Segundo a literatura científica (abaixo indicada) é recomendável reavaliar, após os 6 anos, a criança, que teve, entre 2 anos e meio aos 6 anos, a identificação de seu perfil cognitivo de AHSD, para aprofundar e confirmar a identificação do perfil de altas habilidades/superdotação. Isso ocorre por vários motivos:
Desenvolvimento Cognitivo e Emocional em Mudança
Antes dos 6 anos, a avaliação pode identificar características iniciais de altas habilidades, mas o desenvolvimento da criança é dinâmico.
As habilidades cognitivas, sociais e emocionais podem se manifestar de maneiras diferentes com a entrada na escola formal e o aumento das demandas acadêmicas e sociais.
Critérios mais Abrangentes
Após os 6 anos, numa avaliação neuropsicológica, podem ser aplicados instrumentos e estratégias mais específicos e validados para identificar altas habilidades/superdotação em diferentes áreas (intelectual, acadêmica, criativa, artística, liderança).
Além disso, o comportamento da criança em ambientes estruturados, como a escola, pode fornecer mais dados para a avaliação.
Planejamento Educacional
Uma reavaliação neuropsicológica permite identificar as áreas específicas em que a criança se destaca e planejar intervenções pedagógicas e estratégias de enriquecimento ou aceleração de forma mais direcionada.
Também é uma oportunidade para descartar fatores externos ou condições que possam ter interferido na avaliação inicial, como ansiedade ou timidez.
Normas Legais e Educacionais
Em muitos países e sistemas educacionais, a identificação formal de altas habilidades/superdotação exige avaliações atualizadas e baseadas em critérios específicos, especialmente para garantir o acesso a programas educacionais diferenciados.
Conclusão: Embora a identificação do perfil cognitivo e indicadores fortes de AHSD antes dos 6 anos seja um parâmetro importante para exigir o atendimento educacional especializado e adaptações curriculares que se fizerem necessárias, a reavaliação após essa idade é fundamental para confirmar a identificação e ajustar o suporte necessário à criança de forma mais eficaz e personalizada e também para considerar e diagnosticar eventual dupla excepcionalidade, que, não foi possível de ser diagnosticada na avaliação anterior.
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Fontes bibliográficas:
(Bergamin et al, em Estudos e Pesquisas em Psicologia. Versão On-line ISSN 1808-4281. Estud. pesqui. psicol. vol.22 no.1 Rio de Janeiro jan./abr. 2022 Epub 17-Maio-2024. https://doi.org/10.12957/epp.2022.66497. Psicologia do Desenvolvimento. Avaliação de Estudante com Altas Habilidades/Superdotação Pré e Pós-Oferta de Enriquecimento Curricular).
(SANTOS, DA COSTA, BIANCHI e Sant’Anna. Revisão de Literatura • Rev. bras. educ. espec. 28 • 2022 https://doi.org/10.1590/1980-54702022v28e0121. Características de crianças com Altas Habilidades/Superdotação: uma revisão sistemática).
Claudia Hakim
OAB/SP 130.783
Advogada Especialista em Direito Educacional (USP)
Pós-Graduada e especialista em Neurociências e Psicologia Aplicada
Sócia Fundadora do Instituto Brasileiro de Superdotação e Dupla Excepcionalidade
**Contato: **claudiahakim@uol.com.br
Insta: @claudia_hakim
YouTube: Claudia Hakim - Superdotação e Direito Educacional
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