Especialistas do MIT apontam que mesmo as
melhores escolas não influenciam em algumas habilidades cognitivas de seus
alunos.
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O Massachusetts Institute
of Technology, mais conhecido como MIT, divulgou uma notícia nesta semana que pode deixar muitos alunos
felizes. Os neurocientistas da instituição descobriram que as notas que um
aluno tira na escola não refletem necessariamente a inteligência dele.
Mas atenção: isso não significa que não é mais preciso estudar.
Logicamente, bons resultados indicam que o aluno compreendeu o conteúdo que
foi ensinado nas aulas, que é o que os psicólogos chamam de “inteligência cristalizada”.
Por outro lado, mesmo que
uma escola tenha alunos capazes de tirar notas excelentes nas avaliações, isso
não significa que eles também terão altas pontuações com relação à chamada “inteligência fluida” – que é a habilidade de analisar problemas abstratos e desenvolver
pensamentos lógicos.
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Conhecimento x habilidade
Para chegar a essas
conclusões, os neurocientistas do MIT se juntaram aos pesquisadores em educação
das universidades de Harvard e Brown para promover um estudo com cerca de 1.400
alunos do sistema público de ensino em Boston, nos Estados Unidos.
De fato, algumas escolas
demonstraram a capacidade de seus estudantes com ótimas pontuações nos exames
do Massachusetts Comprehensive Assessment System (MCAS). No entanto, o
conhecimento aprendido nessas escolas não alterou o desempenho dos alunos em
testes que avaliaram aspectos da inteligência fluida, como capacidade de
memória, velocidade no processamento de informações e habilidade de resolver
problemas abstratos.
“Nossa questão era a
seguinte: se temos escolas que realmente estão ajudando crianças de condições socioeconômicas
mais baixas a terem boas notas e aumentando suas chances de entrar na
universidade, será que essas mudanças são acompanhadas por ganhos nas demais
habilidades cognitivas?”, explica John Gabrieli, professor de Ciências do
Cérebro e Cognitivas.
Porém, os pesquisadores
concluíram que o conhecimento absorvido na escola – que resulta em
excelentes notas nas avaliações – não é
suficiente para fazer com que o aluno melhore outras habilidades relacionadas à
inteligência fluida. “Não é como se você conseguisse essas
habilidades de graça da maneira como esperamos, que é estudando muito e sendo
um bom aluno”, comenta o especialista.
Uma prova disso é que,
calculando o rendimento dos alunos, os pesquisadores notaram que houve uma
variação de 24% nas notas de inglês e de 34% nos resultados de matemática no
MCAS. Já nos testes de habilidade das funções cognitivas fluidas, a variação
foi de apenas 3%.
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As implicações para a educação
John Gabrieli ressalta que
o estudo não deve ser interpretado como uma crítica sobre as escolas que estão
melhorando as notas de seus alunos nos exames. “É fundamental melhorar as
habilidades cristalizadas, porque, se você souber fazer contas, se conseguir
ler um parágrafo e puder responder questões de compreensão, todas essas coisas
são positivas”, comenta ele.
Em resumo, o especialista
espera que suas descobertas sirvam para que os responsáveis pelos sistemas
educacionais considerem a possibilidade de incluir práticas que desenvolvam as
habilidades cognitivas nas escolas. Embora muitos estudos mostrem que é
possível prever o rendimento acadêmico do aluno a partir das habilidades da
inteligência fluida, esse tipo de coisa raramente é ensinado.
Os pesquisadores planejam
continuar analisando os estudantes de Boston para avaliar a evolução do seu
desempenho acadêmico e de outros aspectos da vida dentro de alguns anos.
Fonte: MIT
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