Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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terça-feira, 17 de abril de 2012

À procura de crianças superdotadas






À procura de crianças superdotadas

 ONG carioca caça talentos mirins em escolas públicas. Veja como identificá-los




Crianças da rede municipal de ensino do Rio assistem a uma aula no Instituto Lecca
Foto: Divulgação

Crianças da rede municipal de ensino do Rio assistem a uma aula no Instituto Lecca Divulgação



RIO - No mundo do futebol, os olheiros são designados pelos grandes times para descobrir novos talentos do esporte. Algo parecido acontece com alunos da rede municipal de ensino do Rio. Eles contam com caça-talentos de crianças superdotadas. Os estudantes selecionados recebem preparação especial para os disputados vestibulinhos das escolas públicas reconhecidas nacionalmente pela excelência no ensino, como os colégios Pedro II, Militar e de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).




No Rio, o Instituto Lecca uma das ONGs brasileiras especializadas em ajudar a expansão desses pequenos gênios, conseguiu 20 aprovações de 24 inscritos no processo admissional para o colégio Pedro II. O instituto testa, todos os anos, em torno de três mil crianças de 50 escolas da rede municipal de ensino para selecionar apenas as 24 com maior potencial.




Para a a professora Maria Clara Sodré, doutora em educação especial pela Columbia University, de Nova York e diretora do Instituto Lecca, encontrar uma criança superdotada é tão importante quanto descobrir um poço de petróleo ou uma mina de diamante.



— Nossos resultados são ótimos : 90% dos alunos que prestaram prova para o Colégio Pedro II foram aprovados. Os quatro primeiros lugares foram nossos — comemora a professora.


 

Ela se orgulha de crianças como Mariana Barbosa de Araújo, de 11 anos, primeira colocada, e Beatriz Costa de Souza, de 10, terceira lugar no concurso. Beatriz mora com os pais no Santo Cristo, na Zona Potuária do Rio. A renda da família vem dos salgados feitos por sua mãe e vendidos por seu pai, de porta em porta no bairro onde moram. Inferior a R$ 1.000, a renda não era suficiente para proporcionar atividades de reforço escolar à filha, que se sentia “agoniada” com o que lhe era oferecido na escola pública.



 — A minha escola é muito fraquinha. Eu pego as matérias muito rápido. Tenho necessidade de desafios maiores — disse a menina, que sonha em ser arquiteta.




Mariana, por sua vez, divide um apartamento de um quarto no Bairro de Fátima com a tia, a mãe e o irmão. A única renda da família é o salário que a mãe ganha como inspetora de colégio, que não chega a dois salários mínimos.



As matérias na escola são passadas muito devagar, e eu sempre aprendo tudo muito rápido. Isso acaba me deixando entediada. Sempre que iam ensinar, eu já sabia — relata Mariana.




Embora sejam superdotadas, Mariana e Beatriz levam uma vida normal, com direito a curso de inglês duas vezes por semana, saem com as amigas e vão ao cinema.




Engraçado, as pessoas acham que a gente não têm vida. Mas a gente tem vida normal. Fim de semana a gente se diverte. Eu, por exemplo, adoro ficar na internet navegando de bobeira ou jogando — disse Mariana.




O Instituto Lecca, localizado Rua do Carmo 8, no Centro do Rio, atende 48 alunos considerados superdotados em dois turnos, com 24 estudantes em cada um deles. Quem estuda na rede pública pela manhã assiste às aulas no instituto no período da tarde e vice-versa. Por dois anos, as aulas acontecem diariamente e contam com a supervisão de três psicopedagogas e duas professoras. No programa, os alunos têm aulas de matemática, português e redação, além de atividades específicas para o desenvolvimento do pensamento crítico, da criatividade e do pensamento ético.



  
— Aliamos à rotina de estudos, 40 minutos de jogos, lanches e passeios. O nosso objetivo é dar mais conhecimentos a essas crianças — explica a superintendente.



 Graças ao complemento acadêmico, Beatriz seguiu desenvolver seu potencial. Antes, a habilidade de raciocínio rápido e a capacidade de aprendizagem era confundida com desinteresse e distração.




— Aprendo muito rápido. Sou a primeira da turma a acabar os exercícios. Fico entediada e então começo a conversar — desabafa.

  

Para Maria Clara, a falta de conhecimento e preparo dos professores torna esse tipo de jovem um problema para professores e para a família, já que ele precisa de desafios constantes para se manter focado.




Se o superdotado está em uma escola chata, ele tira notas baixas. Tem crianças que ficam bagunceiras, mas é porque a aula não está sendo bastante interessante — explica.



Segundo Maria Clara, a falta de informação e sensibilidade para identificar as habilidades demonstradas pelas crianças e adolescentes faz com que muitos talentos continuem escondidos por aí. Pior, podem ser prejudicados pela falta de atendimento adequado.

  

Maria Clara diz que, embora o MEC tenha criado em 2005 os Núcleos de Atividade de Altas Habilidades/Superdotação (Naahs), com presença em 26 estados além do Distrito Federal, o trabalho de identificação desses alunos ainda é insatisfatório.



No Rio de Janeiro, por exemplo, há quatro funcionários no MEC para identificar os superdotados em todo o estado — relata.




O MEC reconhece o atendimento limitado. No Rio de Janeiro, por exemplo, o NAAHS, localizado em Niterói, possui uma única sala de recursos que oferecem 10 oficinas nos turnos da manhã e da tarde para apenas 44 alunos.

  


Como identificar uma criança superdotada




As crianças com altas habilidades podem apresentar características e perfis diferentes. Algumas possuem grande aptidão acadêmica. Outras, artística. Veja características que podem ser sinais de que seu filho possui habilidades acima da média.



 - Precocidade para ler : além de começarem a ler cedo (muitas vezes de forma espontânea), compreendem nuances da linguagem e possuem vocabulário avançado para a idade ;




- Têm facilidade para aprender e capacidade para resolver problemas, demonstrando fluência e flexibilidade de ideias ;




- São criativas, curiosas e críticas ;




- Possuem boa concentração e boa memória ;




- Têm interesse por problemas filosóficos, morais, políticos e sociais ;



 - São persistentes e perfeccionistas ;




- Demonstram sensibilidade e senso de humor ;



 - São independentes e autônomas ;


 
- Não gostam de rotina ;



- Investem tempo e atenção no que gostam ;



- Demonstram liderança e iniciativa ;



- Detêm habilidade excepcional para talentos específicos como esportes, música, artes, dança ou informática.



Leia mais sobre esse assunto em 
http://oglobo.globo.com/educacao/a-procura-de-criancas-superdotadas-4490157#ixzz1r6FwkuBi 

6 comentários:

  1. Cláudia - é Fernanda, mãe da Júlia. Ela agora tá com 3 anos e 6 meses, mas ela mudou muito nesse tempo. Ela ainda sabe ler e escrever, mas lê algumas palavras e escreve um pouco até cursiva. Vc acha que mesmo sem ler e escrever, já tá na hora de fazer uma avaliação nela? Pq ela tem reclamado ultimamente dos exercícios do colégio, pq são sempre os mesmos, que ela gosta mais dos q eu faço p ela. Eu fico meio sem saber o q fazer pq ela ainda é muito pequena p expressar exatamente o q a incomoda. E ela n é do tipo q fica agressiva, ou q muda drasticamente o comportamento, mas eu percebo q ela n tá mais como era antes no colégio. O que vc me aconselha? Espero mais um pouco,e vou conversando com ela ou avalio logo?

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  2. Oi, Nanda. Como a questão está te preocupando e vc está vendo que já está interferindo no desenvolvimento dela, acho que vc deve conversar com o pessoal do ACERTA :

    telefone: 21 2537 7839

    e-mails : acerta6@acerta.etc.br , clarasodré@terra.com.br

    Ou tente contatar a Paula Pessoa, que trabalha no ACERTA e vai lhe indicar o contato que vc deve procurar : (21) 9299 2040 ou paula-pessoa@uol.com.br.


    Página do ACERTA na internet : http://www.acerta.etc.br/


    Eu já vi algumas avaliações feitas por eles, que me foram trazidas por clientes meus e gostei bastante dos laudos.


    Pode até ser que eles façam avaliação com esta idade que Julia está. Você pode, também, procurar a Paula Pessoa no facebook. Ela é do grupo do face (Mãe de Crianças Superdotadas) e tb figura na página, como minha amiga ! Fale em meu nome.

    E, como ela está, hoje, na escola, que não é mais como antes ?

    Abraços e .. participe do nosso grupo, no face !

    Claudia Hakim

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  3. Obrigada, pela resposta! A mudança é grande pra gente q é pai e mãe e convive com ela. Meu marido tb está ficando incomodado com a possibilidade dela ter problemas no futuro.
    Ela não gosta tanto de ir no colégio como ela gostava de ir no ano passado, já até chegou a me pedir pra ir pro colégio onde ela faz ballet e natação, já n está mas tão apegada aos coleguinhas.
    Ela fala comigo que os deveres são chatos, embora segundo a professora(conversei com ela hj) ela fica super bem e faz os deveres sem reclamar, mas isso n me surpreende, pois ela uma criança q respeita muito os adultos, principalmente sendo alguém de fora, q n seja, eu, o pai ou a avó. Ela sempre faz o q lhe é ordenado, mesmo sem gostar muito.
    O problema é q n sei o q realmente tá acontecendo com ela, pq ela n quer ir pra escola, apesar de ficar muito bem por lá, depois q vou embora. Cheguei pensar q fosse uma fase, como das outras vezes e como foi no ballet e na natação, mas ela já tá bem em tudo e continua reclamando do colégio.
    Pelo andar da carruagem, acho q esse ano ainda ela vai aprender a ler, embora escrever demore um pouco mais, pois ela ainda é muito dispersa.
    A pergunta minha e do meu marido é: Se ela aprender a ler o q vamos fazer? No terceiro período ela vai aprender o alfabeto(q ela já sabe desde os 2 anos), continhas (que ela já faz desde o ano passado)... eu sei q pode ser ansiedade minha, mas eu gosto de me antecipar aos acontecimentos.
    Já percebi q só com conversa n vai dar, pq achei a professora meio "agressiva" qd eu falei com ela, levando para o lado pessoal. Eu não sou do tipo de ficar de braços cruzados, esperando as coisas acontecerem, pra ver no q q dá.

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  4. Olha só, Fernanda. O pessoal do ACERTA é o mesmo pessoal que trabalha com a ONG do Instituto Lecca, da reportagem acima ! No caso da sua filha, acho que pode estar acontecendo uma das duas ou as duas situações ao mesmo tempo : 1) Ela não estar se identificando com os coleguinhas e não ter muitos amigos. Se for isto, meu conselho é incentivar mais o lado social da sua filha, como ? Convidando os amiguinhos (nesta fase em que ela está, ainda brinca com meninos e meninas), providenciando passeios entre eles, levá-la em todas as festinhas para as quais ela é convidada, etc.. Dá trabalho, mas é tão importanto quanto estimular o pedagógico. Lembre-se, Nanda, que o social é tão importante quanto o pedagógico. Se um não estiver bem, pode comprometer o outro, ou a criança pode não ficar feliz. Vc já perguntou à sua filha de quais amiguinhas ela gosta mais ? O que ela te responde ? Ela é convidada ou convida, com certa frequência os amigos ? 2) A segunda coisa que pode estar acontecendo, é a sua filha estar entediada em sala de aula. Isto, a avaliação do ACERTA poderá lhe dizer com precisão.

    Não crie tanta expectatitva em torno de eventual alfabetização (leitura e escrita) e deixe, um pouco, as coisas rolarem. Se for para a sua filha aprender a ler, ainda este anolegal ! Se não for, não tem porque ter pressa.

    Só prá vc saber, as crianças superdotadas têm um ritmo diferente de aprendizagem. Meus filhos aprenderam a ler E A ESCREVER, aos 3 anos e meio, cada um. Eu achava super normal, as crianças aprenderem a ler e a escrever , ao mesmo tempo. Mas, descobri com a coordenadora pedagógica da escola, que, no processo normal de aprendizagem e alfabetização, as crianças aprendem a escrever, antes mesmo de ler ! Prá mim, saber disto, foi uma novidade !

    Então, acho que vc deve providenciar uma avaliação prá sua filha e ver o que dá. Ela pode, eventualmente, participar de algum programa voltado para crianças superdotadas, no contra-turno da escola. Sei que o Acerta tem este tipo de programa, mas, não sei, a partir de qual idade. Ela tb pode começar a frequentar o NAAH´s, mas, creio que vc tb esbarrará no problema da idade.

    Mas, tente, primeiro descobrir o que motiva esta insatisfação dela. Se for o social, é hora de cuidar mais deste lado e continuar estimulando o lado cognitivo, na medida em que ela lhe pedir, não precisa ser mais do que isto ! Se for a questão pedagógica que está pegando, vc terá que sentar com a escola e estudar um currículo diferenciado e enriquecido, para a sua filha, como ela tem direito, pelos artigos 58 e 59 da Lei de Diretrizes Básicas da Educação, Estatuto da Criança e do Adolescente, Constituição Federal e outras Normas do Conselho Nacional de Educação, que garantem, à criança superdotada uma educação especial.

    E .. continue participando do nosso grupo, no facebook, pois, ali vc tb terá dicas de outras mães, que já vivenciaram isto, como vc !

    Abraços,

    Claudia Hakim

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  5. Obrigada por continuar me respondendo. O problema dela realmente não é o social, ela é uma criança super sociável e amada pelos amiguinhos. É sempre convidada pras festas e a festa dela do ano passado, foi a q foi mais amiguinhos do colégio. Ela é o tipo de criança q todas as crianças lembram o nome.
    O problema mesmo acho q é qt ao conteúdo da escola, eu acho, embora eu enriqueça bastante em casa. Na escola, qd falei com a professora tive a impressão q ela achou q eu estava me metendo no trabalho dela. A diretora é super flexível, mas n tenho coragem de falar com sem ter nada concreto.
    Qt a alfabetização, n tenho pressa, só comentei, por achar q é algo inevitável. Eu só acho q ela n aprendeu antes, pq como eu ela se dispersa com muita facilidade é difícil fazer ela manter o foco em alguma coisa.
    Sério q as crianças aprendem a escrever primeiro? Achei q fosse o oposto, com o meu primo foi assim, primeiro leu, depois escreveu e foi adiantado, uma ano, por isso. Júlia, apesar de um controlo motor fino muito bom, n tem saco pra fica cubrindo aquelas letrinhas, já a letra bastão q aprendeu sozinha, sabe fazer todas a mão livre.
    As vezes, chego a pensar q é só uma desculpa p n ir ao colégio e ficar em casa comigo, mas aí de repente ela fala uma coisa como hj: "Mãe, eu quero estudar no outro colégio".
    Ah! Eu mandei uma mensagem pra Paula pelo Facebook.

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  6. Nanda. Só uma pessoa que avalie a sua filha vai saber o que pode estar rolando naquela linda cabecinha.. Fico feliz que a Julia é sociável ! Continue investindo nisso, sempre ! Crianças superdotadas podem, sim, ser dispersas, nas área em que ela não têm interesse, pois, na área de interesse elas mantém sempre o foco a mil ! Me conte depois como foi a sua conversa com o pessoal do ACERTA !

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