Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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domingo, 11 de julho de 2010

Mais uma situação revoltante !!!

Numa postagem minha, datada de 19/05/2010, discorri sobre como nós pais de crianças PAH´s nos sentimos em relação aos outros pais, de crianças "normais". Pois bem, estas situações, infelizmente, continuam se repetindo e sinto que só vão terminar, quando minha filha crescer e deixar de ser uma criança PAH e passará a ser uma adulta muito inteligente..rs..

Pois bem, estes dias comentei com uma super amiga minha, que conhece meus filhos, desde que eles nasceram, que as notas do boletim dos meus filhos foram , excepcionais, etc.. e que eu estava muito orgulhosa deles. Foi quando ela aproveitou a brecha, para me dizer que tinha ouvido de uma outra mãe da escola dos meus filhos que a minha filha chorava sem parar todos os dias.

Este mesmo comentário esta minha amiga me tinha feito há dois anos, logo que a Debora pulou de série. Realmente, a Debora, que hoje tem 9 anos, dos seus 4 aos 7 anos era ultra, mega sensível, o que se sabe que é uma característica destas crianças PAH´s. Ela teve esta fase de sensibilidade acentuada, onde tudo era motivo para ela chorar.. A escola e nós estávamos atentos para este fato, e a psicóloga que a avaliou não viu necesssidade da Debora fazer uma terapia, para lidar com esta situação, naquele momento. Apena nos disse para ficarmos alertas e assim a gente foi trabalhando com ela, quando estas situações aconteciam e ela foi melhorando.

A aceleração dela de série, que ocorreu quando ela tinha 6 anos e foi um obstáculo difícil para ela, que tirou tudo de letra. Se adaptou super bem à nova turma, se desprendeu facilmente da turma anterior e em dois meses absorveu a hipotética perda de conteúdo curricular.

Contudo, as crianças da série anterior não foram comunicadas, pela escola, que a minha filha tinha pulado de ano. Quando estas crianças chegaram no primeiro dia de aula e viram ou souberam que a Debora tinha pulado de ano, obviamente, não entenderam nada e ficaram revoltadas. Algumas chegaram a machucar a Debora fisicamente, através de rasteiras, beliscões, e outras também agrediram-na verbalmente, chamando-na de "se achona, metida, etc". Com isto ela também soube lidar muito bem, tirou de letra. Claro que doía em mim, quando ela vinha me contar estas histórias, e eu logo ia à escola, para intervir e a escola tomava uma providência conversando com a classe, com os alunos, explicando porquê a Debora tinha pulado de ano e aquelas crianças não.

Com as crianças da série acelerada também ocorreram e ainda ocorrem algumas situações estressantes, pois nem as crianças e nem muitos adultos conseguem entender porque uma criança mais nova é a aluna que mais facilidade tem de aprender, ou a que melhor notas tira na série toda. Ou seja, é o famoso : " O que que ela tem que eu não tenho ???". E também reagem de forma agressiva com ela.

Enfim, diante de todo este contexto, aconteceu, realmente, da minha filha ter tido, há dois anos e meio, vários episódios de choros, em sala de aula e também fora dela. Mas, isto já passou, ficou prá trás. Ela amadureceu muito com toda esta história e situação e hoje, quando chora, são em situações perfeitamente admissíveis e super esporádicas.

Contudo, para aquela mãe que eu contei que a minha filha tinha tirado notas maravilhosas na escola e para aquela mãe que fez a fofoca maldosa para ela, vai ficar a eterna imagem de que a minha filha é uma chorona e mais nada ! Ela nunca pode ser aquela menina brilhante, prodígio, espetacular.. porque isto é muito aos olhos dos outros pais. Para eles, minha filha tem que ser a eterna menina chorona, como se o fato dela ter pulado de ano significasse tão somente que ela não estava preparada para lidar com esta pulada e que ela é muito fraca emocionalmente... Uma pena..

Contudo, a Debora mesmo vai trilhando o seu caminho e mostrando prá todo mundo pro que é que ela veio !!!

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