Extraído do site : http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2012/04/supercampea-entra-em-harvard-e-em-mais-5-universidades-americanas.html
01/04/2012
07h41- Atualizado em 01/04/2012 07h41
Vejam que história mais comovente a desta menina, que,
apesar de ter origem humilde, se sobressaiu academicamente e recebeu várias
propostas para estudar nas melhores faculdades americanas, além da USP, daqui
do Brasil. Uma pena que o sonho dela seja estudar nos EUA.. Espero que, um dia,
o sonho destes alunos que se destacam academicamente, aqui no Brasil, seja o de
estudar numa faculdade brasileira, renomada mundialmente, tais como estas
americanas e que possam sonhar em construir o seu futuro, aqui no Brasil,
mesmo...
Tábata Amaral, de 18 anos, concluiu ensino médio com bolsa de estudos.
Filha de dona de casa, superou dificuldades financeiras e realizou sonho.
Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo
Tábata Amaral durante entrevista para o Fantástico; no detalhe a Universidade de Harvard (Foto: TV Globo/Reprodução)
Há cinco anos, a
estudante Tábata Cláudia Amaral de Pontes, de 18 anos, moradora de São Paulo, estabeleceu uma meta: estudar na
Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. De lá para cá, pegou firme nos
estudos, foi destaque em olimpíadas estudantis dentro e fora do Brasil e
aprendeu a falar inglês. O resultado oficial do esforço chegou na última
quinta-feira (29), Tábata foi aceita em Harvard e em outras cinco universidades
americanas. São elas: Caltech, Columbia, Princeton, Yale, e Pennsylvania.
Harvard é uma das universidades mais conceituadas do mundo e as outras
cinco em que a brasileira foi aceita também seguem entre as mais bem colocadas
em ranking mundial de reputação
divulgado em 15 de março. A seleção é feita pelo Scholastic Assessment Test
(SAT, Teste de Avaliação Escolar), uma espécie de 'Enem americano,' que também
é aplicado no Brasil aos interessados em disputar vagas nos Estados Unidos.
Para conquistar a vaga também é necessário fazer o teste de proficiência em
inglês, o Toefl (Test of English as a Foreign Language).
"Quando soube [da aprovação em Harvard] comecei a chorar muito,
perguntava se podia mudar o resultado. Eram duas da manhã, liguei para minha
mãe, meu pai ficou super emocionado. Chorei duas horas seguidas", diz
Tábata. O aviso foi feito via telefone por um representante da universidade,
porém o resultado só foi oficializado na última quinta-feira.
A garota agradece ao fato de ter tido acesso ao resultado de Harvard antes
do previsto. Três dias depois que soube da aprovação, o pai morreu. Se soubesse
somente na última quinta-feira, não teria como ter contato a ele. "Foi
muita sorte. Ele acreditou em mim e eu cumpri minha promessa. Ele ficou muito
feliz, nem conseguiu mais dormir naquela noite. Que bom que deu tempo de falar,
de qualquer forma ele saberia do céu, mas foi bom contar", afirma.
Tábata Amaral deu entrevista ao 'JN' em 2007 (no alto, à esq.), colecionou medalhas de olimpíadas estudantis e foi aprovada no último vestibular da Fuvest para o curso de física da USP (Foto: TV Globo/Reprodução/Divulgação)
A jovem foi aluna do Colégio Etapa, em São Paulo, como bolsista. Como sua
mãe que trabalhava como vendedora de flores e o pai que era cobrador de ônibus
não tinham como arcar com suas despesas de transporte e alimentação, o Etapa
passou a custear um quarto em um hotel próximo à escola na Avenida Vergueiro,
além de pagar as refeições da estudante. Atualmente, como já concluiu o ensino
médio tornou-se funcionária do colégio: é professora de química e astronomia
dos alunos que participam de olimpíadas.
Para estudar nos Estados Unidos também terá bolsa de estudos e ajuda de
custo. Lá as bolsas são distribuídas de acordo com as condições socioecônomicas
do estudante aceito e não por mérito, por isso a garota diz que não estar
preocupada com a questão financeira.
Estabeleci um sonho 'meio grande' há cinco anos, e fiz de tudo para
conseguir. Na verdade, no final não acreditava. Dá trabalho, mas não é
impossível."
Tábata Amaral, de 18 anos, aceita em Harvard
Tábata estuda física na Universidade de São Paulo (USP). Como não sabia se
seria aceita nos Estados Unidos, garantiu a vaga assim que foi aprovada no
vestibular deste ano. Ainda não sabe por qual universidade americana vai
substituir a USP, mas não esconde sua preferência por Harvard. Ela foi
convidada por algumas universidades para uma visita e deve ir para os Estados
Unidos na segunda quinzena de abril antes do período de matrículas. "É bem
provável que escolha Harvard, mas quero pensar direitinho. Quero conhecer as
universidades que me convidaram, visitar laboratórios, pensar na minha vida e
digerir o que aconteceu. Na volta tomarei uma decisão bem tomada."
Astrofísica e
socióloga
Apesar de ser craque nas ciências exatas, Tábata não dispensa a formação na
área de humanas. A jovem quer mesclar os estudos entre astrofísica e ciências
sociais. Ciência porque se diz apaixonada, e é por meio dela que consegue
descobrir o mundo, e a sociologia porque quer trabalhar com educação, ajudar
pessoas e retribuir as oportunidades que teve na vida.
Para isso, pensa em seguir carreira como pesquisadora, criar um centro de
pesquisas de astrofísica e atender alunos de escolas públicas. Tábata afirma
qualquer estudante pode chegar onde ela chegou. "Estabeleci um sonho 'meio
grande' há cinco anos, e fiz de tudo para conseguir. Na verdade, no final não
acreditava. Dá trabalho, mas não é impossível."
Tábata em reportagem do 'Fantástico' exibida no
dia 4 de março (Foto: TV Globo/Reprodução)
História com as olimpíadas
História com as olimpíadas
As cerca de 30 medalhas das olimpíadas conquistadas na
vida de "atleta" estão guardadas na casa dos pais na Vila
Missionário, Zona Sul de São Paulo, onde também estão os dois baús repletos de
presentes que trocou com os participantes das olimpíadas na China, Turquia e
Polônia, e em várias cidades brasileiras. Ela também coleciona moedas e notas
em papel.
A primeira medalha foi uma de prata que veio aos 12
anos, em 2005, quando ela fez sua estreia nos torneios estudantis com a
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). No ano
seguinte, ganhou o ouro e bolsa de estudos da escola Etapa.
A vontade de aprender vem junto com a de ensinar. Há três anos, Tábata criou o Vontade Olímpica de Aprender (VOA), um projeto que visa incentivar estudantes de escolas públicas nas olimpíadas. As aulas ocorrem sempre aos domingos de manhã em uma escola pública na Vila Mariana. Atualmente são cerca de 180 alunos.
"O VOA é meu xodó e o projeto vai continuar sem mim. Quero convencer ex-alunos a se tornarem professores. E vou ajudar pela internet, não quero me desligar", diz.
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