Os nossos tribunais de justiça e nossa legislação
reconhecem que qualquer dano causado a aluno dentro das dependências da escola
é consequência de falta de monitoramento desta, competindo à escola o dever de
guarda pelos alunos, e de zelar pela incolumidade física e mental destes por
todo o período em que se encontrarem sob sua orientação. A partir do momento em que o aluno se
encontra nas dependências da escola, a instituição se torna a única responsável
pelo aluno, devendo zelar por sua segurança física e moral.
Quando uma escola possui um aluno com epilepsia,
por medida de segurança, prezando pela integridade física da criança e, com
fundamento nos artigos 5º, 6º, 7º e 70º do Estatuto da Criança e do
Adolescente, o estabelecimento de ensino deverá disponibilizar uma carteira de
estudante especialmente confeccionada para proteger o aluno, durante as crises
epilépticas, bem como uma monitora em sala de aula, para auxiliá-lo e protegê-lo,
durante estas crises, para fins de evitar eventuais lesões que ele possa vir a
ter, enquanto o aluno estiver na fase de adaptação da medicação prescrita para
a sua epilepsia. Uma vez controladas as crises, a escola voltará a carteira de
estudante anterior e dispensará a monitora.
A escola tem trabalhado junto aos alunos da turma do
aluno que apresenta crises de epilepsia, buscando a compreensão e a colaboração
de seus colegas, para com a situação que o aluno vem apresentando.
ECA
(ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE) :
“ Art. 5º
Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da
lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.
“Art. 6º
Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se
dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento”.
“Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção
à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
dignas de existência”.
“Art. 70.
É dever de todos prevenir a ocorrência
de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente”.
É responsabilidade da família comunicar a escola
quaisquer alterações no Plano de Saúde do aluno, tais como, por exemplo, a
alteração de medicação, ou tipo de crises.
COMO OS
PROFESSORES E OUTROS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PODEM AJUDAR A UM ALUNO COM
EPILEPSIA?
Professores bem informados que assistam uma crise
epiléptica podem fornecer dados importantes aos pais do aluno, possibilitando
diagnóstico e tratamento, auxiliando assim o processo da cura. Sabe-se que o
tratamento será mais eficaz quanto mais cedo for iniciado.
DURANTE
AS CRISES:
Fique calmo e peça para que toda a classe fique
calma. Não tente parar a crise e cuide
para que o aluno em crise não se machuque, mantendo-o longe de qualquer objeto
que possa feri-lo, colocando qualquer coisa macia sob a cabeça. Não coloque
nada na boca. Deite-o de lado com a cabeça elevada para que possa respirar
bem e não aspirar o conteúdo do estômago para os pulmões.
Se a crise da criança for do tipo acinéticas,
atônicas ou mioclónicas, que são as que produzem mudanças bruscas na tonacidade
muscular, que podem fazer cair repentinamente a criança ou fazê-la sacudir o
corpo todo, a criança ou aluno deve usar um tipo de capacete para proteger a
cabeça. Estas crises são mais difíceis de controlar do que as outras.
APÓS AS
CRISES:
Espere que a crise termine espontaneamente e
depois deixe-o repousar ou dormir, ficando
com ele até que ele se recupere. O
aluno deve ser levado para o atendimento médico especialmente quando for a primeira crise, se a crise durar mais de 10 minutos, se ela se repetir em intervalos
breves, ou se o aluno tiver sofrido algum tipo de ferimento. Em casos de dúvida sempre levá-lo ao
serviço de saúde mais próximo ou chamar o resgate.
Avise a
família e questione sobre eventos anteriores assim como o uso de medicamentos
para epilepsia.
É importante salientar que o professor pode
observar sonolência excessiva e baixa concentração, sintomas que devem ser
comunicados ao médico que acompanha o aluno para melhor adequar a dose e o
horário da tomada da medicação. Uma pequena carta ao médico auxilia na condução
do caso da melhor maneira.
É comum
que os pais omitam a informação sobre o tratamento da epilepsia em seus filhos
pelo medo de discriminação. A
falta da tomada de medicamentos é a maior causa de crises na escola.
EXPLICANDO
AS CRISES
Se a crise for assistida pelos alunos, deve se
aproveitar a oportunidade para dar uma explicação simples do ocorrido e do que
fazer para ajudar, caso ocorra uma nova crise.
Salientar que crises não doem e não são
contagiosas. A discussão e a prática dos primeiros socorros pode ajudar a
desenvolver uma atitude de aceitação. É importante que o aluno com epilepsia
seja incluído nessa discussão.
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