Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Desmistificando a Dislexia







Apesar do meu nicho ser o das crianças superdotadas e a superdotação como um todo, aqui no meu blog, também tem espaço para falar sobre alguns transtornos de aprendizagem. Nada impede que uma criança disléxica também seja superdotada. A dislexia, aliás, não é nenhum sinal de burrice. Conheço um caso de uma criança que estuda na escola da minha filha que tem dislexia em grau alto e também tem superdotação.


Mas, deixando, por ora, a superdotação de lado, acho interessante trazer para os meus leitores a informação sobre dislexia.


Paulo Breinis


A dislexia é a capacidade reduzida de compreensão da leitura e da escrita, resultante de um provável deficit fonológico. As pessoas que a possuem vão ter dificuldade de compreender a leitura e, geralmente, apresentam erros ortográficos e escrita inadequada, que podem ocasionar inúmeros problemas a nível escolar e social.




As crianças com dislexia têm dificuldade de identificar o som das letras, das sílabas, de palavras e frases. Por esse motivo, a alfabetização, leitura e escrita ocorrem mais tardiamente. O distúrbio permanece por toda a vida e adultos que não sentem prazer na leitura podem ser portadores de dislexia não diagnosticada na infância.




Estima-se que a doença acometa entre 5% e 17% da população e possua causas genéticas. Há muitos famosos disléxicos, de Charles Darwin a Tom Cruise, passando por Albert Einstein, Walt Disney, Whoopi Goldberg e Leonardo da Vinci. Analisando a carreira de cada um deles, fica mais claro entender que, apesar de a patologia não ter cura, não impede que a pessoa alcance suas metas e objetivos na infância e na idade adulta.




Em contraponto, a criança que não recebe orientações e tratamentos adequados pode ser quase que certamente vítima de bullying, ansiedade, depressão e até rejeitar a escola, ficando totalmente desmotivada.




Os pais devem estar alertas aos filhos na fase pré-escolar, quando há o primeiro contato com a alfabetização. O baixo rendimento geralmente é o primeiro ‘sintoma’, embora a parte cognitiva esteja absolutamente normal. Se o filho parece compreender o conteúdo escolar, respondendo a todas as questões oralmente, mas os resultados das avaliações escritas são negativos, vale levantar essa hipótese.




O diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, fonoaudiólogos e neuropediatras, geralmente realizado na faixa etária entre 9 e 10 anos. Os testes são feitos ao término desta fase, permitindo ao médico descartar outras doenças (diagnóstico de exclusão), como problemas de audição e visão, entre outros.




Não existe nenhum exame complementar que permita o diagnóstico. O tratamento não é medicamentoso e sim com terapia de fonoaudiologia e psicopedagogia. Somente em casos de comorbidades, onde o paciente apresenta, por exemplo, deficit de atenção simultâneo à dislexia, é que recorremos aos medicamentos.




O mais importante é respeitar as limitações de cada um.  A criança e o adolescente disléxicos têm o direito preservado por lei de serem avaliados de maneira diferenciada.



Paulo Breinis é neuropediatria do Hospital Brasil, médico chefe do setor de Neurologia Infantil do Hospital São Luis, do Hospital da Criança e do Hospital Santa Isabel. Foi Professor do Departamento de Pediatria e Chefe do Pronto-Socorro Infantil da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo por 14 anos.
Fones: (11) 3151.5883 / 3237.261

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