PARTE 1
Anais do Congresso da Associação Nacional de Dislexia- DISLEX
em Porto, Portugal
Presidente Helena Serra Fernandes,
em Junho 2010.
Talentosos e disléxicos...
Alunos que a Escola Rejeita...
Alunos que a Escola Rejeita...
Zenita C. Guenther , Ph.D.
CEDET –
Centro Para Desenvolvimento do Potencial e Talento -
Associação de Pais e Amigos para Apoio ao Talento -
ASPAT -
Dislexia leva a sucesso ???!!!
Personagens como Albert Einstein, Thomas Edison,
Temple Grandin, Walt Disney; Winston Churchill… e outros como Cher; Tom Cruise;
Greg Louganis; Bruce Jenner; Jackie Stewart... tem em comum o fato de que todos
tiveram problemas na escola, e alcançaram notável sucesso na vida. A série televisiva da BBC2 – “A mente de um milionário”, embora seja uma fonte sem validação
científica, aponta que “Dificuldade de aprendizagem é um bom precursor de
sucesso na vida!!!”, com base na
afirmação de que há quatro vezes mais disléxicos que se fizeram milionários que
qualquer outro grupo na população.
Se sucesso financeiro for de fato sinal de “sucesso
na vida”, para os
educadores isso é alarmante : é uma indicação de
que crianças disléxicas, mesmo quando dotadas de extraordinária capacidade, não
são reconhecidas na escola pelo que podem fazer bem, mas pelas dificuldades,
problemas e insucesso na aprendizagem ... Naturalmente, vivendo repetidas experiências de fracasso, é
possível que formem uma idéia de si próprias como “incapazes para aprender”, o que
já dificulta procurar caminhos para vencer os seus problemas.
Desde a década de 70 que os clássicos “Florida Studies on the Helping Professions”,
(Combs, 1969; e Purkey, 1977) destacam a influência de certas dimensões do
auto-conceito, especificamente as que formam o auto conceito como aluno (bom, esforçado, inteligente, mau, negligente,
incapaz, preguiçoso...) na determinação de resultados da aprendizagem escolar,
alem das notas e pontos nas provas. Essa
noção é reforçada pela pesquisa em profecia
que se auto-realiza, cujo estudo clássico é o conhecido “Pigmaleão na sala de aula”, de Rosenthal
e Jacobson, (1968). Uma vez estabelecida essa dimensão do auto-conceito como
“incapaz para tarefas escolares”, a escola torna-se um peso, algo de que se
deve fugir tão logo seja possível, como expressa Richard Branson, “... eu
sabia que ia me dar mal nos exames... então fui fazer outras coisas...”
(BBC2 – “A mente de um milionário”, 2006).
Porem,
assim que conseguem minimizar a sensação de “incapacidade”, não raro alcançam
sucesso na vida.
Ora, sendo
capacidade essencialmente o poder
de aprender, porque alunos
disléxicos enfrentam tantas dificuldades para aprender o que lhes ensina a
escola, mas
aprendem com facilidade o que é necessário saber para enfrentar áreas complexas,
mediadoras de sucesso na vida ? Tudo indica que um grande diferencial nessa situação é
organização mental : essas pessoas
demonstram pensar de maneira não linear, lidam com as informações representadas
por imagens, situadas no espaço ;
a organização da escola, bem como sua equipagem pedagógica, é amplamente linear,
lida com as informações no tempo, em uma seqüência de palavras fatos, idéias... Assim crianças que pensam com outra organização mental terão
necessariamente problemas com o ensino ali dispensado. Uma
vez compreendido esse princípio, novas práticas de ensino poderão ser
desenvolvidas e aperfeiçoadas.
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