Antonio Pereira explica importância do desenvolvimento do cérebro em um ambiente adequado (Foto: Alberto Leandro)
Insituto do Cérebro da UFRN promove ações envolvendo
neurociências para desenvolver capacidades cerebrais de alunos de escola
municipal
Pesquisas científicas apontam que a educação
fundamental precisa acompanhar a evolução do conhecimento sobre o cérebro. A
explicação é que as conexões cerebrais se estabelecem de maneira acelerada
durante a infância e a adolescência necessitando de um ambiente que possa
proporcionar o melhor desenvolvimento.
Visando atender a essa demanda em um problema
complexo como a educação pública, o Instituto do Cérebro, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), desenvolve há cinco anos o projeto
“Escolas Acadêmicas” em parceria com a Escola Municipal Juvenal Lamartine, no
Alecrim.
“O objetivo geral é oferecer para os estudantes
um ambiente de qualidade adequado para o desenvolvimento do cérebro dessas
crianças e adolescentes. Buscamos conhecer quais são as necessidades da escola
em várias áreas. É uma iniciativa que desenvolve junto com esporte, incentivo à
leitura e interação com a tecnologia mais atual”, explicou o coordenador
do projeto e professor do Instituto do Cérebro, Antônio Pereira.
Outro aspecto essencial para a realização do
projeto é a formação continuada dos professores do ensino fundamental para que
entendam as transformações e as necessidades dos seus alunos nesse período
crítico do seu desenvolvimento.
“Trabalhamos junto com a escola. Não temos a
solução pronta. Todas as ações são discutidas aqui com os professores que
conhecem as necessidades do ambiente escolar e do diálogo surgem as
intervenções que envolvem vários departamentos e professores da UFRN”, disse.
Professores da escola também recebem formação continuada para aplicar (Foto: Alberto Leandro)
Diretora da Escola Juvenal
Lamartine, Jeana Magalhães, explica que atualmente estão matriculados cerca de
800 alunos do próprio bairro do Alecrim como também de regiões da zona Norte de
Natal. “Atendemos a faixa etária de 4 a 16 anos da educação infantil ao ensino
fundamental. O projeto trouxe resultados positivos após o tempo de adaptação da
nossa equipe e nos tornou referência ao longo dos anos que o projeto tomou
corpo e já é modelo para a toda a rede municipal. Mostramos que é possível a
interação entre educação básica e ensino superior envolvendo docentes, alunos,
pais, funcionários”, afirmou Jeana.
O projeto iniciou com uma formação continuada sobre a “Neuroeducação”
envolvendo o Instituto do Cérebro, Departamentos de Pedagogia, Fonoaudiologia,
Psicologia, além da equipe da escola Juvenal Lamartine.
“Essa é uma contribuição modesta. Escolhemos uma situação grave e
complexa como é a educação e com a universidade viemos dialogar para propor
ações de enfrentamento ao problema inserindo no ambiente da escola com o
conhecimento aprendido envolvendo fonoaudiólogos, engenheiros”, disse Antônio
Pereira.
Aluno Antônio Ferreira participou de Olimpíada de Robótica representando a escola (Foto: Alberto Leandro)
A escola passou a contar também com um Núcleo de
Cognição Aplicado à Educação, local para que as atividades
sejam planejadas e desenvolvidas. Além disso, o projeto Escolas Acadêmicas
será expandido para a rede municipal após assinatura do convênio no início
desse ano entre a Secretaria Municipal de Educação e a UFRN.
“Os alunos se interessaram e tivemos
participantes em Olimpíadas de Robótica. Houve um crescimento na avaliação da
Prova Brasil e todos foram capacitados para aprender melhor. Temos por exemplo
o Laboratório de Robótica com o projeto Engenheiros do Futuro, a Leitura com
Neurociências, desenvolvendo as capacidades dos nossos alunos. Nossa missão é
ressaltar o valor da educação pública, motivando professores e alunos para
alcançar bons resultados, passaremos por uma reforma onde teremos salas
temáticas e que auxiliem no processo de aprendizagem, de acordo com o que
aprendemos por meio da parceria com a universidade”, afirmou Jeana Magalhães.
Aprendizado para
todos
Dentro das ações desenvolvidas pelo projeto
Escolas Acadêmicas, alunos do curso de Engenharia Elétrica desenvolvem na
escola municipal o projeto “Engenheiros do Futuro” em que os alunos do ensino
fundamental aprendem a teoria e prática da Engenharia Robótica.
“As crianças se interessam pela robótica e por
conhecimentos da ciência. Assim se torna um aprendizado mútuo”, disse a
bolsista Nayane do Nascimento, aluna do curso de Engenharia Elétrica da UFRN,
que participa do projeto.
Alunos da UFRN interagem com turmas do ensino fundamental da Juvenal Lamartine (Foto: Alberto Leandro)
A também estudante de Engenharia Elétrica, Paula Thainá fala com satisfação sobre o engajamento no projeto junto aos alunos da Escola Juvenal Lamartine. ”É um incentivo para seguirem na carreira de engenharia e robótica. Desde já aprendem o que lá no futuro poderão desenvolver melhor. Aliando teoria e prática com conteúdos de programação, automação, eletricidade, o que nos deixa muito empolgados”, disse Thainá.
“É muito legal as aulas teóricas e práticas que aprendemos a engenharia
robótica, para aprender a fazer muito mais, uma oportunidade que é sem custo e
oferecido pela parceria da escola com a universidade”, disse o aluno Antônio
Ferreira, que por meio do projeto representou a escola nas Olimpíadas
Brasileira de Robótica.
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