Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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segunda-feira, 4 de junho de 2012

PARTE 1 - Talentosos e disléxicos... Alunos que a Escola Rejeita...



PARTE 1



Anais do Congresso da Associação Nacional de Dislexia- DISLEX
em Porto, Portugal
Presidente Helena Serra Fernandes,
em Junho 2010.



Talentosos e disléxicos...
 Alunos que a Escola Rejeita...


Zenita C. Guenther , Ph.D.
CEDET –  Centro Para Desenvolvimento do Potencial e Talento -
Associação de Pais e Amigos para Apoio ao Talento - ASPAT - 



Dislexia leva a sucesso ???!!!



Personagens como Albert Einstein, Thomas Edison, Temple Grandin, Walt Disney; Winston Churchill… e outros como Cher; Tom Cruise; Greg Louganis; Bruce Jenner; Jackie Stewart... tem em comum o fato de que todos tiveram problemas na escola, e alcançaram notável sucesso na vida. A série televisiva da BBC2 – “A mente de um milionário”, embora seja uma fonte sem validação científica, aponta que “Dificuldade de aprendizagem é um bom precursor de sucesso na vida!!!”, com base na afirmação de que há quatro vezes mais disléxicos que se fizeram milionários que qualquer outro grupo na população.




Se sucesso financeiro for de fato sinal de “sucesso na vida”, para os educadores isso é alarmante : é uma indicação de que crianças disléxicas, mesmo quando dotadas de extraordinária capacidade, não são reconhecidas na escola pelo que podem fazer bem, mas pelas dificuldades, problemas e insucesso na aprendizagem ... Naturalmente, vivendo repetidas experiências de fracasso, é possível que formem uma idéia de si próprias como “incapazes para aprender”, o que já dificulta procurar caminhos para vencer os seus problemas.  




Desde a década de 70 que os clássicos “Florida Studies on the Helping Professions”, (Combs, 1969; e Purkey, 1977) destacam a influência de certas dimensões do auto-conceito, especificamente as que formam o auto conceito como aluno (bom, esforçado, inteligente, mau, negligente, incapaz, preguiçoso...) na determinação de resultados da aprendizagem escolar, alem das notas e pontos nas provas.  Essa noção é reforçada pela pesquisa em profecia que se auto-realiza, cujo estudo clássico é o conhecido “Pigmaleão na sala de aula”, de Rosenthal e Jacobson, (1968). Uma vez estabelecida essa dimensão do auto-conceito como “incapaz para tarefas escolares”, a escola torna-se um peso, algo de que se deve fugir tão logo seja possível, como expressa Richard Branson, “... eu sabia que ia me dar mal nos exames... então fui fazer outras coisas...” (BBC2 – “A mente de um milionário”, 2006). Porem, assim que conseguem minimizar a sensação de “incapacidade”, não raro alcançam sucesso na vida.




Ora, sendo capacidade essencialmente o poder de aprender, porque alunos disléxicos enfrentam tantas dificuldades para aprender o que lhes ensina a escola, mas aprendem com facilidade o que é necessário saber para enfrentar áreas complexas, mediadoras de sucesso na vida ? Tudo indica que um grande diferencial nessa situação é organização mental : essas pessoas demonstram pensar de maneira não linear, lidam com as informações representadas por imagens, situadas no espaço ; a organização da escola, bem como sua equipagem pedagógica, é amplamente linear, lida com as informações no tempo, em uma seqüência de palavras fatos, idéias... Assim crianças que pensam com outra organização mental terão necessariamente problemas com o ensino ali dispensado. Uma vez compreendido esse princípio, novas práticas de ensino poderão ser desenvolvidas e aperfeiçoadas.

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