quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Alunos superdotados da rede pública lançam livros e revelam habilidades


Eles têm entre nove e 15 anos e já sabem bem o que querem ser quando crescer
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Eles estudam em escola pública, moram em Ceilândia (DF), cidade mais populosa do DF, e apesar da pouca idade já lançaram um livro infantil. Os estudantes Olímpia Campos Dias, nove anos, Núbia Bertoldo e Thiago Medeiros, ambos com 15, são a prova de que para ter bons resultados nos estudos é necessário um olhar mais crítico do professor.


Os três estudantes lançaram os livros A orquídea e a BorboletaAs joaninhas As crianças corajosas com a ajuda de uma editora famosa da cidade. Mas as ideias só saíram do papel após ingressarem em um programa voltado para alunos com altas habilidades/superdotação da rede de ensino pública do DF.

Na sala especial da Escola Classe 64, Olímpia, Núbia e Thiago aprenderam a desenvolver o que mais sabem e gostam de fazer: arte. Com a ajuda da professora Cláudia Maciel, 46 anos, cada um revelou seu talento.

— A identificação de alunos com altas habilidades começa na sala de aula comum. Lá, a professora identifica que o aluno tem uma forma diferente de aprender diferente dos outros. No caso dos nossos pequenos escritores nós lutamos para mostrar o trabalho deles e conseguimos lançar os livros no mês passado.


Núbia Bertoldo demonstra firmeza já no falar. Ela recorda que quando era menor já liderava as colegas da sala para fazer as tarefas que a professora determinava. Em pouco tempo, demonstrou suas habilidades para as artes que se revelaram em seu livro As joaninhas. Hoje ela pensa em ser designer de interiores e não gosta de ser rotulada como superdotada.


— Parece que a gente é alienígena. Depois que eu postei no Facebook o lançamento do meu livro deu o maior bafafá. Apesar de que muita gente veio me falar: nossa Núbia, você superdotada.


Thiago Medeiros praticamente aprendeu a desenhar depois que ingressou nas aulas voltadas para alunos com altas habilidades. Ao mesmo tempo, ele escreveu o livro As orquídeas e a borboleta, mas assim como a colega Núbia não gosta de ser chamado de superdotado.


— Tenho apenas habilidades diferentes. Quando me chamam de superdotado parece que sou diferente de todo mundo.


Orgulhoso, ele mostra a evolução de seus desenhos desde que teve a oportunidade de desenvolver sua habilidade para a arte. Hoje, além de escritor, ele pensa em ser médico.

Foram os pais de Olímpia que perceberam nela uma habilidade natural pela literatura. Ela cresceu ouvindo histórias e com apenas nove anos criou a sua própria narrativa. Como ela adorava fazer origamis, toda a ilustração do livro foi feita com as dobraduras que ela mesma criou. E apesar da pouco idade, sabe bem o que vai ser quando crescer: estilista.

A professora Cláudia Maciel diz que se sente orgulhosa e satisfeita em observar que crianças e adolescentes apresentam bons resultados a partir do trabalho que ela realiza. Mas reconhece, não é nada fácil.


— Vê-los desenvolvendo suas habilidades é muito bom, mas trabalhamos com poucos recursos. Só conseguimos publicar os livros porque recorremos a um empresário. Agora queremos dar continuidade ao projeto e precisamos de patrocínio.



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