segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O ensino médio público não tem melhorado e perdeu participação no grupo das melhores escolas do Brasil.



Matéria extraída do Jornal “A Folha de São Paulo de 12/09/2.011” : http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1209201101.htm


Queda no ranking é verificada na comparação do desempenho dos alunos nos exames de 2009 e 2010


Para o ministro da Educação, a condição socioeconômica pode ajudar a explicar a diferença entre escolas

FÁBIO TAKAHASHI


DE SÃO PAULO

JOHANNA NUBLAT

DE BRASÍLIA



O ensino médio público não tem melhorado e perdeu participação no grupo das melhores escolas do Brasil.


A conclusão se baseia no desempenho por colégio no Enem 2010, que o Ministério da Educação divulga hoje.


O levantamento é uma das principais formas de avaliar escolas. É apurado a partir de prova com testes e redação feita por formandos.
Resultados tabulados pela Folha apontam que a proporção de escolas públicas no grupo de elite do país (10% melhores, ou seja, quase 19.500 escolas) sofreu leve queda (6%) entre 2009 e 2010. Foi de 8,4% para 7,9%.


Se ampliada a quantidade de colégios analisados para o grupo das 25% melhores, a redução das públicas é mais acentuada: vai de 20,7% para 15,7% (queda de 24,1%).

Quase todos colégios oficiais de elite são técnicos, de aplicação, militares ou ligadas a universidades. São diferentes da maioria das públicas, que não seleciona alunos, entre outras diferenças.

A melhor pública não técnica de SP, por exemplo, é a Professor Carlos Cattony, que está na 2.911ª posição do ranking geral nacional, com 19.414 colégios avaliados. O colégio fica em Parelheiros, na periferia da cidade.

Desde 2008 o ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que o ensino médio é o "elo frágil" do setor.
Sobre a disparidade entre escolas, Haddad (pré-candidato à Prefeitura de SP) disse que "às vezes, condições socioeconômicas explicam mais o resultado da escola que o trabalho do professor".

O MEC diz ainda que parte dos alunos das escolas federais pode não ter sido avaliada, pois em 2008 passaram a ter ensino técnico com quatro anos de duração e não três e, assim, não haveria formandos no ano passado.

Membro do Conselho Nacional de Educação, César Callegari diz que "no geral, as melhores escolas são bem equipadas, têm professores mais bem pagos e melhores condições de trabalho".
Thiago Peixoto, representante do Consed (órgão que reúne secretários de educação), lembra ainda que muitas particulares treinam alunos para a prova e fazem marketing com os resultados.


Colaborou ANTÔNIO GOIS, do Rio

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