segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Caça-talentos procuram superdotados em escolas municipais do Rio


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Edição do dia 25/09/2015

25/09/2015 22h02 - Atualizado em 25/09/2015 22h02

A cada ano, dos 2,5 mil testados, e só 24 são escolhidos. 

Eles estudam no colégio tradicional e no programa de superdotados.

Descobrir um talento não é uma missão fácil. Têm muitos profissionais especializados nesse trabalho. Mas o Jornal Nacional vai mostrar uma experiência diferente no Rio de Janeiro. O desafio é de um grupo de educadores.

“Sou Ana Clara, moro no Chapéu Mangueira. Sou filha de Deodoro, que é porteiro. E da Ivanete, que é diarista”, diz Ana Clara.

“Meu nome é Luiz Fabio, tenho 9 anos de idade. Eu moro no Morro dos Macacos, com a minha mãe e com a minha vó”, conta Luiz Fabio.

“Meu nome é Pedro Henrique. Eu tenho 8 anos e moro na Ladeira dos Tabajaras. Meu pai é vendedor e minha mãe é manicure”, afirma Pedro Henrique.

Está percebendo o que todas elas têm em comum? São crianças superdotadas!

“O superdotado é uma criança ou jovem que tem um potencial muito alto em alguma área. Ele é capaz de pensar mais criativamente e mais criticamente”, explica Maria Clara Sodré, diretora do programa Estrela Dalva.

Estudar é obrigação? Nunca pra eles.

Luís Fabio: Das 7h até 16h30.
Jornal Nacional: Mas é divertido?
Luís Fabio: É, é ótimo.
Ler livros? Devoram a biblioteca.
Pedro Henrique: Muito
Jornal Nacional: Quanto?
Pedro Henrique: Não sei dizer.
Jornal Nacional: Mas você está lendo o que, um por semana, como é que está essa média?
Pedro Henrique: Um por dia.
Brincar? Olha as brincadeiras preferidas. “Às vezes de escolinha ou ficar passando dever pra minha irmã. Porque minha irmã não gosta de estudar, só eu lá em casa”, diz Ana Clara.

Para entrar nessa turma precisa ser fera. O trabalho da pedagoga Maria Clara e da equipe dela é encontrar esses superdotados entre alunos pobres de 9 a 11 anos nas escolas municipais do Rio.

Eles fazem provas, entrevistas. E a cada ano, dos 2,5 mil testados, só 24 são escolhidos. Pedro foi um deles e todo mundo no colégio já sabia.

Só oito anos e já pulou duas séries. Está no 5º ano com a turma de 10, 11.

Mas mentes brilhantes pedem atenção também. Até os professores perceberem, o Pedro estava dando muito trabalho.

“Na questão social, a socialização, eles não conseguem muito se adequar, as brincadeiras não são interessantes daquela idade. Mas também o fato de ele estar sofrendo porque ele quer coisas que não são oferecidas”, lembra Ana Maria Prazeres Guia, diretora da escola.

Os escolhidos estudam no colégio tradicional e no programa de superdotados. Ficam dois anos. Os professores estimulam a criatividade, o pensamento crítico e o interesse pela cultura. E de lá saem prontos pra disputas vagas nos melhores colégios públicos.

“A nossa meta de longo prazo, que eles entrem nas melhores universidades e que eles saiam pessoas capazes de liderar, pessoas capazes de fazer uma diferença na vida da família deles, na vida da comunidade deles, e na vida do país, se possível”, diz Maria Clara Sodré.

Foi o que aconteceu com o filho da dona Rosilda. Uma oportunidade e ele ganhou o mundo. Está indo estudar nos Estados Unidos. Ou, como diz a mãe:

“Uma frestinha na janela, ele foi e abriu a porta e seguiu em frente. Eu acho que pra ele não tem fronteiras”, diz Rosilda dos Santos Costa.

“Meu nome é Luiz Antonio, tenho 28 anos, filho de uma agente comunitária, moro aqui na Rocinha e atualmente estou fazendo doutorado em biologia animal”, diz Luiz Antônio.

Clique, neste link, para assistir a reportagem que aqui se retrata : 

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