Assistindo a este vídeo de um programa do Dr. Içami Tiba, ao falar sobre a Hiperatividade, confesso que fiquei confusa se a autora do livro não estaria se referindo às crianças superdotadas, hiperativas de comportamento, dotadas de grande inquietação e infinita curiosidade, que seriam tidas como hiperativas e que, quando estão envolvidas em sua área de interesse, ou de habilidade se focam, mas, que quando não estão envolvidas, ficam agitadas e parecem como hiperativas ?
Crianças altamente energéticas, eu prefiro assim chama-las..
Mas, ao ouvir a opinião da Dra. Graça Razera, autora do Livro Hiperatividade Eficaz, confesso que fiquei na dúvida se ela não estaria se referindo, na verdade, às crianças superdotadas, ao invés das que ela denominou de “hiperativas eficazes”.
Olá. Interessante sua colocação. No meu livro eu me refiro à superdotação inclusive fazendo um paralelo entre semelhanças e diferenças bem específicas entre as hiperativas e as de altas habilidades. São primas, mas não são idênticas. A principal diferença de acordo com meus estudos comparativos se refere à memória, que nos superdotados é muito mais equipada que nas crianças com perfil hiperativo, que se dispersam com muita facilidade. Espero ter respondido à sua dúvida. Atenciosamente Graça Razera (facebook).
ResponderExcluirObrigada, Maria das GRAÇAS RAZERA por responder a minha dúvida. Segundo os meus estudos, e de acordo com a tese de Mestrado do Psiquiatra Daniel Minahim, da Universidade São Paulo (USP), https://www.dropbox.com/s/px5urup3r63zvn2/dissert.pdf (TESE DO DANIEL Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em superdotados:
ResponderExcluirUm estudo de frequência de sintomas e alterações físicas menores, um terço dos superdotados seriam portadores de hiperatividade. Neste artigo acadêmico que ele fez para a defesa de tese dele, ele reuniu dois grupos diferentes de indivíduos superdotados ; um de crianças do colégio Objetivo, que participavam do POIT, que é um programa especial para alunos superdotados e outro com o pessoal da MENSA. Nos dois grupos, ele constatou a ocorrência da dupla excepcionalidade superdotação e hiperatividade na proporção de 1/3 de seus indivíduos, o que reforça o conceito que se tem sobre os indivíduos superdotados que sào dotados de muita energia, vivacidade mental, agitados, porém focados quando estão em contato com a sua área de interesse. Em relação à memória, ser mais equipada nos superdotados do que nos hiperativos eu até concordo, mas, acho que muitos outros componentes e habilidades da inteligência (como a velocidade de processamento, atenção, tempo de reação, entre outros) também são mais equipados do que nos hiperativos. E, mesmo nos superdotados que têm a dupla excepcionalidade para hiperatividade, as habilidades que compõe a inteligência acabam compensando a questão da atenção, nos tipos desatentos e nos tipos hiperativos e impulsivos, acho que tanto faz o nível de inteligência, não é ?
Sobre a dupla excepcionalidade (superdotação e hiperatividade), tenho alguns textos interessantes, aqui no meu Blog. Caso se interessem : http://maedecriancassuperdotadas.blogspot.com.br/2011/08/altas-habilidadessuperdotacao-e.html
http://maedecriancassuperdotadas.blogspot.com.br/2011/03/dupla-excepcionalidade.html
Olá Dra.Claudia. Muito elucidativo o seu comentário. Lerei esta tese para enriquecer este item numa próxima edição do meu livro. Enquanto isso não ocorre, divulgarei no meu blog sobre o tema (http://www.razera-tdah-hiperatividade-eficaz.blogspot.com.br ).
ResponderExcluirObrigada por citar a fonte da tese, pois lerei com certeza, embora não seja meu foco de trabalho, pois não trabalho na área da pedagogia. Mas é importante para meus alunos de uma pós-graduação em psicopedagogia que atendo.
Sobre a memória no Superdotado, destaquei este item como ícone de diferenciação de minha análise quando diante de uma criança "diferente". Com toda certeza, há outras diferenciações, principalmente quanto à velocidade de processamento mental, que em geral nos superdotados destaca-se pelo taquipsiquismo. Esta área de pesquisa é extensa.
Respondendo à sua pergunta sobre "se tanto faz o nível de inteligência", diria que a inteligência é um item tão complexo quanto a própria superdotação ou infradotação. A mente humana é o objeto de estudo mais complexo que existe no Universo. Duvido que exista outro. Se focarmos a inteligência como "potencial cognitivo", minha opinião é que aliada ao potencial de ética do indivíduo, pode ser determinante quanto à autonomia do mesmo diante da síndrome, ou da excepcionalidade.
Seja hiperativo e/ou superdotado, a questão central é investigar o nível de ansiedade que a criança possa apresentar por estar numa condição de excepcionalidade. Em geral, crianças com altas habilidades cognitivas apresentam déficits de habilidades sociais, assim como as crianças hiperativas. Hoje o foco não é em si o nível de QI, mas o bom uso deste potencial em prol de si e dos demais. E as Habilidades Sociais vem sendo consideradas tão importantes e vitais quanto o nível de Quociente Intelectual, porque o ser humano é um ser social.
Com este viés, é que lancei em 2001, a proposta da eficácia, daí o termo: Hiperatividade Eficaz. A respeito deste item, a Revista Psique (edição fevereiro 2014) acabou de publicar uma matéria de 8 páginas sobre esta minha pesquisa, em que detalho pela primeira vez, os bastidores da minha pesquisa pessoal.
Divulguei seu blog no meu Facebook, por ser interessante e profundo. Parabéns!