Fonte : http://diversidadeasperger.vilaconectada.net/2012/07/sindrome-de-genio.html
As boas notas no colégio, o vocabulário rebuscado, a restrição em campos
de interesse e a dificuldade de relacionamento podem ser sinais de um
transtorno da mente, até bem pouco tempo desconhecido pelos médicos. A síndrome
de Asperger, também chamada de síndrome do gênio, tem ganhado cada vez mais
atenção de especialistas, pais e professores. São mais casos ou mais
diagnósticos?, questiona o neuropediatra Lucivan Miranda.
Considerada um tipo leve de autismo, os portadores desse tipo de transtorno apresentam características bem distintas. De acordo com Alexandre Costa e Silva, psicólogo e diretor da Casa da Esperança, referência no atendimento às crianças autistas, os portadores da síndrome de Asperger se caracterizam pela dificuldade interrelacional, de comunicação e restrição no campo de interesse.
Ou seja, não desfrutam de contato social, não costumam brincar com
outras crianças, tem dificuldade em entender as intenções dos outros, não
costuma olhar nos olhos por muito tempo em uma conversa, usa uma linguagem
formal, demonstra pouca imaginação e criatividade, possui uma pobre coordenação
motora, quando algum tema o fascina, ocupa a maior parte do tempo em pensar,
falar ou escrever sobre o assunto, além de repetir compulsivamente algumas
ações.
Para a psicóloga Clarissa Leão, pais, professores e profissionais de
saúde devem atuar em conjunto para um prognóstico satisfatório. ``É preciso
lidar com o preconceito e buscar estratégias de socialização``, adverte.
O transtorno foi relatado pela primeira vez em 1944 pelo médico
austríaco Hans Asperger, que descreveu um conjunto de características
apresentadas por crianças com pouca interação social, mas sem atraso no
desenvolvimento da linguagem e cognitivo. Apenas em 1994, que a síndrome foi
oficialmente reconhecida no Manual de Diagnóstico e Estatísticas de Desordens
Mentais.
A síndrome de Asperger está incluída nos Distúrbios do Espectro do
Autismo, e atinge a comunicação, a interação social e o comportamento.
Entretanto, não afeta o aprendizado ou o intelecto. Muitos portadores dessa
síndrome possuem talentos ou habilidades extraordinárias.
É o caso dos cientistas Albert Einstein e Isaac Newton. Segundo
pesquisadores britânicos, os dois podem ser considerados casos clássicos da
síndrome de Asperger & mesmo não tendo sido diagnosticados na época. A
inteligência normal ou acima da média, habilidades com números ou assuntos
específicos e talentos inexplicáveis favorecem a popularização da síndrome do
gênio.
As causas do transtorno ainda são desconhecidas. O número de pesquisas
sobre o assunto ainda é reduzido e suscita muitos questionamentos. O que se
sabe é que a síndrome de Asperger costuma acometer principalmente o sexo
masculino. Pesquisas apontam que o número de vítimas masculinas de autismo é quatro
vezes superior ao de femininas, e a relação é de nove para um quando se trata
da síndrome de Asperger.
O Ciência & Saúde desta semana vai mostrar como identificar, tratar
e conviver com a síndrome.
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