Extraído do site : https://g1.globo.com/sp/itapetininga-regiao/noticia/2019/04/04/adolescente-de-14-anos-que-passou-em-vestibular-consegue-decisao-definitiva-para-continuar-graduacao.ghtml
Enzo passou em 14º no
vestibular da Fatec para o curso de automação industrial em julho de 2018,
conforme a mãe. A família entrou na Justiça e, após a liminar, o adolescente
foi autorizado a fazer a graduação.
No dia 26 de março, a
Justiça autorizou que o rapaz continuasse com a matrícula no curso superior. A
decisão não cabe recurso.
Segundo a mãe, Fabiana de
Cásia Grechi de Carli, a família está feliz com a notícia e já tinha
expectativa de conseguir a decisão definitiva.
"Confiante nunca
estávamos, mas sabíamos que ele tinha capacidade para conseguir. Ele sempre foi
meio diferente, nunca comparei pois cada criança é única. Independente de ter
idade, precisa pensar em competência", conta.
Decisão judicial
Adolescente de 14 anos que
passou em vestibular consegue decisão definitiva para continuar graduação
Justiça autorizou o
adolescente a realizar a efetivação da matrícula no curso superior de automação
industrial.
Morador de Tatuí faz curso na Fatec ao
mesmo tempo que cursa o Ensino Fundamental.
Por Nicole Annunciato*, G1
Itapetininga e Região
Na decisão, o juiz Marcelo Nalesso Salmaso alegou que a
avaliação psicológica realizada pela equipe técnica apontou que o "curso
superior em automação realizado na Fatec parece estar sendo importante para
motivá-lo, estimular seu potencial criativo, e preencher lacunas educacionais
existentes no ensino regular para adolescentes com altas habilidades."
Segundo a mãe, Enzo passou
por diversas avaliações neurológicas, psicológicas e neuropsicológicas durante
o processo, que constatou a superdotação do menino.
"[O processo] foi bem
longo. Ele fez acompanhamento para avaliar a capacidade cognitiva. A lei
assiste por conta da superdotação, mas ele continua cursando o ensino
regular", diz.
Aluno de 14 anos passa em vestibular de faculdade em Tatuí — Foto: Reprodução/TV TEM
A advogada especialista em
superdotação, Cláudia Hakim, conta que o processo durou aproximadamente oito
meses e que inicialmente havia realizado um pedido de liminar para que o juiz
avaliasse.
“Foi relativamente rápido.
Ele passou por pericia judicial, à pedido da faculdade, com uma psicóloga
nomeada pelo juiz para avaliar a maturidade. Ele está super bem inserido
socialmente e foi provado por laudos atestando que ele tem um QI de
superdotado. A lei prevê uma educação especial para alunos com esse perfil”,
conta.
Ainda conforme a advogada,
a decisão judicial ainda cabe à recurso da faculdade, porém o Ministério
Público e o juiz foram favoráveis à matrícula do rapaz.
“Alunos superdotados da
rede de SP não tem para onde correr. Esse foi um caso inédito, ele foi bem
atendido e recebido. Nem todo mundo se encaixa de forma igual”, explica.
Relembre o caso
De acordo com a mãe, para o garoto cursar a faculdade e o ensino fundamental simultaneamente, eles entraram com uma ação na Justiça, e o juiz deu uma liminar que autorizou o Enzo a frequentar as aulas.
O processo esteve em andamento, e avaliações foram realizadas para verificar o rendimento do estudante,tanto na escola quanto na faculdade.
“A gente não pensou em momento algum dele abandonar a educação básica. A gente queria que ele concluísse o 9º ano e Ensino Médio, e em paralelo fazer o curso de graduação na Fatec”, conta a mãe.
O processo esteve em
andamento, e avaliações foram realizadas para verificar o rendimento do
estudante, tanto na escola quanto na faculdade.
Em média, os alunos
iniciam a faculdade com 17 anos. Na sala do Enzo ele é o mais novo, mas foi
muito bem recebido pelos colegas de sala, como afirma o estudante Igor Ruduic.
“Eu fiquei surpreso,
porque nunca imaginei que fosse encontrar um menino de 14 anos aqui comigo. A
sala acolheu muito bem ele, até porque ele é muito inteligente. A gente dá
conselhos para ele, e ele entende muito bem o que a gente fala”, diz.
A psicóloga Analisa
Cassemiro diz que, apesar do adolescente estar pulando uma etapa da vida, se
ele for bem orientado essa experiência pode ser positiva. É preciso apoio da
família, escola e faculdade pra conciliar a rotina dupla.
*Colaborou sob supervisão
de Paola Patriarca
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