segunda-feira, 14 de abril de 2014

Projetos do escritório de Harvard em São Paulo promove cursos em parcerias com universidades de prestígio da capital


Projetos do escritório de Harvard em São Paulo

Aberta em 2006, a representação promove cursos em parcerias com universidades de prestígio da capital

<p>	O jovem paulistano Victor Domene: aprovado em Harvard, Princeton, Yale, Columbia e Duke</p>
O jovem paulistano Victor Domene: aprovado em Harvard, Princeton, Yale, Columbia e Duke (Foto: Lucas Lima)

Com apenas 17 anos, o paulistano Victor Domene está prestes a tomar uma decisão que mudará sua vida. No fim de março, o jovem recebeu a notícia de que havia sido aceito, com direito a bolsa integral de estudo, no pelotão de elite do ensino universitário americano. Precisa escolher agora qual instituição vai frequentar: Harvard, Princeton, Yale, Duke ou Columbia. Na quarta passada (9), ele embarcou rumo aos Estados Unidos para conhecer os câmpus e optar por aquele no qual cursará a faculdade de ciência da computação. “Sempre achei que essa possibilidade fosse algo bem distante”, afirma.

Em 2012, ainda no ensino médio, ele participou de um dos programas promovidos pelo escritório de Harvard em São Paulo, em que alunos estrangeiros dão uma espécie de monitoria a estudantes brasileiros, para explicar como são o dia a dia e a vida na universidade americana.“Foi graças a essa experiência que percebi que meu sonho poderia se transformar em realidade”, relata. Aluno-prodígio, o garoto, que é ex-bolsista do Colégio Bandeirantes e cursou parte da vida estudantil na rede pública, contou com a ajuda dos “mentores” no processo de application, como é chamada a candidatura aos cursos, e também na desmitificaçãode alguns estereótipos. “Vi que não tem só nerd por lá”, brinca.

 O executivo Jason Dyett, à frente do escritório de Harvard em São Paulo: parcerias com a USP
O executivo Jason Dyett, à frente do escritório de Harvard em São Paulo: parcerias com a USP 
(Foto: 
Fernando Moraes
)

Atualmente apenas 81 brasileiros estudamem tempo integral em Harvard. Trata-se de um número tímido, mas corresponde a um crescimento de 32% desde que a representação paulistana foi aberta,em 2006. Além do rigoroso processo de seleção existente, o custo de um ano de estudos por lá não sai por menos de 60 000 dólares. A história de Victor Domene é um dos cases mais recentes de sucesso do escritório de Harvard na capital. Localizado no 17º andar de um prédio comercial da Avenida Paulista, o lugar, além de servir de ponto de apoio para membros da instituição que estejam vindo para o Brasil ou indo para os EstadosUnidos, promove iniciativas que estimulem o intercâmbio de conhecimento entre os dois países. “Não estamos aqui para caçar talentos, mas, sim, para estimulá-los”, explica Jason Dyett, diretorda unidade. “Nossa missão é facilitar o contato entre nossos alunos e professores com pesquisadores daqui que atuem nos mesmos campos de interesse”, resume. Ao longo de oito anos já passaram pelo local mais de 500 pessoas.

Para pôr essa teoria em prática, o escritório, em parceria com centros de ensino de prestígio paulistanos, como a Poli-USP e as faculdades de medicina da USP e da Santa Casa, vem desenvolvendo alguns cursos de imersão em áreas como saúde pública, engenharia ambiental e planejamento urbano. De uma a duas vezes por ano, quinze estrangeiros vêm ao país e ficam por aqui por um mês aproximadamente para estudar com quinze universitários brasileiros questões que vão desde doenças infecciosas até o problemada poluição do ar em grandes cidades. “Esses encontros favorecem parcerias de longo prazo”, afirma Monica Porto, professora da Poli e responsável pelo programa da instituição.

 O americano Timothy Linden: aulas de inglês na periferia de São Paulo
O americano Timothy Linden: aulas de inglês na periferia de São Paulo


No caso do americano Timothy Linden, de 24 anos, a experiência deu tão certo que ele decidiu se mudar para o Brasil após a graduação. Apaixonado pela língua portuguesa e por futebol, Linden participou do programa em 2010, quando fez estágio em uma escola estadual no bairro de Cidade Ademar. Ali montou um curso de inglês para os estudantes de 13 a 16 anos. “Eles adoravam o Justin Bieber, então usava suas músicas nas aulas”, lembra. Após a empreitada, escreveu sua tese de conclusão de curso sobre as desigualdades no ensino de língua estrangeira no país. Já na pós-graduação, ele retornou a São Paulo em 2012 para trabalhar com projetos voltados à educação na infânciano escritório de Harvard.


Escritório de Harvard em São Paulo: Avenida Paulista, 1337, conjunto 171, Bela Vista, 3549-9590.

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Foto: 
Fernando Moraes
)

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