Entrevista que eu dei para a Revista Grandes Temas do Conhecimento - Psicologia, falando sobre Superdotação

Comentários : Na verdade, eu não disse que “ (...) é a escola que geralmente detecta ou evidencia o superdotado e o encaminha para avaliações e diagnósticos”. Eu disse que NO MEU CASO foi a escola quem identificou e encaminhou meus filhos para avaliações e diagnósticos. Mas, o caso dos meus filhos, em que a identificação partiu da própria escola que eles estudavam é um caso raríssimo em nossa realidade e sistema escolar brasileiro. Deveria ser as escolas as capazes e responsáveis por esta identificação. Mas, não são. Caminhamos para que no futuro assim seja.

A realidade é que, são raras as escolas que identificam estes alunos e mais ainda os que encaminham para uma avaliação para esta finalidade de identificar se o aluno tem ou não altas habilidades. Porque, se a escola identificar e constatar, ela será obrigada a trabalhar de maneira diferenciada com este aluno e nem sempre a escola quer ou sabe como trabalhar com ele. Nem sempre os Conselhos de Educação permitem que o aluno seja acelerado e a escola não sabe que pode se valer dos Judiciário para resolver esta questão. Então, na grande maioria das vezes, como a escola não tem condições de trabalhar de maneira diferenciada com este aluno, ela não identifica e não o encaminha para a avaliação. E acaba que quem providencia e no mais das vezes arca com os custos de uma avaliação são os pais, os mesmos que correm atrás dos direitos de seus filhos, em serem atendidos de forma especial por suas escolas. Os NAAH´s (Núcleos de Atividades de Altas Hablidades/Superdotação) também identificam e realizam atividades com estes alunos, no sentido de estimular o potencial deles. Porém, nem todos os Estados e Cidades do Brasil possuem Naah´s (A Capital de São Paulo não tem, por exemplo !) e os NAAH´s que existem no Brasil, em sua grande maioria só atendem alunos da rede pública, excluindo, portanto, de sua rede de atendimento os alunos advindos de escola particular, e no mais das vezes, recebem alunos a partir de 6 anos, o que também exclui uma grande parcela destes alunos, que carecem de atendimento antes dos 6 anos.

Este meu comentário é baseado na minha experiência de Blogueira e proprietária do grupo no Facebook, Mãe de Crianças Superdotadas (https://www.facebook.com/groups/213399982041957/) que hoje conta com mais de 2.500 membros (a grande maioria pais de crianças superdotadas) do Brasil todo e que vivenciam este dilema da falta e dificuldade para a identificação, atendimento e orientação de seus filhos com indícios de altas habilidades /superdotação ou confirmação dela.

Como blogueira da área da Superdotação eu recebo, também, mensagens de pais de crianças com possível superdotação do Brasil todo, que também indicam dificuldade para o atendimento das necessidades de seus filhos, assim como para a identificação das altas habilidades que eles possam apresentar. É a hora do Brasil se mobilizar para que algo seja feito, no sentido de facilitar a identificação e o atendimento destas crianças !