares.



Como ajudar estes jovens a lidar com todas estas questões ?


Eis algumas estratégias simples que os adolescentes superdotados podem adotar (em função da idade – e estamos a falar de jovens entre os onze e os quinze anos –, o sexo e o nível de participação nas atividades) e que cabe aos pais/professores recomendar :


• Fingir que não sabe tanto sobre determinados assuntos quanto efetivamente sabe.

• Agir mesmo como se fosse o "gênio". Decerto que te deixarão em paz.

• Evitar participar em programas que anunciam aos quatro ventos serem exclusivamente dirigidos a "alunos superdotados". Mas, por outro lado, se tiver autoconfiança suficiente, deves inscrever-te sem hesitar em programas concebidos para alunos "mais adiantados".

• Ajustar o teu vocabulário e nível de linguagem aos dos teus colegas/amigos.

• Tentar participar em projetos comunitários nos quais a idade não é um critério determinante.

• Desenvolver as tuas características/dons mais evidentes em atividades fora da esfera de influência da escola.

• Não tenha receio de desenvolver relações de amizade com alguns adultos que merecem a tua confiança e a dos teus pais.

• Não tenha medo de ser amigo (apenas) de outros superdotados.

• Assumir as tuas capacidades e ajudar os teus colegas/amigos a terem um melhor rendimento escolar (isto não quer dizer que lhes faça os trabalhos de casa).

3 comentários:

  1. Acho que eu não concordo com as três primeiras recomendações do autor sobre algumas estratégias simples que os adolescentes superdotados podem adotar e que cabe aos pais/professores recomendar :

    Não concordo com estas :

    • Fingir que não sabe tanto sobre determinados assuntos quanto efetivamente sabe.

    Tudo bem. Não precisa ficar gritando, aos quatro ventos, tudo o que sabe, senão, realmente, a criança, a esta altura do campeonato já não tão criança assim, vai aparentar, mesmo, muito chato. Mas, se o assunto vier à tona, numa roda de conversa, ou numa aula, acho, sim, que o adolescente tem que expor o seu ponto de vista, com a riqueza de detalhes que são típicas e inerentes à uma pessoa superdotada.


    Segundo ponto do qual eu talvez não tenha entendido direito :

    • Agir mesmo como se fosse o "gênio". Decerto que te deixarão em paz.


    Não acho que esta seja uma boa recomendação. Pode ser que, de certo, as pessoas o deixarão em paz, mas, se estamos falando de amigos, eles vão deixar o adolescente em paz, e nunca mais voltar, o que acaba lhe sendo muito prejudicial. Fora, que esta atitude de "bancar o gênio", pode soar como arrogância. Não recomendo !


    • Evitar participar em programas que anunciam aos quatro ventos serem exclusivamente dirigidos a "alunos superdotados". Mas, por outro lado, se tiver autoconfiança suficiente, deves inscrever-te sem hesitar em programas concebidos para alunos "mais adiantados".


    Bom, infelizmente, acho que no Brasil não temos este tipo de preocupação, pois, não conheço mais do que um programa exclusivamente dirigido a alunos superdotados. E, mesmo este um, não anuncia a quatro ventos, que existe. É até meio enrustido. Tem muito pai de criança superdotada que mora bem perto do local aonde ele existe e nunca ouviu falar a respeito. Imaginem, então, os demais adolescentes. E, se este programa foi algo que traz muita satisfação ao adolescente, não vejo porque ele deva se privar de frequentá-lo, só porque ele se destina a "pessoas superdotadas". O indivíduo terá que aprender a conviver com esta sua diferença positiva para o resto de sua vida e acho que se privar de uma boa oportunidade de desenvolver seus talentos, não é uma boa dica !

    E vocês.. o que acham deste texto e destas dicas ?

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  2. Este texto é de Portugal se nao me engano,e noto mesmo que na Eupopa a cultura de"nao exposiçao "é bem marcante.Talvez por isso o autor tenha sugerido essa repressao que talvez na concepçao deles(europeus)seja encarada como cautela.Concordo c/ vc Cláudia dá p/ se ser feliz sendo exatamente quem vc é.

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  3. Muito legal você dedicar uma postagem a esse tema. Ficou bem completa a abordagem.

    Jair

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