sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Os mitos que rodeiam a Superdotação

Artigo de minha autoria extraído do site do ALMANAQUE DOS PAIS : http://www.almanaquedospais.com.br/os-mitos-que-rodeiam-superdotacao/

menina-superdotada

Mito 1 – Não se deve identificar uma criança superdotada

A identificação da superdotação é indispensável para conhecer suas necessidades e buscar formas de atendê-la e precede a discussão de políticas públicas que a contemplem, já que somente assim poderemos discernir as estratégias de atendimento que devem ser implementadas e estruturar os recursos que terão que ser disponibilizados para esse fim. A criança com altas habilidades freqüentemente manifesta seu sentimento de diferença com seus pares; “são diferentes às outras e sabem disto” (Extremiana, 2000, p. 124), talvez sem compreender exatamente essa diferença, mas sim como algo que, muitas vezes, lhe incomoda ou causa mal-estar. Muitas crianças verbalizam esta condição; percebem as diferenças de ritmo de aprendizagem, interesses e desempenho em relação a seus colegas. Se a família ou a escola oculta as características que a criança percebe, ela pode pensar que há algo de errado com ela.

Mito 2 – Todo gênio é um superdotado. Porém, nem todo superdotado é um gênio

É preciso não confundir superdotação com genialidade. O aluno pode ser brilhante numa única área e não ir tão bem em outras. Um gênio é sempre um superdotado, mas nem todo superdotado é um gênio. As características do superdotado são identificadas em escalas de observação de comportamento, capazes de um excelente desenvolvimento das altas habilidades desse aluno.

Mito 3 – A Superdotação é um fenômeno raro

MITO. Ocorre em cerca de 3,5 a 5 % da população, segundo estimativa oferecida pela OMS! E, dependendo do conceito adotado (se considerarmos os talentosos nas artes, música, esportes, liderança, produtivos criativos), esta porcentagem pode ser ainda maior, subindo para 15% da população. Muitas dessas crianças / pessoas podem estar escondidas por aí, sem que ninguém saiba de sua habilidade especial.


Mito 4 – Existem Superdotados de ambos os sexos e todas as classes sociais

VERDADE. A superdotação é um fenômeno democrático. Ocorre em todas as culturas, épocas, etnias, sexos e classes sociais. Aliás, o estereótipo do magrelo de óculos também é errôneo. Existem superdotados gordinhos, fortes, cabeludos, altos, baixos, como ou sem miopia etc.

Mito 5 – As pessoas superdotadas têm Q.I muito superior

Depende da Teoria de Superdotação que se segue, este mito pode ou não estar correto. Se nos guiarmos pela Teoria de Renzulli ou de Howard Gardner, é interessante saber que, para eles, os testes de Q.I. são limitados na captura dos superdotados. Isso, pois avaliam apenas alguns aspectos da cognição e habilidades mentais humanas. Alguns superdotados têm fantástica habilidade artística, esportiva, social, criativa, não abordada nesse tipo de testagem. Pessoas com alta pontuação em testes como esse têm uma boa chance de ser um superdotado do tipo intelectual, no entanto o rendimento normal no teste não afasta com segurança essa possibilidade.

Mito 6 – Superdotados sempre são excelentes alunos

MITO. Alguns são excelentes alunos, outros medianos, outros alunos ruins. Isso se explica, pois muitas vezes, falta estímulo específico, o aluno sente-se desmotivado e pode até considerar a escola comum entediante. Alguns superdotados têm dificuldade de seguir regras, podem se sentir diferentes do grupo e manifestar certa vulnerabilidade social. Tudo depende do caso, de que tipo de habilidade está em destaque.

Mito 7 – Superdotação é sinônimo de sucesso profissional

MITO. De modo geral, a vantagem intelectual tende a levar as pessoas para boas universidades, bons empregos, grandes realizações, etc. Sucesso depende de uma junção complexa de ocorrências em que a inteligência e talento são apenas parte do processo. Existem muitos superdotados que não atigiram sucesso profissional. Há que se levar em conta outros fatores, critérios e habilidades para que se atinja o sucesso. Portanto, superdotação não é sinônimo de sucesso profissional (Alencar & Fleith, 2001, Guenther & Freeman, 2000).


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