Extraído do site : http://www.educacaoadventista.org.br/educadores/educacao-especial/520/lidando-com-a-disgrafia-na-sala-de-aula.html
Sabemos que algumas
crianças superdotadas apresentam assincronismo na área motora. Isto ocorre,
quando o intelectual não acompanha a motricidade. A criança pensa e lê muito
rápido, mas, na hora de transpor as palavras para o papel, ela tem dificuldade.
Escreve devagar, ilegível, de forma desorganizada, etc... Por isso, achei interessante
trazer este artigo que encontrei, na internet, sobre a disgrafia, para que os
pais consigam conciliar o intelectual com o motor, sem prejudicar o emocional
da criança. Confiram :
Lidando
com a disgrafia na sala de aula
13/07/2010
às 10:00 | Por Charlotte Fermum Lessa
Escrita,
uma das últimas formas de linguagem aprendida pela criança (Imagem: SXC)
O
processo da escrita, conforme Johnson e Miklebust (1991), é algo muito complexo
e consiste numa das últimas formas de linguagem aprendidas pela criança.
Transferir pensamentos, sentimentos e ideias para uma linguagem simbólica
requer uma preparação estrutural altamente minuciosa. Deve-se levar em conta o
desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo, considerando o ambiente
familiar, social e cultural no qual a criança está inserida.
Os mesmos autores citados acima esclarecem que, quando o aluno apresenta
dificuldades na escrita, é importante que se leve em conta habilidades como:
• coordenação visomotora (psicomotricidade);
• memória visual;
• leitura;
• soletração;
• sintaxe e formulação de ideias.
A criança vinda de um contexto que valoriza o estudo, a linguagem escrita e a
relação familiar tem muito mais chance de se dar bem na escola. Mesmo assim,
podem surgir alguns impedimentos na hora da elaboração da escrita. Isso não
significa que, por apresentar características de disgrafia na sua escrita, ela
seja portadora de algum comprometimento cognitivo.
• Disgrafia motora (discaligrafia): a criança consegue falar
e ler, mas encontra dificuldades na coordenação motora fina para escrever as
letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue
fazer os movimentos para escrever.
• Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação entre o
sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases.
Possui as características da dislexia, transtorno de aprendizagem associado à
leitura, e da disgrafia, associada à escrita.
A autora também aponta um conjunto de características apresentadas por uma
criança disgráfica. São elas:
• lentidão na escrita;
• letra ilegível;
• escrita desorganizada;
• traços irregulares ou muito fortes, que chegam a marcar o
papel, ou muito leves;
• desorganização geral na folha por não possuir orientação
espacial;
• desorganização do texto, pois não obedece ao limite da
margem, parando muito antes ou ultrapassando (quando este último acontece,
tende a amontoar letras na borda da folha);
• desorganização das letras: letras retocadas, hastes
malfeitas e atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas
distorcidas, movimentos contrários à escrita (um “S” ao invés do “5”, por
exemplo);
• desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito
grande, escrita alongada ou comprida;
• o espaço que dá entre as linhas, palavras e letras é
irregular;
• liga as letras de forma inadequada e com espaçamento
irregular.
Simaia Sampaio também sugere algumas ações muito pertinentes quanto ao
tratamento e à forma de lidar com a criança, como a necessidade de uma
estimulação linguística global e um atendimento individualizado complementar à
escola; evitar repreender a criança por causa da maneira como escreve e
reforçar de forma positiva sempre que o aluno conseguir realizar uma conquista.
Além disso, a avaliação escolar deve dar mais ênfase à expressão oral e, quando
for necessária a avaliação escrita e na correção dos cadernos, evitar o uso de
canetas vermelhas. O aluno deve estar consciente de seu problema, e ajudá-lo de
forma positiva é o dever do educador e dos pais.
Luciana Márcia dos Santos, no artigo Dificuldades de aprendizagem da escrita, apresenta de
maneira objetiva características do desenvolvimento cognitivo da criança e
ainda traz diversas sugestões para o trabalho de aprimoramento da coordenação
motora fina. Acessando o site, você poderá buscar caminhos que ajudarão no
desenvolvimento de seu filho ou aluno.
Bibliografia consultada:
JOHNSON, Doris J.; MYKLEBUST, Helmer R. Distúrbio de aprendizagem. São
Paulo: Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais, 1991.
SAMPAIO, Simaia. Distúrbios e transtornos. Disponível em: http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/disturbios.htm.
Acesso em: 11 jul. 2010.
SANTOS, Lúcia Márcia dos. Dificuldades de aprendizagem da escrita.
Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/tcc/dificuldades-de-aprendizagem-da-escrita.php.
Acesso em: 11 jul. 2010.
Charlotte Fermum Lessa - Natural de Bremen, Alemanha, formada em Pedagogia,
pós-graduada em Psicopedagogia, especialista em PEI – Programa de
Enriquecimento Instrumental níveis I e II de Reuven Feuerstein. Presidente e fundadora
do Instituto de Desenvolvimento Humano Kathia Lessa. Além de tradutora e
intérprete, Charlotte é também escritora, com oito obras publicadas pela Casa
Publicadora Brasileira, na área infantojuvenil, entre elas: Deus
me Fez Assim, Deus Fez Meus Sentidos, Um
Amigo pra Jesus, Deus Ama os que São Diferentes, Sou Down e Sou Feliz e O Mundo Maravilhoso da Bíblia Para Crianças.
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