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Campo Dublin Core Valor
dc.contributor.advisor Fleith,
Denise de Souza
dc.contributor.author Maia-Pinto,
Renata Rodrigues
dc.date.accessioned 2012-09-19T14:38:28Z
dc.date.available 2012-09-19T14:38:28Z
dc.date.issued 2012-09-19T14:38:28Z
dc.date.submitted 2012-06-05
dc.identifier.citation MAIA-PINTO,
Renata Rodrigues. Aceleração de ensino na educação infantil: percepção
de alunos superdotados, mães e professores. 2012. 153 f., il. Tese
(Doutorado em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde)—Universidade de
Brasília, Brasília, 2012.
dc.identifier.uri http://hdl.handle.net/10482/11225
dc.description Tese
(Doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de
Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2012.
A aceleração de ensino é uma estratégia educacional
que possibilita ao aluno mover-se pelo currículo, em áreas que domina, no seu
ritmo, reduzindo seu tempo de permanência na escola e propiciando seu avanço
acadêmico.
Ou seja, essa prática busca equiparar o nível e a
complexidade do currículo ao conhecimento, interesse, motivação e ritmo de
aprendizagem do estudante. É recomendada aos superdotados, especialmente,
quando estes se deparam com um ambiente escolar pouco estimulador e desafiador,
gerando tédio, irritação e mesmo indisciplina em sala de aula.
Apesar das pesquisas apontarem efeitos benéficos da
aceleração de ensino ao aluno com altas habilidades, observa-se uma resistência
por parte de pais e educadores à sua implantação.
O objetivo deste estudo foi caracterizar alunos
superdotados, do ensino fundamental, que foram submetidos a procedimentos de
aceleração de ensino quando frequentavam a educação infantil, do ponto de vista
acadêmico, cognitivo e socioemocional, bem como examinar a percepção dos
alunos, de suas mães e professores acerca dessa prática.
Participaram da pesquisa 12 estudantes superdotados de
escolas públicas que frequentavam as salas de recursos do Atendimento
Especializado a Alunos com Altas Habilidades da Secretaria de Educação do
Distrito Federal e que foram acelerados quando frequentaram a educação
infantil. Integraram, ainda, o estudo, 12 mães, 10 professores de salas de aula
regular e 5 professores de salas de recursos.
Foram utilizadas escalas para a investigação das características
comportamentais, dos estilos de aprendizagem e do autoconceito dos discentes,
bem como entrevistas semiestruturadas com alunos, mães e professores.
Os resultados indicaram que a aceleração de ensino foi
uma intervenção educacional bem sucedida para os alunos, não acarretando perdas
acadêmicas ou dificuldades socioemocionais.
Os estudantes apresentavam bom rendimento acadêmico
nas séries cursadas, inclusive, se destacando entre os melhores de sua turma;
apreciavam a escola, gostavam de aprender; eram socialmente engajados, e a
maioria tinha muitos amigos.
Segundo mães e professores, eles mostravam habilidades
acima da média, particularmente relacionadas à inteligência e ao domínio do
conteúdo escolar, linguagem oral avançada, velocidade de pensamento e bom
relacionamento com os pares.
Os alunos destacaram seu excelente desempenho
acadêmico e habilidades acima da média, descrevendo-se como inteligentes,
espertos e estudiosos e demonstrando um autoconceito positivo.
As crianças deste estudo foram aceleradas porque se
destacavam dos seus colegas da educação infantil quanto ao domínio do conteúdo
escolar e precocidade na leitura e escrita, e em função de dificuldade de
interação com seus pares, tendo em vista interesses diferentes entre eles.
Mães e alunos avaliaram positivamente a experiência de
aceleração de ensino.
Tanto professores da sala de aula regular quanto da
sala de recursos se posicionaram desfavoravelmente em relação à aceleração.
Os argumentos estavam associados a possíveis problemas
de adaptação dos alunos acelerados nas séries seguintes devido à imaturidade
emocional e à crença de que a aceleração gera dificuldades acadêmicas em anos
subsequentes ou em outras áreas de conhecimento.
Contudo, não identificaram tais problemas ao
caracterizaram seus alunos acelerados.
Os resultados indicaram ainda que os docentes
relacionaram a aceleração de ensino exclusivamente ao avanço de série e que as
escolas onde trabalham fornecem pouca orientação sobre como implementá-la.
A aceleração de ensino na educação infantil é
considerada por pesquisadores da área como uma “pedra angular” para o bom
desempenho acadêmico e socioemocional do aluno superdotado e por isso requer
planejamento e acompanhamento.
A legislação educacional brasileira ampara o
superdotado, mas, no entanto, traz barreiras à aceleração no primeiro ano do
ensino fundamental, não define formas ou critérios para adoção dessa prática,
tampouco prevê outras modalidades de aceleração. É importante que o estudante
superdotado seja inserido em um ambiente educacional que estimule seu
potencial, respeite seu ritmo de aprendizagem e atenda às suas necessidades
cognitivas, acadêmicas, sociais e emocionais.
Como apontado nos resultados, a aceleração
de ensino é uma alternativa promissora na educação do aluno com altas
habilidades.
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