Larissa falou aos 4 meses. Foto: Ricardo Fernandes/DP
Levantamento do Ministério da Educação revelou que o Brasil
tem 13.308 superdotados. O Diario conta a hoje a história de três pernambucanos
Aos 4 meses, Larissa Camargo falou a primeira palavra. Davi
Fernandes leu a Bíblia Sagrada, do Gênesis a Apocalipse, aos 5 anos. Daniel
Magalhães, 16, aprendeu sozinho a falar japonês. Em comum, esses pernambucanos
têm o avançado pensamento lógico, a rápida memorização e a facilidade para se
comunicar. Todos receberam o mesmo diagnóstico: têm altas habilidades. Larissa,
Davi e Daniel são três dos 13.308 superdotados do Brasil identificados pelo
Censo Escolar 2014 do Ministério da Educação (MEC).
O professor do Centro de Educação da UFPE José Luís Simões
ressalta que,para entender a superdotação e as altas habilidades, é preciso
lembrar, em primeiro lugar, que crianças são inteligentes e curiosas.
“Consideramos (superdotação) quando apresentam uma habilidade muito acima da
esperada para a sua idade”, explica. Pode ser uma criança com talento musical
apurado, facilidade para desenhar ou ter raciocínio matemático muito rápido.
Depois que os pais ou professores identificam essas características,
é preciso encaminhar a criança a um psicólogo ou psicopedagogo, que, por meio
de testes e de um acompanhamento, fará ou não o diagnóstico de altas
habilidades. “O estímulo contínuo é fundamental para desenvolver as
habilidades”, pontua Simões. Na última semana de 2015, a presidente Dilma
ousseff sancionou lei que prevê a criação de um cadastro nacional de alunos com
altas habilidades ou superdotação.
Larissa falou aos 4 meses
A professora universitária Hilsa Camargo, 37, notou que a
filha tinha desenvolvimento mais acelerado que outras crianças quando ela
começou a falar aos quatro meses. Com 1 ano, falava frases completas, com
sujeito, verbo e complemento. “Numa consulta, ela não parava de falar. Daí o
médico disse para investigarmos se era superdotação”, lembra. Larissa Camargo,
7, começou a fazer testes para identificar altas habilidades aos 2 anos.
Quando a superdotação foi comprovada, a menina foi encaminhada
ao Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação do Recife. Na época,
era a única do sexo feminino a ser atendida na unidade. Hoje, ela sai uma vez
por semana de Palmares para frequentar o núcleo. “O diagnóstico em meninas
costuma ser mais tardio. Muitas pessoas pensam que elas são naturalmente mais
comunicativas e inteligentes que os meninos”, pontua Hilsa.
Fascinada pela cultura oriental, Larissa sonha em conhecer a
China e sabe de cor detalhes da história, arquiterura e cultura chinesas.
“Quero morar lá, mas não tenho coragem de conhecer a Muralha da China porque
tem muitos degraus”, revela. Ter um filho com superdotação, segundo a mãe, tem
um lado negativo. “A educação não está preparada para receber crianças assim.
Falta sensibilidade em muitas situações. Larissa não gosta de tarefas de casa e
chora muito quando precisa fazer os exercícios. Ela acha entediante, uma vez
que já aprendeu o assunto apenas ouvindo o professor”, diz.
Com 5 anos, Davi leu a bíblia
A agricultora Maria da Conceição Fernandes, 29, lembra da
primeira vez em que suspeitaram que seu único filho, Davi Fernandes, de 7 anos,
tinha altas habilidades. “Na igreja, uma professora observou a fala e o
comportamento de Davi quando ele tinha 2 anos. Ela me perguntou se ele era
superdotado. Sem conhecer o assunto, respondi que meu filho não era adotado e
tinha saído da minha barriga”, recorda. “Nunca tinha ouvido falar nisso e achei
que ela estava dizendo que ele não era meu filho biológico”, justifica.
A partir do alerta da professora, Maria da Conceição começou
a prestar atenção ao assunto. “Vi um
programa de TV com um menino superdotado
e percebi que Davi tinha as mesmas características”, afirma. Quando tinha cinco
anos, Davi leu toda a Bíblia Sagrada. O primeiro computador da família, que
mora em Paratibe, Paulista, foi comprado para ajudar a desenvolver as
habilidades do pequeno superdotado. “Ele sabe mexer nisso melhor que a gente. É
muito inteligente e nos dá muito orgulho”, diz o pai de Davi, o metalúrgico
Deibde Fernandes, 32.
Davi começou a ler sozinho aos 2 anos, pulou três séries e
monta estruturas complexas de Lego em menos de 5 minutos. “Gosto de conversar,
tirar dúvidas, ler e brincar. Meu sonho é ser engenheiro civil para construir
coisas como no Minecraft (jogo eletrônico que permite a construção usando
blocos dos quais o mundo é feito)”, conta.
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