Sobre as palestras do Simpósio que eu participei e palestrei e que tratou do tema : Dos limites às Altas Habilidades

 Queridos leitores,

Hoje dei uma palestra sobre o tema da Superdotação, contando a minha experiência profissional e pessoal, na Educação das superdotadas, no Simpósio Internacional de Neurociencias, Saude Mental e Educação, realizado na Universidade UNIP, da unidade da Vergueiro .

As palestras foram legais, mas percebi que ainda temos profissionais da área da saúde que precisam se inteirar mais um pouco sobre as definições de superdotação, características de uma criança superdotada, orientação e proposta pedagógica para atendimento das necessidades educacionais das crianças superdotadas.

Precisamos estipar toda e qualquer informação equivocada sobre superdotação, para que possamos atingir com mais precisão os nossos objetivos. Mas, só pelo fato de eu conseguir transmitir informações sobre a nossa realidade, de pais de crianças superdotadas, as dificuldades que encontramos com a falta de identificação, orientação e de implementação de propostas pedagógicas, desmistificando a superdotação, dissociando-a da genialidade, entre outras experiências que consegui retratar dos membros que fazem parte do grupo do Facebook, chamado “Mãe de Crianças Superdotadas”, já valeu à pena !

O público da Palestra era composto, em sua maioria de educadores, psico pedagogogos e profissionais da área da saúde e da educação. Mas, uma das palestrantes até pediu que levantasse as mãos quem fosse professor e, nesta hora, pudemos constatar que, de fato, a grande maioria era composta de professores.

Ao final da palestra vieram falar comigo alguns profissionais, que acabaram se envolvendo com a superdotação e, apesar de acreditarem no tema, senti que ainda precisam se inteirar mais sobre o assunto, o que acredito que só seja possível de acontecer vivenciando esta questão, na prática.

O que estranhei foi que na palestra das palestrantes (uma médica neuropediatra, que demonstrou ser uma pessoa bem articulada e bem inteligente), que nos contou que não dominava o assunto, mas, procurou se inteirar a respeito, quando foi convocada para participar do Congresso, cuja palestra eu gostei bastante, mas, ouso discordar do que ela disse a respeito de das características das crianças superdotadas : De que crianças superdotadas SEMPRE TIRAM BOAS NOTAS !!! Mito !

Crianças superdotadas acadêmicas (pois, lembrem-se que existem vários tipos de inteligência, de acordo com Howard Gardner em sua “Teoria das Múltiplas Inteligências”) tendem, realmente, a ser excelentes alunos e a tirarem notas boas. Porém, até mesmo dentro os grupos dos superdotados acadêmicos, encontraremos aqueles que não tiram SEMPRE notas altas. Por vezes, nem costumam tirar notas altas. Encontraremos, inclusive, superdotados não acadêmicos, mas, dotados de outros tipos de inteligência tão nobre quanto a acadêmica, que terão dificuldades na escola.

Acho muito importante abordar este assunto junto aos meus leitores, para que não tenhamos uma falsa impressão ou conhecimento do que é a superdotação e as suas características.

Contudo, na minha palestra, eu consegui deixar claro que NEM TODO SUPERDOTADO TIRA NOTAS BOAS.. até mesmo os mais acadêmicos..

O público adorou o fato de uma mãe de crianças superdotadas vir contar o "outro lado da história".. he he

Mas, meus queridos leitores, temos que tomar cuidado e evitar que informações equivocadas sejam passada para os professores e profissionais da saúde e da educação, pois é na mão destas pessoas que os nossos filhos irão passar e somente uma informação precisa poderá atender as necessidades de nossos filhos..

Mas, reparem a responsabilidade que os palestrantes têm, em divulgar uma informação, pois, algumas pessoas foram embora, depois que a neuropediatra falou que superdotados sempre tiram notas altas e.. foram embora para suas casas com esta impressão equivocada e.. com isso, infelizmente, muitas crianças superdotadasque tiram notas ruins, não serão identificadas e atendidas em suas necessidades educacionais e emocionais ou então, serão diagnosticadas como hiperativas, por conta desta informação equivocada.

Mas, o importante disso tudo é que o assunto está sendo divulgado e as pessoas começaram a tomar conhecimento sobre ele.