Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ajudando crianças superdotadas a enfrentar as emoções intensas

Texto traduzido por mim e extraído do texto original escrito por Carol Bainbridge, guia de About.com

Muitas crianças superdotadas são extremamente sensíveis. Parecem fazer exame tudo de coração e ficam extremamente tristes por palavras, e por ações que outras crianças podem ignorar ou superar rapidamente. Como podem os pais ajudar a suas crianças emocionalmente sensíveis a lidar com estas emoções intensas ? Estão aqui algumas sugestões que puderam ajudar. Eu, particularmente, aprecio os itens 1 e 4 e deixaria de lado os 2 e 3 abaixo sugeridos.. He He.

1) Compreenda o que é atrás da sensibilidade


As pessoas acreditam freqüentemente que as crianças sensíveis simplesmente estão sendo melodramáticas e estão fazendo um fuzuê por nada. Mesmo que as crianças superdotadas gostem de dramatizar, isto não diminui a intensidade de suas emoções. Estas crianças têm provavelmente o que o psicólogo Kazimierz Dabrowski se chamou supersensitivity ou overexcitability emocional. Isso significa que realmente experimentam emoções mais intensas do que outras.


2) Ajude a sua criança criar uma escala emocional da resposta


As crianças emocionalmente sensíveis parecem responder a cada experiência negativa como se fosse o fim do mundo. Elas não podem arrancar o que sentem, mas podem aprender a pôr estas experiências em um perspective útil, que possa lhes ajudar lidar com seus sentimentos fortes.


3) Como criar uma escala emocional da resposta

· Faça um exame de uma folha de papel e escreva os números de um a dez em uma lista vertical

· Pergunte a sua criança o que pensa que seria a pior coisa que lhe poderia acontecer. Você pode necessitar trabalhar nisto, porque a primeira resposta que você pode obter pode ser algo sem muita importância, tal como perder um brinquedo favorito. Uma resposta mais apropriada seria a casa se queimar. Escreva esta resposta para baixo, ao lado do número dez.

· Pergunte à sua criança o que ela pensa que seria a pior coisa, de menor relevância que lhe poderia acontecer. Isto pode ser um pouco mais fácil do que o evento do número dez. Poderia ser algo gosta do tipo ter que ir para a cama meia hora mais cedo do que o normal. Independentemente do que o evento seja, precisa ser algo negativo. Às vezes as crianças escolhererão algo neutro, isto é, algo que não se importam realmente. Escreva este evento ao lado do número um.

· Encontre um evento para escrever no ponto do número cinco. Uma vez que os eventos do número dez e do número um já tiverem sido decididos, é mais fácil encontrar um evento que possamos atribuir o número cinco. Ajude a sua criança a encontrar um evento que não seja realmente mau e nem ruim, mas bem no meio dos dois extremos.

· Preencha o resto dos números na lista. Talvez você precise revisar um pouco. Você e sua criança devem ver a progressão das piores coisas que lhe poderia acontecer.

Mantenha a escala emocional da resposta acessível de modo que você e sua criança possam lhe consultar quando necessário. Você mesmo pode mandar a sua criança criar um pôster da lista para manter-se na parede de seu quarto. Quando a sua criança começar a ficar muito triste, você pode então pedir que sua criança avalie o episódio que está gerando esta tristeza, de acordo com a escala que a criança criou. Naturalmente, a criança pode querer qualificar o episódio infeliz ou que lhe causou tristeza como se fosse um evento do número dez, mas, então, pergunte para ela, se ela realmente acreditar se tratar de um evento tal como o evento listado no número dez da escala. Ela verá que não é da mesma gravidade. Desta forma, pode ser que as crianças superdotadas hiper sensíveis poderão lidar melhor e aprender a controlar suas respostas emocionais aos vários eventos em suas vidas.


PREFIRO FICAR COM ESTES CONSELHOS AQUI (HE HE) :

· 4) Reconheça sentimentos da sua criança

Lembre-se que os sentimentos da sua criança são muito fortes e estes sentimentos são além o controle dela. Evite dizer coisas como “você é muito sensível” ou “pare de ter uma reação fora do normal, descontrolada”. Não apenas tais comentários não irão ajudar a criança, como também poderão fazer como que a criança tenha uma sensação de que ela tem alguma coisa de errado com ela. Isto pode ser especialmente difícil para meninos pequenos altamente sensíveis, que são supostamente mais emocionalmente resistentes, de acordo com os padrões da sociedade.

No tempo certo, sua criança poderá lidar melhor com suas ou suas emoções intensas, mas não farão com que ela perca esta ultra sensibilidade. Estas intensidades emocionais são parte da composição de uma pessoa e estão lá para toda a vida ! Entretanto, estas sugestões podem ajudar as crianças emocionalmente sensíveis a aprender a controlar aqueles sentimentos intensos.

Helping Gifted Children Cope with Intense Emotions

By Carol Bainbridge, About.com Guide

Many gifted children are extremely sensitive. They seem to take everything to heart and get extremely upset by words and deeds that other children can ignore or get over quickly. How can parents help their emotionally sensitive children cope with these intense emotions? Here are some suggestions that might help.


Understand What's Behind the Sensitivity


People often believe that sensitive children are simply being melodramatic and making a fuss over nothing. While some gifted children may have a flair for the dramatic, that does not diminish the intensity of their emotions. These children probably have what psychologist Kazimierz Dabrowski called an emotional supersensitivity or overexcitability. That means that they actually do experience emotions more intensely than others.

· Help Your Child Create an Emotional Response Scale


Emotionally sensitive children seem to respond to each negative experience as though it were the end of the world. They cannot help what they feel, but they can learn to put these experiences into a helpful perspective, which can help them cope with their strong feelings.

How to create an emotional response scale


· Take a sheet of paper and write the numbers one to ten in a vertical list

· Ask your child what he or she thinks would be the very worst thing that could happen. You may need to work on this as the first answer you get could be something relatively minor like losing a favorite toy. A more appropriate answer would be the house burning down or something along those lines. Write this answer down next to the number ten.

· Ask your child what he or she thinks would be the most minor thing that could happen. This may be a little easier than the number ten event. It could be something like having to go to bed a half hour earlier than usual. Whatever the event is, it needs to be something negative. Sometimes children will want to pick something neutral, that is, something that they don't really care about. Write this event next to the number one.

· Find an event to write in the number five spot. Once the number ten and number one events are decided on, it's easier to come up with a number five event. Help your child come up with an even that is not really bad and not really minor, but right in between the two extremes.

· Fill in the rest of the numbers in the list. This may take quite a bit of revising. You and your child must see the progression from the least to the worst thing that could happen.

Keep the emotional response scale handy so that you and your child can refer to it when necessary. You might even have your child create a poster of the list to keep on his or her bedroom wall. Whenever your child gets very upset, you can then ask your child to rate it according to the scale. Of course, they may act as though it's a number ten event, but then ask if they really believe the event is the same as the number ten event on the scale. They will see that it's not. Eventually, they will be better able to manage their emotional responses to various events in their lives.

· Acknowledge Your Child's Feelings


Remember that your child's feelings are quite strong and these feelings are beyond his or her control. Avoid saying things like "You're just too sensitive" or "Stop over-reacting." Not only do such comments not help, they can make a child feel worse and even make the child feel as though there must be something wrong with him. This is especially difficult for highly sensitive little boys, who is supposed to be emotinally tough, according to society's standards.

In time, your child will be better able to cope with his or her intense emotions, but will not outgrow them. These emotional intensities are part of a person's makeup and are there for life! However, these suggestions can help emotionally sensitive children learn to manage those intense feelings.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O filho de vocês possui algum destes sintomas ?



Hiperatividade - Normalmente a criança superdotada possui muita energia, pois sua mente trabalha sempre com muitas idéias e conceitos que estão sempre presentes, fazendo com que ele esteja sempre em grandes atividades, tentando decifrar ou executar todas essas idéias, sendo assim tem dificuldades em permanecer sentado.


Está sempre em movimento, possui constante sensação de inquietude e ansiedade, fica sempre ocupado com algum problema em relação a si ao outro e, frequentemente, fala sem parar. Dessa forma vem a similaridade com as atitudes de um TDAH.

Meus filhos tem, cada um, algumas destas características. Debora não consegue ficar parada. Está sempre pulando, saltitando, mesmo quando senta prá comer, precisa levantar e saltitar e fica fazendo bananeira (parada de mão), enquanto assiste TV..

Rafael não para de falar um segundo. É tanto coisa que ele quer falar, que, às vezes, ele se atropela nas próprias palavras.. rs. É tanta informação que ele nos traz, em seus pensamentos, que prá gente acompanhá-lo, tem que parar tudo o que está fazendo e se concentrar, unicamente, em sua fala. E, se ele está falando com alguém e a pessoa não está olhando para o olho dele, ele pega o rosto da pessoa, com as suas mãozinhas, e vira o rosto da pessoa para ele.. rs..


Rafael, desde o primeiro dia de aula, não conseguia prestar atenção no que as professoras falavam. Isto porque, na classe dele, tinham ventiladores no teto e ele era alucinado por ventilador.. Então, ele passava horas olhando para o teto.. Quando ele parava de olhar para o teto, precisava ter alguma coisa, em suas mãos, para ele segurar e conseguir focar no que a professora estava falando.. rs

Quando a Debora tinha 4 anos, a psicóloga da escola nos chamou a atenção de que ela estava um pouco ansiosa, pois não parava de comer a manga de seu blusão.. Devia estar é entediada com a matéria escolar.. rs.. Isto dela parar de comer a manga do blusão parou.. e a mania de comer a gola das camisetas foi para o Rafa.. rs.. que também parou e substituiu por "brincar" com o aparelho de dente.. rs.. Depois que ele conseguiu quebrar 5 vezes o seu aparelho, combinamos de que ele poderia colocar os dedos na boca, enquanto estivesse assistindo tv ou olhando alguma coisa no computador. Assim, ele não destrói nenhuma camiseta e nem os seus aparelhos de dente...rs..

Fora isto.. são crianças absolutamente perfeitas e saudáveis..rs..

E o filho de vocês.. possui algumas destas características ???

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Da tendência de nós, pais de crianças superdotadas, querermos que eles sejam perfeitos em tudo..

Existe uma tendência, ainda que inconsciente, de nós, pais de crianças PAH´s, querermos que os nossos filhos sejam perfeitos em tudo.

É natural que, eles, tão cedo, comecem a despontar diante de seus coleguinhas, aprendendo a ler mais cedo do que eles, por vezes, a desenhar, tocar algum instrumento, fazer contas melhor do que os seus coleguinhas.. E nós, pais, nos acostumamos com os elogios que advém das proezas de nossos filhos.. das outras pessoas, dos nossos amigos, parentes, etc..

Ficamos tão acostumados com estes elogios, que acabamos aceitando o fato de que os nossos filhos são, naturalmente, melhor do que outras crianças..

Mas.. uma hora.. percebemos que não é bem assim... Sempre vai ter um ponto, alguma questão.. algum lugar, em que os nossos filhos vão apresentar dificuldades. A maioria dos pais de crianças superdotadas reclama que o que pega mais é questão motora. É o tal do assincronismo da questão motora com a questão intelectual (ou seja, a questão motora não acompanha o intelectual...).

Outros reclamam da parte social. Que os seus filhos, apesar de demonstrarem enorme facilidade de aprender, têm dificuldade de se relacionar, se sociabilizar.

Outros pais, reclamam que seus filhos não acompanham os coleguinhas na questão desportiva. Que não gostam de jogar futebol, ou que não jogam bem, ou que não fazem bem determinada atividade física, etc. .

Enfim.. é normal acontecer da criança alto habilidosa não conseguir ser tão perfeita ou tão capaz em uma ou outra área de seu desenvolvimento. Mas, para nós, pais, de crianças PAH´s isto é muito mais difícil de encarar do que para os pais de crianças "normais". Porquê ???

Porque, desde que os nossos filhos são bebês, estamos acostumados a só ouvir elogios de suas proezas... nos aconstumamos tanto a ouvir só elogios.. que não sabemos lidar com as imperfeições.. ou melhor, com as "normalidades" que eles apresentam..

Bom.. no meu caso, eu acabei aprendendo, por conta da história da minha filha mais velha.

Quando ela tinha por volta de seus 4 , 5, 6 anos, toda vez que ela lidava com algum desafio, jogo, ou situação que fugia de seu controle, ou que ela perdia, era o fim do mundo.. chorava, chorava, chorava, com lágrimas sentidas, que quem estava do seu lado, nem sabia o que fazer para ampará-la. Com o tempo, fomos conversando com ela e explicando que, nem sempre ela iria ganhar ou saber tudo e que era normal ela não ganhar tudo, ou todos os jogos e competições ou se sair bem em todas as situações. Ao mesmo tempo, nós, pais, também fomos nos acostumando a lidar com estas situações de normalidade, dentro de sua excepcionalidade superior...

Quando chegou a vez de lidar com as imperfeições de nosso filho também superdotado, mais novo, foi muito mais fácil. Ele também não se cobra tanto, quando não sabe alguma coisa, não ganha algum jogo, ou quando a sua letra não é a mais bonita..

Enfim.. temos que ter muita paciência e saber que, apesar de nossos filhos serem maravilhosos e sensacionais em alguma área da aprendizagem, é normal que eles apresentem alguma dificuldade. E só com muito amor e carinho é que conseguiremos apoiá-los em suas dificuldadades e ajudá-los a se superarem !

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Do que eu considero uma boa avaliação

Falo, aqui, com base em experiências que eu tive tanto nas avaliações que os meus dois filhos fizeram, como também em vários e-mails e mensagens que tenho recebido, de pessoas que tiveram seus filhos avaliados, por vários profissionais e o que estas pessoas acharam da avaliação pelas quais seus filhos passaram.

Algumas pessoas, que tiveram seus filhos avaliados por profissionais, que não são especialistas na área de superdotação, mas, meros psicólogos, neurologistas, médicos, ou profissionais qualquer outra área "terapêutica", sentiram-se frustradas depois da avaliação.

Frustradas porque, não só não conseguiram resolver os problemas acadêmicos da criança, na escola, como também descobriram, mais tarde que seus filhos apresentam questões emocionais sérias que deveriam ter sido atentadas na avaliação.

Desconfiem da avaliação que é feita num único dia ; em poucas horas.

Desconfiem da avaliação, que não avalia o lado emocional da criança, mas, somente conhecimentos pedagógicos.

No meu ponto de vista, a avaliação surte o seu efeito desejado, não só com a entrega de um laudo, em que se ateste as habilidades da criança, mas, também quando ela retrata como está o estado emocional da criança, quando avaliada.

Desconfiem de laudos que indiquem a aceleração de série, como proposta pedagógica, sem atentar para o lado emocional da criança, pois, de nada vai adiantar pensar somente no pedagógico, se esta criança, no futuro não estiver bem emocional (consigo mesma) ou socialmente (com os seus pares).

Pensem, com carinho, no laudo que não considera, naquele momento, a aceleração de série como melhor proposta pedagógica, para a criança superdotada, por conta do estado emocional da criança.

Confiem no laudo que, depois de avaliar o estado emocional da criança, atesta a sua superdotação e aponta que, apesar da criança apresentar algumas questões emocionais que precisam ser tratadas (em terapia ou fora dela, dependendo do caso), ainda assim, a aceleração de série é a melhor coisa.

E, fiquem seguros, quando se depararem com um laudo que, depois de rastrear o emocional da criança, com tempo necessário, atesta a sua superdotação e indica a aceleração de série como proposta pedagógica.

Acreditem, mais ainda, quando a própria escola de seus filhos, atenta para as habilidades que seu filho possui e confia na capacidade dele de se superar em série avançada, acreditando que ele não terá problemas emocionais, se isto acontecer. Isto já é um dos maiores indicativos. Mas, também, não neguem, se a escola chamar-lhes a atenção, para uma questão emocional que a criança esteja apresentando, naquele momento.

Infelizmente, tenho recebido vários e-mails e mensagens de pais que tiveram seus filhos avaliados por pessoas que não levam em consideração o aspecto emocional da criança, quando da avaliação. Estes pais pedem ajuda, pois além de terem o problema acadêmico ou pedagógico, para resolver, acabam percebendo que o problema maior está no emocional dela. Por vezes, esta descoberta é muito mais dolorosa aos pais do que às crianças.

Mas, isto tudo pode ser evitado, quando o laudo é feito de maneira criteriosa e sensata. Por isto é que os avaliadores precisam de algumas sessões para que isto aconteça. A avaliação de uma criança superdotada deve ser feita com calma e com tempo.

Quem precisar de indicação de um profissional, por favor, entre em contato comigo, que eu posso indicar o profissional mais adequado, no Estado em que a pessoa mora (com algumas raras exceções, que vão precisar se deslocar para o Estado vizinho). Aqui em São Paulo, pelo menos, posso afirmar que existe atendimento de qualidade, com profissionais competentes e, dentro das possibilidades financeiras que a pessoa puder arcar.

Este é um apelo que eu faço, para evitar que vocês pais, que procuram por uma avaliação em seus filhos, possivelmente superdotados, evitem cair na armadilha de uma má avaliação, que possa vir a causar transtornos e danos emocionais, tanto para a criança, quanto para os seus pais.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Da vida do irmão não PAH ao lado do irmão PAH

Esta questão foi colocada na comunidade do Orkut, da qual faço, parte, "Pais de Superdotados" e achei interessante trazer o assunto para cá e também dizer o que eu também penso a este respeito.

Como é a vida do irmão do portador de altas habilidades, quando ele mesmo não tem estas habilidades ? Como ele se sente diante das comparações, por vezes, expressas, outras vezes, veladas, ou feitas, nas entrelinhas da vida daquela criança ? Como é, para aquele outro irmão, que não é PAH, crescer ao lado de uma criança tão talentosa, que vive sendo referenciada e elogiada ? Este irmão sente-se diminuído pelas eternas e constantes comparações ? Ou, será que vai desenvolver outras habilidades suas, talvez não tão cultuadas pela nossa cultura, mas, que irão ajudá-lo na vida adulta e profissional ?

Acho que muito depende de como nós, pais, iremos cuidar desta tão delicada relação.

Vale lembrar, que a superdotação existente em irmãos (ou seja, em mais de um filho), por incrível que pareça, é bem normal e frequente. Na maioria das vezes, as inteligências entre os irmãos superdotados não são iguais, porém, posso dizer que são complementares.

No caso dos meus filhos, elas são bem diferentes, apesar de se cruzarem e se assemelharem em alguns pontos.

A época em que eu mais senti (por enquanto), que a inteligência da Debora mais se destacou, em relação à do Rafa, foi quando ela tinha entre 3 e 4 anos, e já falava de forma super articulada, fazia associações, memorizações excepcionais, estava aprendendo a ler e a escrever e chamava muito (e não somente a nossa) a atenção de outras pessoas que frequentavam o nosso meio. Enquanto que o Rafa, era um bebezinho muito fofo, mas, não falava (demorou muito a falar) e não fazia as coisas tão bonitinhas que a irmã fazia.

Não fosse o fato de eu ser completamente apaixonada pelo meu filho, pode até ser que eu pecasse, ingenuamente, em não lhe dar tanta atenção, quanto eu estava dando à Debora, naquela época, por conta de suas lindas gracinhas.

Recebemos alguns comentários do pessoal que participa da comunidade e também juntei alguns relatos de gente que não faz parte dela, mas que já me contou algo a respeito e sintetizei aqui relatos e experiências, tanto como pais de crianças PAHs (alguns pais também têm mais de um filho PAH como ocorre no meu caso), quanto como irmãos que foram PAHs ou não e como isto se desenvolveu em suas casas.

Uma integrante nos perguntou no quanto deve ser duro ver o irmão ou irmã tendo sucesso acadêmico profissional e não conseguir acompanhar.

Lembrei da história de uma conhecida minha, que é PAH e a irmã não ,e que me contou que, lá na casa dela, a sua irmã sempre sofreu muito com esta comparação. Que os seus pais nunca lhes compararam, mas que no colégio em que ambas estudavam a irmã PAH sempre tirava as melhores notas, sempre ganhava cartinha de aluna destaque, enfim, sempre estava em evidência, no colégio, etc... Ela me contou que, quando passou no vestibular, o colégio ficou fazendo propaganda com o nome dela e, que, quando ela entrou no terceiro ano do nosso antigo colegial (hoje ensino médio), um ano depois dela ter saído da escola, vários professores perguntaram para a irmã dela, se ela faria como a irmã (PAH) ; se também faria medicina, etc...

Esta irmã que não é PAH teve uma depressão grave, mudou de colégio 3 vezes, engordou quase 30 quilos e não passou em vestibular nenhum. Ficou totalmente perdida ; não sabia o que queria fazer. Disse que não faria faculdade, quis se mudar para os EUA para trabalhar como babá (a mãe delas não deixou, porque ela não estava bem emocionalmente). Só depois de 2 anos, e, com muita terapia e antidepressivos, esta irmã conseguiu melhorar. Aí passou no vestibular de direito em uma faculdade particular e demorou 7 anos para se formar. A psicóloga dela disse que a maioria dos problemas foram causados pelo fato de ela ficar se comparando com a irmã que era PAH.

Esta conhecida minha, hoje, tem dois filhos. Uma foi diagnosticada como PAH e o outro ainda é bem novinho, mas não faz as mesmas gracinhas que a sua filha mais velha fazia, na idade dele. Ela me pergunta não comparar os dois, mas como ajuda-lo a lidar com as comparações que acabam surgindo (seja pelas pessoas de fora ou por ele mesmo?). Ela considera que, os pais dela fizeram tudo certo, pois nunca comparou ela à irma e sempre procuraram valorizar o que a irmã dela tinha de bom (principalmente as coisas em que ela era melhor do que a minha conehcida), mas ela sente que isso apenas não funcionou..

Ela questiona se a irmã dela tivesse feito terapia mais cedo teria evitado este colapso ? Eu acho que sim. Que a teria ajudado. Não acho que os problemas da irmã fossem todos ocasionados pelo fato de uma irmã ser PAH e a outra não. Mas, com certeza, uma terapia bem mais cedo, teria ajudado ou prevenido esta situação...

Será que, no caso de irmãos, em que um é superdotado acadêmico e o outro não, não seria bom matriculá-los em escolas diferentes ?

Quando esta pergunta foi colocada na comunidade do Orkut, a opinião da maioria de seus integrantes era de que or irmãos (superdotado e o não) deveriam estudar em escolas diferentes.

Eu já acho que, em princípio, não. Não devem ser matriculados em escolas diferentes. A não ser que, durante a vida escolar, esta diferença entre os irmãos vire um martírio para o irmão que não é PAH ; que a forma como os professores conduzam esta diferença não seja legal ou que os pais percebam que o irmão que não é PAH não está feliz e se desenvolvendo bem, emocionalmente, então, acho que é o caso, sim, de se pensar em mudar esta criança de escola. Não sem antes, ter uma conversa séria com a escola e ver como ela pode (e se quer) ajudar aquela criança, alvo de eternas comparações.

Percebi que, a superdotação quando esta presente em somente um dos filhos, tem que ser muito bem trabalhada pelos seus pais, para que o irmão, que não apresenta altas habilidades, não se sinta diminuído perante o outro irmão, seus pais e os outros e para que, no futuro, esta diferença não gere problemas emocionais, tal como uma depressão, ou que a auto estima deste filho, não portador de altas habilidades, não fique baixa.

Mas, acho que cada caso é um caso e não devemos generalizar a situação acima relatada, porque, por outro lado, conheço situações felizes em que o irmão que não era PAH se espelhava naquele que era, e, com isto se tornou uma pessoa mais persistente, perseverante e ambicioso e isto fez dele um profissional muito competente e realizado.


Outra fase que pode incomodar o irmão não PAH é no fundamental 2, quando começam as notas escolares, boletins, provas, competições e as suas comparações, culminando com o resultado do vestibular. Depois disto (depois de formados), é cada um por si, e, nesta hora, pode ser que as habilidades ajudem o jovem PAH ou não.

O irmão não PAH pode ser mais popular, mais social, mais esportista, mais bonito, se dar melhor com a mulherada ou com os homens, enfim.. compete aos pais não valorizar unicamente a inteligência acadêmica. Mesmo porque, não necessariamente a pessoa inteligente irá se dar bem, profissionalmente.


Então, acho que a responsabilidade para que esta situação do filho não PAH não se sinta inferior ao que é PAH é mais nossa (dos pais), mesmo, seja evitando comparações, alimentando o ego de nossos filhos por igual, elogiando, cada um em suas qualidades, dando atenção e afeto suficientes e, ficando atentos para que, caso um deles não se sinta bem emocionalmente, por conta desta situação, que o encaminhe para um profissional, que irá ajudar aquela criança a se encontrar e a se equilibrar, emocionalmente !

Por fim, eu também acho que competição entre os irmãos pode ser algo estimulante, se for conduzida de uma maneira saudável e com atenção.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lançamento da 2ª Edição do Livro cor de rosa

Talento e Superdotação. Problema ou Solução ?

De Maria Lúcia Sabatella.

Imperdível !!!

Leitura mais do que recomendada aos pais de crianças superdotadas.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

SUPERDOTADOS RIDICULARIZADOS

Eles já foram chamados de "Burros", "Medíocres", "loucos", "sonhadores" ... foram rebaixados, apontados como incapacitados.

Mas hoje fazem parte da História e suas descobertas e invenções ditam e regram o nosso mundo. Persistir e não dá ouvidos à tudo que falam pode ser o caminho para vitória. Veja...

Alexander Graham Bell é o pai do Telefone. Graham Bell ofereceu os direitos de produzir o seu telefone por US$100 mil ao presidente da Western Union, Carl Orton, este respondeu: “Que espécie de uso esta empresa poderia fazer de um brinquedo elétrico?”

Em 1998, os fundadores da Google, Sergey Brin e Larry Page, fizeram contato com o Yahoo e sugeriram uma fusão. O negócio não foi para a frente, pois os donos do Yahoo sugeriram que eles continuassem trabalhando no seu “projeto de doutorado” e voltassem a fazer contato mais tarde. 10 anos depois, a marca Google é uma das mais valiosas do mundo.

Quem não conhece o famoso criador da Teoria da Evolução? Charles Darwin, pai da Teoria da Evolução, desistiu da carreira médica e ouviu de seu pai: “Você só liga para caça e cachorros.” Em sua biografia, Darwin escreveu: “Eu era considerado por todos os meus mestres e por meu pai um garoto comum, intelectualmente bem abaixo do padrão médio.”

O homem luta contra a mudança e a Teoria da Evolução é uma das principais fontes da revolução do pensamento do seu século, principalmente porque incide em uma assunto do qual todos sabemos o quão delicado é: Religião. Apesar do brilhantismo, Darwin acabou sendo vitima da sua própria criação sendo rejeitado por amigos e familiares que presos aos conceitos retrógrados da sociedade não poderiam conceber suas idéias.


Algumas das suas celebres frases :

"Um homem que ousa desperdiçar uma hora ainda não descobriu o valor da vida."

"Não gostamos que os animais, a quem tornamos nossos escravos, sejam considerados nossos iguais."

Talvez o mais genial de todos os que compõem a lista, Nikolas Teslas foi um inventor nos campos da engenharia mecânica e electrotécnica, de etnia sérvia nascido na aldeia de Smiljan,Vojna Krajina, no território da actual Croácia. As patentes de Tesla e o seu trabalho teórico formam as bases dos modernos sistemas de potência eléctrica em corrente alterna (AC), incluindo os sistemas de distribuição de energiamultifásicos e o motor AC, com os quais ajudou na introdução da Segunda Revolução Industrial.

Teslas era descrito como um ser misterioso. Completamente anti-social, Teslas estudava muito (dizem que passava mais de 11 horas por dia estudando). O resultado não poderia ser outro senão uma das mentes mais brilhantes de todos os tempos. Tão brilhante que algumas das suas invenções são um mistério para nossa ciência atual, inspirando várias lendas e conspirações como o famoso evento de Tunguska e o terrível “Raio da Morte”.(J.P. Morgan que o diga...).

No entanto, o que a história nos ensina é que, nos homens nunca aprendemos com a nossa própria história. Teslas foi considerado louco pela sociedade e foi subestimado pelo próprio Edison (que ironia) que disse que a Corrente Alternada nunca funcionaria e fez o possível para desacreditar o mesmo perante o meio cientifico. No final, Edison não obteve êxito e o sistema polifásico de Tesla foi adotado.


Louis Pasteur

Louis Pasteur nasceu em Dôle, Jura, na França, a 27 de dezembro de 1822, e morreu em Villeneuve l'Étang, Seine-et-Oise, França, a 28 de setembro de 1895. Pasteur foi um dos maiores cientistas da história, sendo lembrado por suas notáveis descobertas das causas e prevenções de doenças. Suas descobertas reduziram a mortalidade de febre puerperal, e ele criou a primeira vacina para a raiva. Seus experimentos deram fundamento para a teoria microbiológica da doença. Foi mais conhecido do público em geral por inventar um método para impedir que leite e vinho causem doenças, um processo que veio a ser chamado pasteurização. Ele é considerado um dos três principais fundadores do microbiologia, juntamente com Ferdinand Cohne Robert Koch. Pasteur também fez muitas descobertas no campo da química, principalmente a base molecular para o assimetria de certos cristais.

Entretanto se engana quem pensa que Pasteur era considerado um gênio em sua época. Em 1842 obteve o bacharelado em ciências, em Besançon, sendo-lhe atribuída a nota de "medíocre" em química. Isso mesmo, “medíocre”! Entre os 22 alunos de química, ele foi o décimo quinto. Suas idéias e pensamentos avançados sobre assuntos que a maioria desconhecia (mesmo porque ele que elaborou os fundamentos) eram considerados tolices por seus superiores e colegas. No final das contas, o tempo se encarregou de mostrar quem era verdadeiramente tolo.
Algumas das suas celebres frases:

“A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana.”

“Nos campos da observação, o acaso favorece apenas as mentes preparadas”

“Existe mais filosofia numa garrafa de vinho que em todos os livros."



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Se eles fossem crianças normais.. mas, não !!!.. há há há

Vejam como são as coisas. As crianças superdotadas são crianças. Mas, possuem algumas características bem curiosas e peculiares que lhe são inerentes e que as diferem das demais crianças.

Que criança iria numa montanha russa e sairia de lá, pensando na história do tema da montanha russa, a ponto de sair do parque, chegar em casa e procurar a história deste tema (no caso do meu filho, era sobre o Evereste e o Homem das Neves), na Wikipidia ou no Google ???

Que criança, ao sentir um dente mole, iria contar para a sua mãe, que o dente estava mole, de manhã a 90º, de tarde em 120º e de noite a 360º ???

Que criança, ao ouvir a mãe contar uma história curta, sobre mitologia, iria se aprofundar no tema dela, para dar uma aula sobre os personagens deste mito ???

As crianças superdotas, é claro ! ..rs..

Estes são alguns relatos que ouvi, nestes dias, da comunidade do Orkut, denominada "Pais de Superdotados", do qual sou moderadora e que achei, além de engraçados, curiosos.


Porque estas crianças não podem, simplesmente, agir como as demais crianças, como por exemplo, ao ouvirem de sua mãe, que o dente mole, e que, se mexer muito e puxar vai cair, eles ou optariam entre mexer no dente, para que ele caía logo, ou não mexer, com medo de que caía ???

E, em relação ao menino, que gostou da historinha que lhe foi contada ? Legal ! Porque ele, simplesmente, não pede prá mãe dele contá-la de novo, como qualquer outra criança faria ? Porque : 1) Nem precisa que lhe seja contada de novo. Ele poderá lhe recontar a história com riqueza de detalhes e 2) acrescentará ao reconto dados sobre a sua pesquisa para discorrer sobre a vida dos personagens principais...

A criança gostou da montanha russa ? Porque, eles simplesmente, não podem achar legal, que se divertiram e pedir para ir de novo, como qualquer outra criança faria ? Porque, ao invés disto, eles precisam ir a fundo naquilo que gostam ou se envolvem.

Porque se tratam de crianças superdotadas.

Renzulli. um dos maiores especialistas em superdotação, que elaborou a teoria dos Três Anéis, para explicar o conceito de superdotação, atribui à superdotação a um conceito, de que o que existe entre estas crianças, na verdade é um comportamento de superdotação e não uma característica da criança superdotada, que a torna superdotada, pura e simples.

Estes exemplos e outros que conto abaixo, são exemplos de comportamentos de superdotação, sob a ótica de Renzulli. Vejamos mais :

Coincidência entre superdotados ou não. Minha filha foi numa montanha russa, cuja descida era quase em queda livre. Ao invés de comentar com as pessoas, que ela tinha ido numa montanha russa radical, com uma descida enorme, ela contou do jeito dela : Que ela tinha ido numa montanha russa, cuja queda era de 150 graus !!..rs. Notem. Não era nem 90 e nem 180 graus..rs... Tinha que ser 150..ha ha ha !

Com o meu filho, aconteceu o seguinte : Ele precisou ir ao médico, para tirar umas verruguinhas.

Crianças normais, quando muito se deixariam serem examinadas e iriam embora do consultório médico, o mais rápido possível (ainda mais quando se foi tirar verrugas) ... certo ?

Com as crianças superdotadas, nem sempre é assim !

Meu filho não conseguiu ir a médica e se limitar a este comportamento narrado na frase acima.

Quando ele viu que a médica estava anotando o procedimento adotado nele na consulta, na ficha médica dele, ele pediu para ver a ficha..rs.. Não contente, ele quis ler tudo o que estava escrito na ficha e pediu para a médica lhe explicar, tim tim por tim tim tudo o que estava escrito na ficha !.. ha ha ha

Não contente, pediu para ver a ficha médica da irmã e a minha também !!! A minha ficha, a médica disse que era confidencial, mas, ele insistiu prá ver, mesmo assim..rs..

De noite, ao colocá-lo para dormir, esqueci de passar a pomada que a médica receitou prá ele (não era nada de mais.. ele foi tirar umas verruginhas, tipo molusco, que a Debora tb já teve.. um saco, por sinal.. ) e lá fui eu, buscar a pomada e passar nele..

Só rindo, mesmo !!! Estes exemplos e comportamentos de superdotação, na maioria das vezes, são muito engraçados e curiosos e é justamente isto que os diferem das demais crianças !!!

Porque isto tudo que eu exemplifiquei com histórias que, ou aconteceram comigo, ou que me foram contadas, por outros pais de crianças superdotadas acontece com estas crianças e não com as outras ? Simplesmente, porque são crianças superdotadas !!

E, mais uma vez, eu me pego pensando.. Eu já não deveria ter me acostumado com estas atitudes ???? há há há