O sinal clinica central
é o déficit social, sem o qual o diagnóstico não deve ser feito. Há três modelos,
a saber : Déficit em Interações Sociais, quando a pessoa “não faz questão” de
se relacionar ; temos o Déficit de Habilidades Sociais, onde a pessoa quer
interagir/relacionar com terceiros e possui estratégias insuficientes para
conseguir ; e há indivíduos que utilizam a estratégia de “amigos ancoras”, onde
conseguem um relacionamento no formato de amizade, mas, com poucas pessoas, e
agem normalmente quando esse, poucos amigos estão presentes, mas, não conseguem
uma interação razoável com grupos maiores e mais amplos, principalmente com
pessoas desconhecidas. Interessante notar que as dificuldades de interação com
pares se mantém a vida toda.
Há interesses
extracurriculares específicos, restritos e mutantes, que ocorrem por períodos e
que adquirem características obsessivas.
As dificuldades com
o inesperado/novo são típicos. Então, a mudança inesperada de planos, mesmo os
simples, como o não ir mais à casa da avó ou ao shopping, pode gerar uma
tempestade emocional.
Sintomas obsessivos
são comuns.
Devido a seu perfil
comportamental e de comunicação, como obsessões rituais, dificuldades com o
novo, inflexibilidade, déficit na pragmática, repetições de temas, dificuldade
de acessar conceitos subjetivos do “mundo humano”, entre outros, a convivência com
o indivíduo com Síndrome de Asperger sempre causa um esforço a mais para a convivência.
Apesar de tudo, é
importante frisar que as pessoas afetadas pela Síndrome de Asperger não estão
em desvantagem em tudo, comparativamente aos neurotípicos : há habilidades “fantásticas”
como memória absoluta, GPS interno, hiperfoco nas atividades de interesse,
inteligência privilegiada, entre outras características. Se avaliarmos as invenções
que mudaram a civilização ocidental nos últimos séculos, poderemos constatar
que ninguém era neurotípico e que, possivelmente, a maioria tinha SA.
Hoje, raramente crianças
com menos de 7 anos já têm suspeita de S. Asperger encaminhadas já com a
hipótese, ou realizada pelo Autor, durante a consulta. Idem às mulheres. Elas
são encaminhadas, principalmente por dois motivos : comportamentos fora do
padrão, incluso déficit na interação intrapessoal e “problemas” na escola, que
podem ser de notas ou de comportamento : bizarrices como ficar deitado no chão
da sala, fazer comentários inadequados, em momentos descontextualizados, oposição
em realizar as tarefas, que não quer, sem se importar com as consequências,
desafio aos profissionais da escola, não conseguir se proteger do “bullying”,
etc.
Estes trechos foram
extraídos do livro “Fonte : Síndrome de Asperger e outros Transtornos do
Espectro do Autismo de Alto Funcionamento : da avaliação ao tratamento”, Autor
: Walter Camargos Jr. E colaboradores. Editora ArteSÁ, Belo Horizonte – 2013, que
eu mais do que recomendo. O livro é muito bom e esclarecedor e contém muito
mais informações, dicas de livros sobre a Síndrome de Asperger em meninas, orientações,
esclarecimentos. Vale à pena comprá-lo !
Nenhum comentário:
Postar um comentário