terça-feira, 17 de janeiro de 2017

CARACTERÍSTICAS E CONCEITO DA SUPERDOTAÇÃO


Artigo de minha autoria : Claudia Hakim

CARACTERÍSTICAS DA SUPERDOTAÇÃO

 

De uma forma bem simples e didática, as características que usualmente as crianças superdotadas apresentam e que costumam ser percebidas pelos pais e seus cuidadores, no dia a dia, e que têm motivado a procura dos pais pelos grupos de Facebook, meu Blog ou por uma avaliação psicológica para identificar eventual superdotação e que foram extraídas da Cartilha Saberes e Práticas da Inclusão, organizada pela Secretaria da Educação Especial do MEC, 2006,  são:

  • alto grau de curiosidade;
  • vocabulário avançado para a sua idade;
  • liderança e autoconfiança;
  • grande interesse por um assunto e especial dedicação a ele;
  • ótima memória;
  • criatividade;
  • facilidade de aprendizagem;
  • alfabetização precoce;
  • excelente desempenho em uma ou mais disciplinas em comparação a seus pares;
  • habilidade para adaptar ou modificar ideias;
  • facilidade em fazer observações perspicazes;
  • persistência ao buscar um objetivo.
  • comportamento que requer pouca orientação do professor.

Crianças que não são identificadas precocemente mostram-se: desinteressadas pela escola, vulneráveis a críticas, com problemas de conduta, como indisciplina e questionadoras das regras. Porém, nem todos os problemas de conduta ou indisciplina são justificáveis pela superdotação. Daí porque a importância de uma avaliação neuropsicológica para apurar se o comportamento apresentado pela criança é por falta de atendimento das necessidades educacionais especiais da superdotação ou por outra condição, como por exemplo, TDAH, Asperger ou TDO.
 menina superdotada
CONCEITO DE SUPERDOTAÇÃO
O conceito sobre superdotação não é estável, é polêmico, gera controvérsias, está em constante evolução e percorre várias esferas, desde o foco para certas habilidades e desempenhos, até conceitos mais amplos e complexos do potencial humano, deixando de ter a visão unidimensional e passando a uma visão pluridimensional, diferindo em função do que podem incluir, em seu âmbito, outros aspectos, como: foco na psicopedagogia (que busca fatores psicológicos, educacionais e sociológicos que possam determiná-la), foco na neurobiologia (que valoriza os mecanismos cerebrais), ou considerando-se, ainda, o papel da genética e da hereditariedade nas características de todos os seres vivos (Simonetti, 2008).
Em 1972, o Relatório Marland apud Rangni e Costa (2011), definiu e categorizou a superdotação em seis áreas, conceito este que foi incorporado ao conceito legal de superdotação brasileira, pelo MEC. Segundo tal conceito: São consideradas crianças portadoras de altas habilidades as que apresentam notável desempenho e/ou elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual, aptidão acadêmica ou específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes visuais, artes dramáticas e música e capacidade psicomotora (Alencar & Fleith, 2001, p. 56).
O Relatório Marland também afirma que a programação para superdotação nas escolas deve incluir, no mínimo, de 3% a 5% da população escolar – o que vai de encontro com os dados divulgados pela OMS. Na visão da psicometria, por sua vez, os superdotados se situam na curva dos 2% (dois por cento) de Gauss, em termos de porcentagem populacional, com indivíduos que apresentam QI acima de 130 pontos.

Diferentes Teorias surgiram para explicar o conceito de superdotação, por diferentes teóricos. Dentre elas, destacam-se: A Teoria das Inteligências Múltiplas (Gardner, 1983), Teoria dos Três Anéis (Renzulli, 1986), Teoria Triárquica da Inteligência (Sternberg, 1996), Modelo Diferenciado de Superdotação e Talento (Gagné, 2000).
De acordo com trabalhos de Renzulli (1978), que formulou a “Teoria dos Três Anéis”, talento e superdotação são constituídos pela intersecção de três características presentes em pessoas superdotadas: (i): habilidades cognitivas acima da média; (ii): altos níveis de motivação (engajamento ou envolvimento) com as tarefas; e (iii): elevados níveis de criatividade. Sua teoria enfoca a atuação do indivíduo, em sobreposição à sua potencialidade e não se atém ao QI, e sim na junção de fatores, sendo estes, não estritamente intelectuais. Superdotação é o resultado da interação entre três fatores (três anéis): habilidade acima da média, envolvimento com a tarefa e criatividade resultando num alto nível de produtividade. Neste conceito, o envolvimento com a tarefa é realizado com motivação, perseverança, persistência e dedicação do indivíduo superdotado.

A criatividade, segundo o conceito de Superdotação de Renzulli significa fluência de pensamentos, flexibilidade mental, originalidade de pensamento, pensamento divergente, formas diferentes de resolução de um problema, curiosidade e a possibilidade de abertura a novas experiências.




Um comentário: