Extraído do site : https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/efe/2017/10/04/ganhador-do-nobel-de-quimica-relata-dificil-escolaridade-por-dislexia.htm
Ganhador do Nobel de Química relata dificuldade na escola por dislexia
UM DOS VENCEDORES DO PRÊMIO NOBEL DE QUÍMICA, JACQUES DUBOCHET (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)
Aos jornalistas, Jacques Dubochet disse que
seria muito difícil imaginar na infância que se tornaria um cientista
importante
Um dos três ganhadores do Nobel de Química 2017,
o biofísico suíço Jacques Dubochet lembrou nesta quarta-feira, em suas
primeiras palavras após ser premiado, que sua escolaridade foi complicada por
conta da dislexia, o que lhe fazia "ir mal em todas as matérias".
um dos três ganhadores do Nobel de Química 2017,
o biofísico suíço Jacques Dubochet lembrou nesta quarta-feira, em suas
primeiras palavras após ser premiado, que sua escolaridade foi complicada por
conta da dislexia, o que lhe fazia "ir mal em todas as matérias"
Em 1955, quando tinha 14 anos, Dubochet foi
"oficialmente" o primeiro menino disléxico do cantão de Vaud (leste
da Suíça), onde nasceu e residia.
Mostrando grande humildade, o premiado ofereceu
uma original coletiva de imprensa duas horas depois que a Real Academia Sueca
das Ciências divulgou os ganhadores, que além de Dubochet foram o
alemão-americano Joachim Frank e o britânico Richard Henderson.
Os três foram reconhecidos pelas contribuições
aos distintos períodos de desenvolvimento da "criomicroscopia
eletrônica", uma técnica que permite observar biomoléculas em alta
resolução, o que até esta descoberta era impossível.
"Em um momento como este, o meu sentimento
é de grande reconhecimento... mas um prêmio científico é algo ambíguo porque
põe um indivíduo em evidência, quando o esforço coletivo deveria ser
reconhecido", comentou.
Dubochet, que compareceu perante a imprensa como
se estivesse em uma sala universitária, simplificou seu desconforto afirmando
que consistiu em "inventar a água fria", embora tenha repetidamente
que enfatizado que não fez isso sozinho.
A invenção atribuída a Dubochet corresponde ao
procedimento de "vitrificação" da água, através de seu congelamento
ultrarápido, o que permite às biomoléculas conservar sua forma natural e que
permite que sejam estudadas suas propriedades originais.
Durante seu comparecimento, o professor
evidenciou várias vezes a pouca importância que dá à glória pessoal e assegurou
detestar a concorrência, pois a seu entender os avanços científicos só podem
ser o fruto da colaboração.
Dubochet também relatou que na sua infância
teria sido impossível imaginar que chegaria a ser um cientista tão importante
porque a sua dislexia gerava dificuldades de aprendizagem.
No entanto, disse que se trata de uma desordem
que "tem sistemas de compensação" que lhe permitiram se graduar e
virar doutor em biofísica.
O premiado, que tem dois filhos e se declarou
politicamente simpatizante da esquerda, está aposentado há dez anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário