O tipo com apresentação de sintomas de desatenção é
encontrado com mais frequência no sexo feminino e parece apresentar,
conjuntamente com o tipo de apresentação combinada, uma taxa mais elevada de
prejuízo acadêmico.
Crianças com TDAH com predomínio de sintomas de
hiperatividade/impulsividade, por outro lado, podem se apresentar mais
agressivas e impulsivas, quando comparadas àquelas com que os outros dois
tipos, e tendem a apresentar altas taxas de impopularidade e de rejeição pelos
colegas.
A base do diagnóstico está formada
predominantemente pela história, observação do comportamento atual do paciente
e relato de pais e professores sobre o comportamento da criança, nos diversos
ambientes que ela frequenta.
Apesar de estas crianças (com TDAH) conseguirem
controlar os sintomas com esforço voluntário, ou em atividades de grande
interesse, muitas vezes, conseguem passar horas na frente do computador ou
videogame, ainda assim, não mais do que alguns minutos na frente de um livro em
sala de aula ou em casa.
Como “critérios diagnósticos”, o DSM-V considera
que devem estar presentes seis ou mais sintomas de desatenção e/ou
hiperatividade, com duração mínima de seis meses, início antes dos 12 anos de
idade, em dois contextos diferentes, enfatizando o significativo prejuízo
acadêmico, social e ocupacional.
Avaliações complementares se fazem necessárias,
tanto auditivas, quanto visuais, já que déficits nessas funções sensoriais
podem acarretar importantes dificuldades atencionais e também a hiperatividade.
A avaliação neurológica é relevante para a exclusão de patologias neurológicas
que possam mimetizar o TDAH e, muitas vezes, é valiosa como reforço para o
diagnóstico. Como avaliação complementar, sugere-se a testagem neuropsicológica
cognitiva, assim como exames de neuroimagem (tomografia, ressonância magnética,
ou SPECT cerebral), também devem fazer parte do ambiente de pesquisa, e não do
clínico.
Pesquisas comprovam que, ao longo do
desenvolvimento, o TDAH está associado à elevação no risco de baixo e pior desempenho escolar (tempo menor de estudo,
estudos incompletos, necessidade de reforço, repetências, advertências,
suspensões e expulsões), relações difíceis com familiares e colegas,
desenvolvimento de ansiedade, depressão, baixa autoestima, problemas de conduta
e delinquência, experimentação e abuso de drogas precoces, acidentes de carro e
multas por excesso de velocidade, assim como dificuldades de relacionamento na
vida adulta, no casamento e no trabalho, podendo, ainda, parte dessa evolução
estar associada à presença da comorbidades, tal como com transtorno de conduta,
e não só ao TDAH.
Alunos com TDAH têm direito a atendimento
educacional especializado.
Material extraído do meu livro : Superdotação
e Dupla Excepcionalidade - Contribuições da Neurociência, Psicologia, Pedagogia
e Direito Aplicado ao Tema
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